8.9.18

Dois dedos de conversa perdidos...


Há uns dias voltei à Redinha, Pombal, já que é daqueles lugares aos quais vale mesmo a pena voltar regularmente. Andava a tirar mais umas fotos quando me deparei com um elemento peculiar hoje em dia. Trata-se nada mais nada menos do que um banco à antiga, daqueles que são cada vez mais raros, especialmente em ruas renovadas nos últimos anos. Para mim é algo com importância cultural, um objecto patrimonial, já que era ali que muitos se sentavam na conversa, sem pressas e com gosto de falar. Eram tempos onde o tempo ainda não tinha preço, mas, para melhor ou para pior, o tempo agora tem preço e isso é, para mim, uma pena...
Eu sou ainda do tempo onde me sentava num destes bancos, noutro lugar obviamente, e falava com os amigos ou com o pessoal de idade, ouvindo histórias e estórias de valor. Sinto saudades desse tempo, confesso. Actualmente as coisas são bem diferentes, já que além de ser cada vez mais raro encontrar um destes bancos, é cada vez mais comum ver pessoal num qualquer outro banco e sem comunicar entre si. A conversa é cada vez mais uma coisa ultrapassada, para muitos, que apesar de poderem estar sentados ao pé de amigos, estão de mão estendida com o telemóvel dito inteligente, com o indicador para cima e para baixo, alheados a maior parte do tempo dos amigos reais e cada vez mais focados nos amigos virtuais.
No que nos andamos a tornar afinal?!



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