Há uns anos, aquando as obras de regeneração urbana, na Vila de Ansião, que descaracterizaram a identidade da mesma, com a utilização de granito onde afinal o calcário é rei e senhor, manifestei o meu profundo desagrado pelo facto, bem como pelo processo de participação pública, que serviu apenas para inglês ver. Apontei os factos, centrando-me fundamentalmente na perda de identidade causada por obras chapa 5, que utilizaram materiais que nada têm a ver com a identidade local, num claro desrespeito pela mesma. De uma forma muito resumida, aquando obras de regeneração urbana, os traços identitários têm de ser respeitados e, por isso, todos os materiais têm de ser devidamente enquadrados, integrados e a população tem de ser ouvida, de facto. Digo de facto porque, de facto, não foi isto que aconteceu. Foram pedidos contributos, contudo as obras estavam prestes a começar, impedindo assim a aplicação da esmagadora maioria dos contributos. Resumindo, foi um processo que basicamente não serviu para nada a não ser para que se pudesse dizer que a população tinha dado o seu contributo, quando, de facto, isso não ocorreu na sua globalidade. A população não teve a oportunidade de se sentar antecipadamente a uma mesa com os autarcas, técnicos autárquicos e empresa que fez a obra, de forma a debater a obra...
Nessa altura, e tendo eu criticado a utilização de granito, em vez de calcário, houve algumas vozes que afirmaram que o calcário partia/degradava facilmente, mesmo que sem competências técnicas para afirmar seja o que for, de forma séria e justificada, sobre as propriedades destas rochas. Eis, que, passados poucos anos, está à vista o conhecimento desses sabichões da tasca. Como se costuma dizer, uma imagem vale por mil palavras...
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