Claro que não vai resultar, porquê? Simples, porque a lei que levou a que tanta limpeza fosse feita, foi elaborada em cima do joelho e pensando fundamentalmente na imagem política, fortemente afectada pelo elevadíssimo número de vítimas mortais nos incêndios de 2017. Em termos práticos terá um efeito quase nulo. É certo que houve quem limpasse da forma correcta, mas houve também muito arboricídio, parte derivada da iliteracia ambiental crónica e parte por aproveitamento de quem viu ali uma oportunidade para cortar árvores protegidas a coberto de uma lei vinda no pacote dos cereais. E, claro, muito hectar ardido à conta de borralheiras feitas com o intuito de limpar o que se cortou. Ou seja está tudo na mesma! E quanto ir ao cerne da questão, está quieto... Por exemplo, diminuir a área de eucaliptal não pode ser, já que mexe com interesses poderosos...
Já agora, as duas imagens acima são de um mesmo terreno, parte limpo, parte por limpar, em Ansião.
O Verão está a ser pacífico até agora e, aparentemente, será relativamente calmo. Depois, no final, e apenas com umas dezenas de milhar de hectares ardidos, aposto que o poder político virá com o discurso que as medidas que tomou foram um sucesso, quando afinal o sucesso se deveu apenas ao S. Pedro... O zé povinho, esse ficará impávido e sereno, como é costume.
As medidas que poderiam reverter este cenário tardam em chegar. Confesso que fui um bocado ingénuo ao pensar que depois de 2017 e da dupla tragédia, algumas coisas poderiam mudar. Infelizmente não foi o caso. Sabemos as causas, mas teimamos em não aprender a lição mais importante de todas...
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