Antes de mais desculpem a fraca qualidade das imagens, fruto de um problema técnico decorrente do computador a partir do qual captei as imagens que aqui apresento, através do facebook de um elemento do executivo da Junta de Freguesia do Alvorge, Ansião (Carlos Anastácio).
Logo que vi estas imagens, que ilustravam o alargamento de caminhos florestais, delimitados pelos belos e característicos muros do carso de Sicó, fiquei preocupado, já que a esmagadora maioria das vezes isso significa que os muros vão ser arrasados e não são reconstruídos segundo a tipologia tradicional, algo que é grave em termos de identidade local e em termos de degradação da paisagem cultural de Sicó. Questionei sobre o facto se os muros seriam refeitos, tendo-me sido respondido que não, já que apesar de isso até ter estado previsto, mas que o dono tinha voltado atrás da decisão de recuperar os muros.
Não condeno o proprietário, já que a sensibilização é inexistente, tal como regras que visem a preservação destes fundamentais elementos da paisagem cultural de Sicó. Condeno sim e lamento profundamente a falta de regras que salvaguardem este tipo de património construído, as quais poderiam estar devidamente transpostas em sede de Plano Director Municipal e noutros planos relacionados. Falta a sensibilização a todos os níveis. Nunca houve um real interesse em desenvolver esta questão, contudo os nossos autarcas continuam a defender a necessidade de proteger o património, pelo menos quando falam para os jornais, rádio ou televisão. São, portanto inconsequentes. Falo, claro, ao nível das Câmaras Municipais, já que as Juntas de Freguesia pouco podem fazer neste domínio, seja pela falta de técnicos, seja pelos orçamentos respectivos.
Urge alterar o paradigma, a bem da paisagem cultural da região de Sicó. Caso não o façamos, daqui a poucos anos imagens belas como esta farão parte do passado, algo que lamento profundamente...
Peço-vos, portanto, que partilhem este humilde comentário, de forma a que a mudança comece agora e em força!
A maioria destes muros, pelo menos no Vale da Couda, serviram para encher fundações das novas "maisons". Foram destruídos sem autorização do dono e sem que ninguém se opusesse a este descalabro.
ResponderEliminarMais uma vez o poder local não cumpre as suas funções e as autoridades assobiam para o lado! É uma pouca vergonha.
E siga a dança!