É uma frase que embora possa parecer um cliché, é uma verdade cada vez mais actual. "Roubei" esta frase do mural do "Tia Almerinda", tal como as fotos que utilizo neste comentário.
As coisas andam quentes em Abiúl e o assunto é um dos do costume, o abate de árvores e a suposta necessidade do modernismo na regeneração urbana de um lugar bem conhecido da região de Sicó.
Logo que me deparei com esta questão, comecei a acompanhá-la e logo por vários motivos. É uma situação que se assemelha por exemplo à que ocorreu na Vila de Ansião e à que está a ocorrer em Chão de Couce. Ocorre também num lugar onde amigos meus têm raízes e, imagine-se, eu soube primeiro do que eles. E representa algo que eu abomino, ou seja por um lado o ignorar da opinião dos locais e por outro projectos do tipo chapa 5, com elementos completamente estranhos ao local (ex. granito). Neste caso, e de acordo com o que indaguei, as pessoas até foram chamadas a dizer de sua justiça, contudo, e tal como aconteceu em Ansião, foi apenas verbo de encher, para dizer que as pessoas tinham participado da discussão pública, pois, e de facto, esta discussão pública não foi consequente, o que é grave.
Porque decidi destacar esta situação? Além do já explanado, por dois motivos, ou seja o facto de mais esta triste situação poder funcionar como elemento mobilizador para mitigar situações similares no futuro, bem como mostrar que as pessoas são cada vez mais activas e interessadas na defesa do seu património e identidade, tal como está a acontecer em Abiúl. A elas a minha homenagem enquanto activista do património. Logo que saibam da existência de um qualquer projecto, vão aos serviços das vossas autarquias informar-se, pois têm o seu direito. E se vos começarem a dar negas, façam valer os vossos direitos e, já agora, informem-se através da CADA. Há uns dias um amigo disse-me que fez isto mesmo e quando lá chegou perguntaram-lhe o que estava ali a fazer...
Quanto aos autarcas, mais uma vez constato que estes consideram os seus votantes como não competentes para decidir sobre o seu futuro, sobre o seu território e sobre os locais onde vivem dia após dia. Estes autarcas além de não conseguirem fazer as coisas como deve ser, ou seja integrando o que já existe com as melhorias desejadas, insistem em obliterar o património e as memórias dos locais, levando a um desenraizar identitário muito grave. E depois admiram-se o pessoal mais jovem ir embora...
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