É comum falar-se desta questão, mas apenas quando o mal está feito. Raras são as vezes em que se pega o touro pelos cornos e se resolve um problema antes dele acontecer. Obviamente que estou a referir-me à limpeza dos cursos de água.
Neste caso trata-se do Rio Arunca, em Pombal, a poucos metros da piscina. Quando me deparei com esta situação não resisti a registar a mesma para a posterioridade. Isto porque em termos pedagógicos é um bom exemplo do que não deve acontecer, ou seja não limpar algo que pode vir a ser um problema em caso de cheia. Quem não se lembra de algumas imagens na televisão onde, em caso de cheia, alguns funcionários de uma qualquer autarquia tentam desesperadamente retirar troncos acumulados a montante de uma ponte. Estas acumulações podem revelar-se potenciamente desastrosas, colocando em risco pessoas e bens. Só custa "encalhar" o primeiro tronco, depois é sempre a acumular...
Esta fotografia foi tirada no final de Janeiro. Esta era a melhor altura para resolver o problema anunciado. Reparei também que o pilar da ponte já tem algum desgaste, precisamente da "porrada" que leva dos troncos. Não seria má ideia aproveitar o verão para fazer ali um reforço estratégico, o qual poupará concerteza uns tostões num futuro próximo...
Sem dúvida que é necessário prevenir e retirar os troncos que estão soltos nos cursos de água... e alguns tombados que possam prejudicar o escoamento das águas em situações de cheia. Acho que o problema aqui começa logo pela ponte... sempre que possível deve evitar-se que o pilar fique no leito do curso de água - neste caso parece-me que seria possível evitá-lo, mas enfim.
ResponderEliminarPor outro lado chamo à atenção para as "limpezas", o objectivo é limpar o que possa agravar o risco de cheia, e não entrar com uma máquina no leito e limpar a maioria das árvores ou simplesmente arrasar tudo e deixar os taludes fluviais "limpinhos". Tais operações agravam o risco de cheia: menor atrito provocado pela vegetação > maior velocidade das águas > menor resistência das margens e a consequência final são prejuízos maiores. As limpezas dos cursos de água bem feitas são operações que têm de ser feitas "manualmente" com a retirada de obstáculos e em situações pontuais de maior matagal nas margens - e.g. canavial tombado, silvado denso sobre o canal, etc. Por outro lado considero que nessas limpezas se deve ter em consideração o controlo de espécies exóticas e a sua substituição por plantação de espécies nativas. Gastar-se-ia muito menos dinheiro se estas duas questões fossem trabalhadas em conjunto.