Nunca fui apologista dos projectos de tipo "chave na mão", especialmente quando se trata de projectos financiados com dinheiros públicos, sejam eles nacionais ou europeus. Cedo me incutiram que este tipo de projectos raramente dava bons resultados, essa foi uma das muito boas lições da escola da geografia portuguesa.
Mesmo tendo em conta estes factos, tinha a esperança que alguém iria pegar nestas duas e noutra antiga escolas primárias, agora alojamentos turísticos. Infelizmente isso não aconteceu nem à primeira tentativa de concessão, nem mesmo à segunda, já com os preços de licitação mais baixos. Tratou-se, portanto, de um insucesso anunciado à muito, não pelos apologistas da desgraça, mas sim dos realistas. Este processo foi claramente mal gerido. Erros como este são típicos, mas infelizmente têm sido recorrentes em Portugal, mas não só.
Isto mesmo depois de uma ampla divulgação, seja inicialmente através da televisão, seja depois através dos anúncios para os concursos para a concessão destes alojamentos bem curiosos.
Da primeira vez fiquei com vontade de concorrer, no entanto havia um projecto pessoal mais importante do que tudo para finalizar. Da segunda vez o factor tempo infelizmente também foi decisivo, pois tive conhecimento dos concursos apenas semana e meia antes do prazo final, o que inviabilizou a coisa. Mesmo assim cheguei a pedir informação de forma não oficiosa, mas transparente, através dos canais próprios.
Pensando eu que à segunda tinha sido de vez, eis que fui informado que, mais uma vez, nada de nada. Ninguém se tinha chegado à frente. Eis que pensei para com os meus botões, será que vale a pena tentar? Seria a altura ideal, já que estou a trabalhar umas ideias no âmbito de um projecto e poderia eventualmente juntar o útil ao agradável, o que na minha terra seria fantástico. No entanto também pensei para com os meus botões que, tendo em conta que eu era uma persona non grata do poder político, mais valia estar quieto. Assim sendo propús-me a mim próprio questionar uma pessoa em especial sobre esta questão, aproveitando um evento onde ambos estivemos há semanas atrás. Contudo, e para que isso acontecesse, só o faria caso não acontecesse o que aconteceu 1 ano antes, onde fui literalmente evitado pela pessoa em causa. Apesar desta vez não ter sido evitado, também não havia forma de ser evitado, dada a configuração do espaço, no entanto fui ignorado. Houve um muito breve olhar com um sorriso de ocasião. Depois disto tomei a decisão final, não iria voltar a pensar na possibilidade de concorrer ao concurso de concessão das antigas escolas primárias, embora vontade não faltasse. Tudo tem o seu tempo próprio. À data deste comentário (escrita) sei apenas que uma destas (Granja) terá sido concessionada através de ajuste directo, esperando eu que alguém pegue nas outras duas.
Resta apenas uma questão, e agora?
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