Há poucos meses atrás referi o facto de, em 2015, pretender continuar a senda da inovação no azinheiragate. Começo a "época" de 2015 fazendo isso mesmo, inovar para abordar a questão do património. Faço algo que nunca fiz no azinheiragate, ou seja recorri aos serviços de um drone (Sky Ansião) para ter uma outra perspectiva de algo que, apesar de saber que ali existia, não conseguia aceder fisicamente.
O objectivo era simples, ver um povoamento arqueológico através dos "olhos" de um drone. O facto do mato ser cerrado e, por isso, dificultar não só a mobilidade bem como a observação, foi decisivo para que eu tivesse de recorrer aos serviços da Sky Ansião, que rapidamente acedeu à minha solicitação para este serviço.
Já tinha conhecimento deste povoamento arqueológico há alguns anos, pois ao analisar fotografias aéreas, datadas da década de 60, em estereoscópio, vi que havia ali algo que eu desconhecia. A curiosidade falou mais alto e lá descobri o que aquilo era. Mesmo não tendo conseguido chegar ao povoamento arqueológico consegui saber o que ele afinal era. Na altura fiquei sempre com a ideia que mais tarde ou mais cedo conseguiria outros olhos para ver o que os meus não chegaram a ver in loco, daí que até ao voo do drone, poucos anos passaram. Agora fica a satisfação de conquista, pois o património alimentou os meus olhos.
É importante salientar o facto das entidades públicas terem pleno conhecimento deste povoamento arqueológico e nada fazerem para valorizar o mesmo. Ou seja, desprezam este património sabendo que existe, o que para mim é muito grave. E depois queixam-se que são territórios do interior (treta!) e que são territórios encravados, quando afinal o único encrave é nos horizontes limitados.
Também importante é a questão do código de ética que deve estar associado à utilização de um drone, daí, e mesmo não havendo, eu e a Sky Ansião, acordámos um código de ética e conduta próprio. Primeiro, ângulo de filmagem fechado, de modo a que nenhum espertinho seja tentado a ir ao local roubar algum objecto de âmbito patrimonial. Segundo, nada de filmar ao pormenor estruturas físicas privadas, respeitando assim o direito privado. Terceiro, não estragar nada, a única coisa que saiu dali foram fotografias e filmagens. Quarto, fotografias e vídeos não têm quaisquer intuito comercial, mas apenas intuito em termos pedagógicos, ou seja mostrar o potencial que pode ter também no domínio da arqueologia. E outros mais. Não irei disponibilizar quaisquer tipo de informação acerca da localização deste povoamento arqueológico, só para que não fiquem dúvidas. Há que proteger algo que não está protegido e deixar a investigação para quem de direito.
Sei que estão já a ser preparadas algumas regras para a utilização de drones, legislando assim as suas actividades. Já houve abusos e há que prevenir isso mesmo.
O vídeo que a Sky Ansião me proporcionou mostra segmentos de um vídeo de maiores dimensões, este de acesso reservado. Pretendi que este vídeo, que agora vos disponibilizamos, levante apenas a ponta do véu de algo maior. Se estiverem atentos, poderão ver que no meio daquela imensa vegetação há uma pequena muralha, indicativa de um povoamento arqueológico perdido no tempo.
Espero que se sintam inspirados com esta nova perspectiva e sintam curiosidade na utilização de drones, pois na minha opinião há todo um mundo por explorar, no bom sentido, através dos drones. Caso a utilização de drones seja bem pensada na temática do património, temos todos muito a ganhar. É preciso inovar e espero que este vídeo seja o início de algo positivo.
Agradeço à Sky Ansião pelo seu notável contributo em prol do património, esperando eu que esta colaboração se possa voltar a repetir. Será uma questão de tempo até voltar a requisitar os serviços desta. Fiquei muito satisfeito e surpreendido com o resultado final. A relação custo benefício é excelente.
Espero então que desfrutem deste belo momento patrimonial!
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