Sem acordo ortográfico!
24.12.14
20.12.14
A região de Sicó vale mesmo a pena!
Que melhor forma do azinheiragate se despedir de 2014! Deixo-vos com algumas das imagens que mais me marcaram neste ano de 2014, esperando que as mesmas inspirem quem é de cá ou quem, não sendo, anda a pensar se vale a pena migrar ou emigrar para esta bela região que é Sicó. É por tudo isto e por muito mais que o azinheiragate existe, para proteger, valorizar e divulgar de alguma forma todo este riquíssimo património! E se com isso incomodo pessoas, entidades ou lóbis... temos pena!
16.12.14
A arte e o zanato
Falo, claro, do artesanato. Há várias definições de artesanato, no entanto não me cabe dissertar sobre qual será a melhor definição do conceito "artesanato".
Falando em artesanato, quantos de vós fazeis questão em comprar algo para oferecer no natal, feito em Portugal em vez de made in China? E quantos são aqueles que, juntando o útil ao agradável, compram algo realmente útil e feito localmente, com matéria-prima da região ou do país? Estes são pequenos grandes pormenores que fazem toda a diferença em termos de desenvolvimento territorial e económico, com evidentes reflexos também ao nível social.
O que vêm na foto são três artigos meus, camisola, cachecol e um gorro, sendo ao mesmo tempo o meu alibi perfeito para falar sobre artesanato. Não considero isto artesanato no verdadeiro sentido da palavra, pois tudo isto foi feito por pessoas minhas conhecidas, a custo zero (para mim, claro) e à medida. Se fosse algo produzido para vender, aí consideraria tudo isto como artesanato, no entanto tudo isto são artigos elaborados com o auxílio da bela arte do tricotar e sem intuito que não o utilitário. Quantos são aqueles que conhecem pessoas que ainda sabem tricotar? Na região de Sicó ainda há muitas, no entanto é uma arte que se vai perdendo.
Especialmente a camisola, é uma autêntica obra de arte, tendo eu outras mais e de várias cores, feitios e texturas. Se alguém me quisesse comprar esta camisola, eu não a vendia por valor nenhum. Tem valor sentimental e não há dinheiro que pague o sentimento, essa é que é a grande verdade. Sentimentos à parte, esta camisola vale mais do que uma semelhante, de marca elitista. Esta camisola, o cachecol e o gorro foram feitos com sentimento e não com propósito financeiro e isso faz toda a diferença.
Não sei qual o valor de mercado de uma camisola deste género, feita à mão, claro, no entanto suspeito que valeria largas dezenas de euros.
Estamos numa altura que se fala muito no comércio tradicional ou de proximidade, no entanto fala-se pouco de artesanato, de pessoas que são mestres numa determinada área e que poderiam ter mais sucesso se todos nós prestássemos mais atenção aquilo que nos torna pessoas mais interessadas pelo seu futuro, pelo futuro do seu país e por toda uma cultura secular. Que tal parar para pensar um bocado? Compra local e feito em Portugal, o país agradece e tu vais ver que também te vais agradecer!
12.12.14
Orçamento participativo para totós
Há alguns anos que começaram a surgir nas prateleiras de algumas livrarias. Falo, claro, de uns livros que, através de um notável marketing, baseado na expressão "para totós, pretendiam ajudar o leitor nas mais variadas matérias. Até hoje não vi nenhum livro que juntasse orçamento participativo à expressão "para totós", daí a escolha do título para este comentário, o qual espero que ajude pelo menos uma pessoa neste domínio.
Mas comecemos pelas coisas mais sérias, ou seja o tema dos orçamentos participativos. O orçamento participativo é uma ferramenta que tem muito potencial, já que consegue trazer muitas pessoas ao exercício efectivo da cidadania. Este é um dos nossos grandes problemas na região de Sicó, e não só. Temos o mau hábito de não fazer questão de tomar em mãos o belo exercício activo da cidadania. Muitos preferem alhear-se da mesma, pensando que, depois, quando as coisas não correm ao seu agrado, conseguem mudar alguma coisa apenas através da crítica pela crítica. Ou seja, quando têm a possibilidade de o fazer, não o fazem, mas depois, quando passou o tempo de falar, insurgem-se, imagine-se.
Os orçamentos participativos já chegaram à região de Sicó. Penela foi um dos casos que acompanhei, até porque se tem assumido como líder nesta questão, a par com Condeixa. Os meus parabéns as estes dois municípios. Em Pombal não sei exactamente como a coisa vai, no entanto sempre se encontra algo quando se procura na internet. Em Soure encontrei apenas uma referência, indirecta, sobre o tema. Em Alvaiázere não encontrei nada, o que, diga-se, não me surpreende tendo em conta o estilo de governança macrocefálica do autarca local.
Por Ansião o assunto já foi abordado em assembleia de Câmara, e é aí que fui descobrir uma preciosidade daquelas que vale mesmo a pena ouvir. Desde já deixo-vos o link em causa, sendo que a tal preciosidade se desenrola a partir das 2 horas e 49 minutos: http://bambuser.com/v/5111533
Trata-se então de uma série de comentários curiosos, por parte de um deputado, sobre o orçamento participativo. Logo, para começar, afirma que a sua opinião vale o que vale, o que na minha opinião mostra uma absoluta falta de confiança no que vai dizer. Ao nível de assembleia municipal há coisas que não me parece que sejam as mais correctas de se afirmar, esta é apenas uma delas. Depois, o mesmo deputado sublinha o facto de não ser propriamente um amante do orçamento participativo, o que mostra que logo à partida a sua mera opinião está enviesada por estereótipos.
Depois confirma que não sabe, no concreto, o que são os orçamentos participativos, pois afirma que são uma moda que se está a criar no país. Errado meu caro, os orçamentos participativos são parte do futuro em Portugal e na região de Sicó. Sugiro a este deputado que leia um bocado sobre esta matéria, não só no caso português, bem como, e fundamentalmente, a nível internacional, pois já há um bom historial sobre os orçamentos participativos. Se a nível nacional os orçamentos participativos são recentes, tal como os conhecemos, na Europa estes já têm tradição e meios financeiros substanciais.
Para piorar a sua fraca sustentação, em termos de argumentação, este deputado afirma que em alguns concelhos o orçamento participativo tem base antidemocrática. Diga lá outra vez sr. deputado José Carlos Marques?!
Para finalizar, afirma ainda que os orçamentos participativos basicamente já existem. Será mesmo assim? Novamente sugiro ao sr. deputado que leia sobre orçamentos participativos, pois claramente foi para aquela reunião sem fazer o trabalho de casa. Sugiro, entre muitos outros, a leitura de um interessante artigo, presente na Revista Smart Cities, número 2, com o título "cidadania à lupa", bem como a visualização dos sites dos orçamentos participativos de Penela e Condeixa. Aqui o sr. deputado poderá obter alguma informação que sustente minimamente as suas posições sobre orçamentos participativos. Por exemplo, sabe que está a ser preparado, em Portugal, um Observatório de iniciativas de democracia participativa? Chama-se "Portugal Participa".
Será que o sr. deputado não considera os cidadãos competentes para exercer a cidadania activa? Fico à espera das suas explicações, já que enquanto deputado deve-me explicações.
Claro que nestes processos, e tendo em conta que estão no seu início, haverá problemas, sejam eles mais ou menos complexos, mas afinal isso faz parte do processo de amadurecimento.
E é assim que as coisas andam, em termos de orçamentos participativos na região de Sicó.
Trata-se então de uma série de comentários curiosos, por parte de um deputado, sobre o orçamento participativo. Logo, para começar, afirma que a sua opinião vale o que vale, o que na minha opinião mostra uma absoluta falta de confiança no que vai dizer. Ao nível de assembleia municipal há coisas que não me parece que sejam as mais correctas de se afirmar, esta é apenas uma delas. Depois, o mesmo deputado sublinha o facto de não ser propriamente um amante do orçamento participativo, o que mostra que logo à partida a sua mera opinião está enviesada por estereótipos.
Depois confirma que não sabe, no concreto, o que são os orçamentos participativos, pois afirma que são uma moda que se está a criar no país. Errado meu caro, os orçamentos participativos são parte do futuro em Portugal e na região de Sicó. Sugiro a este deputado que leia um bocado sobre esta matéria, não só no caso português, bem como, e fundamentalmente, a nível internacional, pois já há um bom historial sobre os orçamentos participativos. Se a nível nacional os orçamentos participativos são recentes, tal como os conhecemos, na Europa estes já têm tradição e meios financeiros substanciais.
Para piorar a sua fraca sustentação, em termos de argumentação, este deputado afirma que em alguns concelhos o orçamento participativo tem base antidemocrática. Diga lá outra vez sr. deputado José Carlos Marques?!
Para finalizar, afirma ainda que os orçamentos participativos basicamente já existem. Será mesmo assim? Novamente sugiro ao sr. deputado que leia sobre orçamentos participativos, pois claramente foi para aquela reunião sem fazer o trabalho de casa. Sugiro, entre muitos outros, a leitura de um interessante artigo, presente na Revista Smart Cities, número 2, com o título "cidadania à lupa", bem como a visualização dos sites dos orçamentos participativos de Penela e Condeixa. Aqui o sr. deputado poderá obter alguma informação que sustente minimamente as suas posições sobre orçamentos participativos. Por exemplo, sabe que está a ser preparado, em Portugal, um Observatório de iniciativas de democracia participativa? Chama-se "Portugal Participa".
Será que o sr. deputado não considera os cidadãos competentes para exercer a cidadania activa? Fico à espera das suas explicações, já que enquanto deputado deve-me explicações.
Claro que nestes processos, e tendo em conta que estão no seu início, haverá problemas, sejam eles mais ou menos complexos, mas afinal isso faz parte do processo de amadurecimento.
E é assim que as coisas andam, em termos de orçamentos participativos na região de Sicó.
8.12.14
O lado negro dos circos
Este é daqueles comentários que, confesso, não tinha planeado elaborar. No entanto, e já depois de estar a escassos centímetros do belo animal que vêm na foto, senti que fazia todo o sentido abordar também esta questão no azinheiragate.
Estar em frente a um animal como este e ver no seu olhar o desespero e o stress de estar enjaulado, é algo que mexe com quem tem sensibilidade para um tema tão importante como é o a vida selvagem.
Já deixei de ir ao circo há mais de duas décadas, pois nunca achei graça ver animais como este enjaulados e presos toda uma vida só para que alguém se possa divertir com o sofrimento alheio. Obviamente que não condeno a utilização de todos os animais nos circos, pois afinal há alguns que se enquadram, caso do nosso fiel amigo, o cão, ou mesmo o gato. Estes dois são animais que nos acompanham há muitos anos, sem que para isso precisem de estar enjaulados e de sofrer. Cães e gatos vivem connosco, portanto não vejo problema algum em vê-los num circo, desde que devidamente bem tratados e respeitados, tal como qualquer um de nós faz ao seu cão ou gato.
Condeno sim a utilização de animais como o tigre, leão, rinoceronte ou similares. O lugar destes animais não é numa jaula! Parece-me que em poucos anos esta infeliz prática irá inevitavelmente acabar.
Querem ver vida selvagem? Simples, usufruam a Natureza no seu melhor, que irão ver todo o tipo de animais a fazer as coisas mais belas que já viram. Querem realmente ver leões, tigres e afins? Simples, embarquem num safari devidamente certificado, que respeite a vida selvagem e as populações do país em causa.
Se nós próprios somos capazes de fazer tanta coisa extraordinária, porque é que havemos de recorrer ao sofrimento de animais tão extraordinários como o da foto?
Circo sim, mas sem palhaçadas. Palhaços, trapezistas e acrobatas são apenas alguns exemplos de como podemos trazer excelência à arte circense. O Chapitô é uma das boas escolas, de onde sai precisamente a excelência que pode ser trazida aos circos e a outros espaços.
Da próxima vez que o circo chegar à vossa terra, pensem bem naqueles animais enjaulados...
4.12.14
Conversa do carvalho
É incrível como a nossa mente perversa tende logo a assumir que o título desta crónica tem outra conotação. Agora que consegui a vossa atenção, vamos então a mais uma crónica da "conversa", desta vez conversa do carvalho. A última tinha sido a conversa do vime, conversa esta que não teve tanto sucesso porque a nossa mente tende a não perverter com títulos menos peculiares.
Logo a partir de Setembro, comecei a ver circular várias carrinhas carregadas com lenha de carvalho, algo que me surpreendeu mesmo dada a enorme quantidade de pessoas que gostam da lenha de carvalho para a lareira. Pena é haver tanta gente que gosta de cortar os carvalhos, mas que não tem o hábito de os plantar, pensando no seu futuro e no futuro dos seus mais queridos. Sei que pelo menos parte daquela lenha decorreu de abate ilegal de carvalhos, mas infelizmente não consigo estar em todo o lado e não consigo ainda chegar a tantas pessoas quanto gostaria, do ponto de vista pedagógico. A educação ambiental e cívica é uma luta minha já com vários anos.
No dia 25 de Outubro, participei numa acção de apanha de sementes de carvalho cerquinho, aqui na região de Sicó, para posterior reflorestação a nível nacional (Projecto Floresta Comum). Mesmo apesar da tardia divulgação, fez-se uma divulgação que alcançou muita gente, no entanto foram muito poucas as pessoas que fizeram questão em dar uma pequena parte do seu tempo para uma causa tão nobre. Além dos dois elementos da organização, foram apenas mais 4 pessoas que se juntaram a nós. Uma de Ansião, duas de Ferreira do Zêzere (uma delas era um geógrafo inglês!) e outra de Braga. Urge reflectir do porquê da falta de interesse das pessoas nesta actividade. Se há tanta gente a adorar a paisagem de Sicó, porque serão escassas as que, na prática, fazem algo de muito concreto por esta maravilhosa paisagem e pelo carvalhal de Sicó? Se temos a maior mancha de carvalho cerquinho da península ibérica, porque não fazemos por manter ou mesmo aumentar a mesma em vez de andar diminuir a mesma?
No final da acção de apanha de sementes, fiquei consciente de duas coisas, a primeira era que as minhas costas acusavam um enorme cansaço, já que tinham estado 4 horas dobradas em prol de uma causa esquecida por muitos. A segunda era que me sentia muito bem, quase como que um pai do carvalhal. Pelas nossas contas, devem ter sido entre 30000 a 40000 carvalhos que vamos fazer nascer em dois viveiros, e uma enorme mancha de carvalho cerquinho que se vai criar devido à nossa vontade de tornar este país um lugar ainda mais agradável para se viver e desfrutar, sozinho ou com os nossos mais próximos.
O carvalho não é apenas lenha, é sim vida! Se querem um melhor futuro, plantem carvalhos, não se fiquem apenas pelo corte dos mesmos!