Há uns meses atrás, recebi uma mensagem, através do
azinheiragate, que pretendia alertar-me para o facto de Ansião escrever-se com o s e não com um c. Isto porque no blog refiro que sou de Ancião e não de
Ansião.
Compreendo, e agradeço, a chamada de atenção, no entanto o que eu
pretendo é mostrar que houve um tempo em que se escrevia Ancião e não Ansião.
Eu ainda sou desse tempo. Nos mapas de Portugal, que cada um de nós tinha nos
tempos da primária, constava Ancião e foi assim que aprendi. Claro que depois
Ancião passou para Ansião. Se bem me lembro, isto deve-se ao facto de que os
historiadores conseguiram determinar que, afinal, o correcto era mesmo Ansião.
Penso que noutros tempos Ansião se denominada por Ansiom, ou algo muito
aproximado.
Este meu comentário pretende alertar para que há toda uma
história que anda a cair no esquecimento, algo que eu considero grave. Hoje em
dia impera o supérfluo, mais facilmente um miúdo sabe o historial de um jogador
de futebol do que a história do seu país. Cultivam-se mentalidades à casa dos
labregos e parece que isso é aceitável.
Aproveito este comentário para abordar também uma outra
questão. A maioria de vós já percebeu que eu não sigo o denominado “acordo
ortográfico”, ou AO. Esta altura é a ideal para me justificar, se é que há
necessidade disso.
Não sigo o acordo ortográfico (AO) porque o AO não é afinal
um AO, mas sim um acordo criminoso de mercantilização da língua portuguesa. Sou
apologista da evolução linguística e até concordo com alguma da evolução, no
entanto este AO não teve como base a necessidade de evolução, mas sim a questão
económica. Não aceito que com um falso pressuposto se altere o que de mais
sagrado uma cultura pode ter, a sua língua. E isto sem que sequer tenha ocorrido um referendo... Lembrem-se que a maioria de nós, portugueses, somos contra o acordês, o problema é que parte significativa dos mesmos são passivos perante um tema fundamental, que mexe com a nossa identidade secular.
Tenho lido muito sobre o AO, não gostando de muita da
demagogia utilizada em redor do mesmo. Este AO foi efectuado por colarinhos
brancos (que considero traidores da nossa cultura), à revelia do povo. Houve vários pareceres
negativos e curiosamente um único, positivo, foi levado em conta. Há interesses
económicos a guiar o AO, o que é muito perigoso para a nossa cultura. O único
interesse a guiar um AO deve ser o do povo!
O meu apelo é um só, recusem o AO. Ninguém vos pode obrigar.
Além disso, ao continuarem a escrever da mesma forma, antes do AO, não estão a
cometer erros ortográficos, estão apenas a utilizar a língua portuguesa! Lembrem-se que os mesmos que aprovaram o AO, nas vossas costas e sem consulta popular, são os mesmos que levaram o país à situação onde ele está...
Eu não compro livros, revistas, jornais ou afins que utilizem o AO, é uma questão de coerência. Faça-se um novo AO que esse sim, siga os interesses do povo e do seu maior tesouro a língua portuguesa!
Eu não compro livros, revistas, jornais ou afins que utilizem o AO, é uma questão de coerência. Faça-se um novo AO que esse sim, siga os interesses do povo e do seu maior tesouro a língua portuguesa!
Subscrevo integralmente a sua opinião. Não entendo a designação "antiga caligrafia" que muitas vezes acompanha em nota de rodapé os textos de quem não segue esta nova corrente; prefiro referir que não sigo o novo acordo ortográfico. Faço-o por uma questão de coerência e porque prefiro escrever correctamente, pelo menos, uma das duas línguas (ou versões da mesma língua)que na realidade temos como nacionais.
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