28.6.14

O belo do girino


Foi no início do mês que me deparei com o extraordinário cenário, quando me preparava para passar o Rio Nabão, de uma margem para a outra, onde, apesar da água já não correr, ainda se mantinha presente em pequenas poças de água. Ao ver tal cenário, encostei a bicicleta e peguei logo na máquina fotográfica. Eram milhares de girinos, coisa que não via já há alguns anos, pelo menos em termos de quantidade. Eram tímidos, pois ao aproximar da objectiva, eles fugiam logo.
Por momentos voltei às memórias da infância, onde, no tempo das traquinices, ia para a ribeira apanhar girinos. Depois de apanhar vários, o seu destino era simples, de volta ao seu habitat. Brincadeiras como esta foram determinantes para uma aprendizagem que, infelizmente, escasseia hoje em dia. Nos dia de hoje são muitas as crianças que são afastadas de locais privilegiados em termos educacionais. Há um grave afastamento do mundo natural por parte de muita da juventude de hoje em dia. E o mais grave é que são precisamente aqueles que deveriam ensinar os mais novos que potenciam este afastamento. A estes um pedido, levem os mais novos de volta ao contacto com o mundo natural. Deixem-se de estereótipos. Sujar as mãoes na terra é bom. Calçar as galochas e ir para os ribeiros não é perigoso nem uma perda de tempo, muito pelo contrário. O pior que podemos fazer é criar uma geração de fofinhos e fofinhas, pois isso mais tarde terá consequências trágicas e a vários níveis. Não ofereçam brinquedos, instiguem a que os mais novos os façam eles mesmo. Não pensem que oferecer brinquedos substitui o afecto, o tempo em família. Peguem na família e vão para o campo, sentir, ouvir, mexer, cheirar!
Brevemente espero dar seguimento a um projecto educacional relacionado, o qual não pude ainda iniciar por falta de tempo. 

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