Infelizmente poderá ser mesmo a dura realidade com a qual me deparei há semanas atrás, depois de mais uma eco-investigação em Sicó. Felizmente que mesmo em locais ermos consigo descobrir atentados ambientais gravíssimos, para desespero de quem os promove e, quiçá, pensa que consegue sair impune.
Não é a primeira vez que denuncio um caso destes, onde uma empresa de construção civil e obras públicas faz asneira da grossa, enterrando alcatrão vindo de uma ou obras várias, o qual deveria ter sido reencaminhado para a reciclagem, no entanto este caso é ainda mais grave do que o outro, dada a quantidade em causa. Facto curioso é que algum deste alcatrão já estava triturado, o que significa que bastaria aquecer novamente e assim sendo estava pronto a ser utilizado num novo piso. Não compreendo o que passa na cabeça destes empresários, os quais pensam que ficam impunes e que ninguém vê o que está à vista de muitos, a começar pelos locais. Será que pensam que Sicó é alguma república das bananas?! Felizmente que há cada vez mais pessoas que vêm estas situações e que não se calam. Obrigado ao pessoal do BTT e ao muito pessoal da Lagoa Parada e Ramalhais de Cima, que ajudaram nesta eco-investigação. É de salutar a atitude cada vez mais pró-activa das populações em questões ambientais, talvez por compreenderem que o que está em causa é a saúde e o bem estar delas!
Há já 2 anos atrás, estas populações ajudaram-me num outro caso muito grave, situado a apenas 500 metros deste:
http://azinheiragate.blogspot.pt/2010/09/agua-um-recurso-proteger-qualquer-custo.html
Há já 2 anos atrás, estas populações ajudaram-me num outro caso muito grave, situado a apenas 500 metros deste:
http://azinheiragate.blogspot.pt/2010/09/agua-um-recurso-proteger-qualquer-custo.html
Este caso, que agora destaco, passa-se no concelho de Pombal, muito próximo do limite de concelho com Ansião, a escassas centenas de metros da Lagoa Parada. Como todos podem ver através das fotografias, não há escapatória por parte da empresa, pois está claramente à vista que esta anda a enterrar dezenas de toneladas de alcatrão. Isto passa-se numa zona cársica, portanto altamente permeável à poluição, o que significa que o aquífero que "por ali mora" vai ter chatices, ou traduzindo por miúdos, a água que tanto gostamos de beber irá ficar ainda mais poluída (entre outras consequências...). Passa-se também em plena Rede Natura 2000. No que concerne ao PDM de Pombal, não sei em que categoria se insere este terreno, mas nem preciso de me esforçar muito para imaginar qual será...
A questão agora é saber no concreto quantas toneladas ali estarão enterradas, estou curioso por saber. A origem deste alcatrão poderá ser de obras rodoviárias nos distritos de Leiria e Tomar, mas as autoridades é que concerteza irão apurar a proveniência do alcatrão. Espero que entidades como a CCDR-Centro e o ICNB, sejam exemplares quando chegar a hora de pedir responsabilidades à empresa envolvida neste caso, retirando daí consequências directamente proporcionais à gravidade do caso.
Tendo em conta aquilo que se vê, há a possibilidade ultrapassar largamente a centena de toneladas de alcatrão enterrado, basta, entre outros, fazer uma breve análise morfológica para supor isso mesmo. Quanto a mim, deveria ser feita uma coisa muito simples, às expensas da empresa, remexer tudo aquilo e apurar com precisão quantas dezenas de toneladas ali estão. Depois encaminhar tudo para a reciclagem e no final pagar a bela da multa. Se o propósito desta acção (enterrar o alcatrão) foi o de poupar nos custos, essa mesma paupérrima poupança não chegará concerteza para pagar a multa e mitigar efeitos colaterais, já que obviamente isto pesa em termos de imagem da empresa respectiva (má publicidade). Espero que a consequência não se fique pela multa, pois o alcatrão terá de ser retirado...
Mas não só, esta empresa deveria ser agora monitorizada e da próxima vez que fizesse o mesmo, quanto a mim a solução seria simples, não permitir ao dono que voltasse a abrir uma empresa no ramo, directa ou indirectamente. Isto já para não falar de inspecções a outros eventuais vazadouros da empresa, já que, por vezes, pode haver o risco de a coisa se repetir. Seria também interessante que todas as empresas que fizessem o que esta fez, ficassem automaticamente excluídas de futuros concursos públicos, pois assim pensavam duas vezes antes de fazer o que esta empresa, sediada nos Ramalhais, fez, estando infelizmente à vista de todos.
Espero, muito sinceramente, que esta e outras empresas do ramo ponderem seriamente nas suas acções, a bem da sua actividade empresarial, a bem da região onde operam e a bem da saúde daqueles que escolhem uma determinada região para viver. Sempre que descobrir casos, tal como este, denunciarei sem complexo algum o mesmo, já que o que está em causa é a nossa saúde, o nosso património e a imagem da região!
Peço a todos os que se depararam com esta péssima notícia a divulguem entre todos os vossos contactos, pois só assim poderemos ajudar a evitar mais situações destas e a dignificar a região onde vivemos!
Lamentável. É, certamente, um caso a seguir. O Ondas3 vai divulgar.
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