23.12.11
21.12.11
Abate de sobreiros no lugar do Sobreiral, Alvaiázere!
Dizia eu, no último comentário, que em Alvaiázere a política ambiental e territorial era de fachada, lembram-se?
Dizia eu, na última parte do comentário, que se plantam umas dúzias de árvores nobres todos os anos e sempre no mesmo sítio, algo que, quanto a mim, serve apenas proprósitos maiores. Infelizmente não foi preciso esperar muito para surgir mais um facto que mostra que em Alvaiázere vive-se das aparências, politicamente falando.
Esta segunda-feira fui até Alvaiázere, pois além de precisar de fazer um registo fotográfico, do parque eólico, fazia questão de dar uma volta por um território que há 7 anos me fascina. Foi pois o passeio da despedida de 2011 por estes lados. Não contava encontrar o que acabei por encontrar e por mero acaso, quando andava por umas ruas a escassas centenas de metros do centro da Vila. Fui surpreendido porque ninguém, dos meus "informadores" me tinha dito nada, talvez porque a tirania manda naqueles lados e promove o medo nas pessoas, daí ninguém denunciar.
Quando estava a tirar umas belas fotografias de uma bela quinta, acabei por, mais tarde, seguir o caminho que circunda a tal quinta, o que me levou ao lugar do Sobreiral. Como vi que estava por ali uma máquina giratória, acabei por dar a volta e entrar pelo acesso principal, dando assim menos nas vistas (quando sou visto por Alvaiázere certas pessoas são informadas que eu ando por lá e surgem os "vigilantes").
Entrando pelo acesso da estrada municipal, onde tem a placa "Sobreiral", parei a carrinha, pois dali não era visto. Foi nessa altura que ouvi um barulho que me preocupou bastante, o som de uma árvore a ser derrubada. Assim sendo, tirei a máquina fotográfica e peguei novamente na carrinha.
Mais à frente, lá estava a máquina de uma empresa a derrubar árvores. Não foi surpresa ver sobreiros no chão, ainda mais porque o lugar se chama Sobreiral. Estacionei a carrinha num largo e vi que além de sobreiros de grande porte, o mesmo aconteceu a carvalhos de grande porte, todos em bom estado.
Estava ali um emigrante a passear o cão e, durante uns minutos falámos acerca da obra naquela estrada municipal. Algumas das árvores já tinham sido levadas dali...
Desci a rua, até onde a máquina estava a trabalhar, tendo sido precisamente nessa altura que mais um sobreiro veio abaixo, aquele mesmo que vêm na foto. Fiquei chocado com o facto, mas não me chocou que isto tenha acontecido em Alvaiázere...
Se puderem vão ver mais este atentado ambiental em Alvaiázere. Penso que brevemente além de já não restarem provas do sucedido, o lugar do Sobreiral já não vai ter motivos para manter a sua toponímia. Talvez a próxima toponímia possa vir a ser Derruba Sobreiro...
Por esta hora a Brigada Verde da GNR já deve ter tomado conta da ocorrência, pois obviamente fiz quentão em exercer a minha cidadania. Lembro que quem quiser fazer uma denúncia pode fazê-lo de forma anónima, estando assim livre de represálias. No meu caso, não tenho esse problema e faço questão de denunciar mais este caso publicamente, primeiro às autoridades competentes e depois a todos vós.
Não prescindam de fazer algo tão importante como exercer a vossa cidadania, o país está como está devido à "nossa" passividade, por isso há que denunciar tudo o que está mal!
17.12.11
As eco-falácias do autarca Paulo Tito Morgado.
Há momentos em que me sinto obrigado a fazer comentários mais robustos, este é apenas mais um desses momentos. Quando digo robusto, significa que é uma questão tremendamente importante, a qual pretendo partilhar convosco de uma forma honesta, construtiva e muito incisiva.
Faço então um comentário que pretende não só denunciar factos que mais adiante irei descrever, mas também, e acima de tudo, alertar a opinião pública para o que pessoalmente considero um "jogo" ética e moralmente reprovável.
Nós, os portugueses, temos o mau hábito do "deixa andar" numa patética atitude de passividade perante quase tudo o que nos rodeia. Infelizmente há quem se aproveite desta nossa passividade, o que, por vezes pode ter impactos tremendamente negativos para as comunidades e para o... património!
Para começar esta minha denúncia, nada como começar pelo princípio:
"Num momento histórico e económico em que a sustentabilidade e o aproveitamento de recursos faz cada vez mais sentido, o Município de Alvaiázere promoveu, com o apoio da Finerge, vistas guiadas ao Parque Eólico de Alvaiázere.
Assim, entre os dias 17 e 26 de Outubro, cerca de três centenas de alunos dos três estabelecimentos de ensino do concelho (Agrupamento de Escolas de Alvaiázere, Pólo de Alvaiázere da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó e Pólo de Cabaços da Cearte) visitaram o referido parque, ficando a conhecer a lógica de funcionamento de uma infra-estrutura com estas características. Estes alunos e respectivos professores tiveram acesso ao interior de uma torre, percebendo os mecanismos subjacentes ao respectivo funcionamento para a produção de energia e à estação de recepção e transformação da energia produzida.
Acompanhados por técnicos especializados da Finerge, estes jovens alvaiazerenses perceberam in loco todo o processo de produção de energias verdes associadas ao recurso do vento e foram sensibilizados para a importância da construção e funcionamento dos parques eólicos. Foram ainda elucidados sobre os estudos e trabalhos prévios que antecedem a construção destes parques, percebendo que todos os pormenores são tidos em consideração no sentido de garantir a preservação da fauna, da flora e das características, riquezas e especificidades geomorfológicas do local de implantação.
Tratou-se, pois, de um momento de grande qualidade pedagógica que contribuiu para a formação integral dos jovens alvaiazerenses no sentido de perceberem que o futuro começa hoje e que urge procedermos à protecção e preservação do nosso planeta."
Depois de lerem este excerto de uma notícia, publicada no site da Câmara Municipal de Alvaiázere, podem ficar contentes com a mesma, no entanto como o sábio provérbio diz "nem tudo o que luz é ouro".
Depois de uma cuidada análise à notícia, fiquei realmente preocupado, já que além de ser uma notícia que não corresponde aos factos ocorridos, é uma não notícia. Isto por um motivo muito simples, é um texto que consciente ou inconscientemente visa a manipulação da opinião pública, é a minha humilde opinião.
Repare-se na parte do texto que sublinhei, é precisamente esta parte que confirma inequivocamente a manipulação da opinião pública, com a agravante de estarmos a falar da comunidade escolar. Precisamente num parque eólico que é, e foi, altamente polémico e que também é um case study a nível nacional sobre como não se deve fazer um parque eólico, é dito que "todos os pormenores são tidos em consideração no sentido de garantir a preservação da fauna, da flora e das características, riquezas e especificidades geomorfológicas do local de implantação". Basta uma breve pequisa na imprensa para saber que nem todos os pormenores foram tidos em consideração em termos de garantir a preservação da componente biótica, e abiótica da área, isto não esquecendo a componente arqueológica e cultural. Ver uma mentira passar por verdade é algo que nos deve preocupar a todos, especialmente quanto esta é recorrente e tem um objectivo manipulador.
Apenas um link para informar quem não sabe dos factos ocorridos:
Não foi de forma alguma um momento de qualidade pedagógica, muito pelo contrário. Em termos pedagógicos isto nunca sequer seria falado à comunidade escolar.
O curioso é que isto não me choca, tudo porque o autarca local é Paulo Tito Morgado, o qual desde há 2 anos, depois de um período de silêncio de 1 ano, iniciou uma verdadeira política de tipo greenwash, a qual visa dar cobertura a uma política predadora do território e dos valores ali presentes. É uma política de cosmética que face a grande parte da opinião pública local, e mesmo regional, tem vindo a dar cartas, mesmo que seja uma política com pés de barro.
Mas esta foi apenas uma de muitas acções supérfluas de charme perante uma opinião pública local que infelizmente é vítima da sua própria inocência, guiada livremente por interesses económicos que de Alvaiázere apenas pretendem o lucro, nada mais. Já houve várias situações, novamente polémicas, em que o autarca local, em vez de estar ao lado das populações, esteve sim ao lado dos interesses económicos que exploram ou querem explorar, de forma mais ou menos predatória, aquele território. A imprensa nacional já por várias vezes esteve em Alvaiázere e o resultado foi sempre o mesmo, população de um lado, autarca local e empresas do outro. Obviamente havia certas pessoas do lado do autarca, mas são apenas peões/fantoches que aparecem sempre para tentar diminuir o desgaste que as polémicas têm trazido.
Outra situação que quero destacar, ainda neste âmbito, foi o lançamento da 2ª Edição da Semana da Reflorestação Nacional, ocorrido precisamente em Alvaiázere, em Novembro último. Obviamente que há mérito da parte da Eng.ª Florestal da autarquia, e da própria autarquia, isso não está nem nunca esteve em causa, no entanto esta acção, quanto a mim, não é mais do que algo que infelizmente serve um propósito maior, o da cobertura a uma política altamente lesiva para aquele território. Por um lado planta-se todos os anos umas quantas dezenas de árvores emblemáticas, sempre no mesmo sítio, por outro, prossegue-se com uma política que no essencial degrada o valioso património biótico e abiótico de Alvaiázere. Analisando todas as medidas e projectos pensados por este autarca, a realidade é bem mais dura, betão e mais betão, juntando alcatrão.
Quem, como eu, trabalha em questões ambientais, sabe do que falo, no entanto somos ainda poucos, daí eu pretender com este comentário alertar os restantes, a bem do património da região de Sicó. Estamos a falar de coisas sérias e muito importantes, as quais infelizmente não são debatidas, no entanto aqui estou eu para lançar o debate. Será aceitável esta política de fachada do autarda local, pautada por repetidas eco-falácias?
12.12.11
9.12.11
Crónica das duas folhas
Esta é a história de duas folhas. A primeira folha nasceu num campo, perto de uma aldeia, a sua mãe era uma caducifólia esplendorosa, a qual, todos os anos fazia surgir uma imensidão de filhotas. Ano após ano, decorrida a magia das fases fonológicas, surgiam as belas folhas, que embelezavam a paisagem populada por uma imensidão de objectos visuais. Certo dia surgiu uma folha especial, a qual adquiriu uma consciência própria.
Certo dia, após uma vida fogaz, desprendeu-se da sua mãe, caindo até à terra cheirosa. Neste curto trajecto, embalado por uma brisa de vale, a folha não se sentiu triste, pois afinal mesmo após a sua morte, ela teria utilidade. Já sem vida, a folha ganhou uma alma e, daí, ficou a contemplar o que iria acontecer ao seu corpo.
Depois de um breve processo de decomposição, a folha viu o seu corpo fertilizar a terra, agora fértil e pronta a alimentar a sua mãe, que por ali ficou por muitos e bons anos. Depois deste outro processo mágico, a alma da folha seguiu o seu caminho, o da imortalidade.
A segunda folha, nasceu num pequeno jardim de uma cidade, a sua mãe era uma caducifólia que poucos meses antes tinha sido alvo de uma violenta poda. Apesar de violentada, esta ainda conseguia fazer surgir uma imensidão de filhotas. Ano após ano, decorrida a magia das fases fenológicas, surgiam as belas folhas, que embelezavam a triste paisagem urbana, populada por uma imensidão de objectos visuais. Certo dia surgiu uma folha especial, a qual adquiriu uma consciência própria.
Certo dia, após uma vida fogaz, desprendeu-se da sua mãe, caindo até ao alcatrão mal cheiroso e sujo. Neste curto trajecto, alterado pela movimentação de várias dezenas de carros a alta velocidade, a folha sentiu-se triste, pois afinal após a sua morte, ela não teria utilidade. Já sem vida, a folha ganhou uma alma e, daí, ficou a observar o que iria acontecer ao seu corpo.
Depois de escassas horas, a folha viu o seu corpo a ser varrido para dentro de um caixote do lixo, para posteriormente ser levada para um aterro. A sua mãe não foi assim alimentada, não tendo sobrevivido muitos anos mais. Ao invés a sua mãe foi cortada poucos meses depois, já que além das folhas incomodarem os cidadãos, a árvore mãe estorvava o estacionamento de um carro. Depois deste outro choque, a alma da folha fugiu para o campo, onde tinha ouvido que havia vida.
Decidi escrever esta breve crónica das duas folhas, já que muitas vezes vejo certas pessoas a tentar explicar o fácil de forma complicada. É um texto que mesmo sendo sucinto e escrito na hora, pretende promover uma reflexão que se torna cada vez mais urgente, para nosso bem...
4.12.11
29.11.11
Um mamarracho na Mata Municipal de Ansião
É daqueles temas que são óbvios, mas que afinal nunca são falados como o deveriam ser. Falo, claro, de uma obra que mesmo apesar de ter gerado tanta controvérsia ao longo dos anos, continua teimosamente a ser lembrada apenas pelo seu nome, ou seja mamarracho.
Mamarrachos há muitos, isso é certo, pois a região de Sicó tem uma elevada concentração destes objectos controversos, no entanto poucos são tão centrais e são tão simbólicos como é o palco instalado, desde o início da década de 90, na Mata Municipal de Ansião.
Nunca percebi como é possível existir algo tão feio e algo tão fora de contexto como é este palco, instalado em plena Mata Municipal de Ansião. Não compreendo como é possível não se fazer algo para minimizar a descontextualização daquele corpo de cimento e ferro em pleno espaço verde como é aquele. Não coloco em causa a existência do mesmo, no entanto a sua construção deixa tudo a desejar, pois simplesmente é algo que não se integra visualmente naquele espaço, facto último que pesa negativamente na imagem da Mata Municipal de Ansião.
É certo que tem havido, ao longo dos últimos anos, melhorias na Mata Municipal de Ansião, no entanto a integração visual daquele palco é algo que continua por fazer. E não, não é preciso obras faraónicas para resolver este problema, a solução é simples, falta a vontade e o know-how para o fazer.
A Mata Municipal de Ansião tem um potencial muito interessante, havendo a necessidade de ponderar esta questão. Seja enquanto "instrumento pedagógico" para a escola ali existente (e não apenas enquanto recreio), seja enquanto local de lazer para a população, há vários caminhos que podem ser seguidos. A instalação de um circuito de manutenção foi algo de importante, no entanto há que trabalhar as mentalidades para que não aconteça o que acabou por acontecer ao circuito de manutenção. E quando digo que há vários caminhos que podem ser seguidos, não é apenas pelas entidades públicas, é também pelo associativismo e pelo exercício da cidadania, que muitas vezes faz maravilhas...
25.11.11
Portugal Rural: a oportunidade Vs Sicó Rural: a oportunidade
Apesar da crise de valores, que deu azo a uma crise financeira, uma lição podemos todos (re)aprender (se bem que alguns teimem em não o fazer...), a de que o rural não é algo mau nem algo sinónimo de atraso ou retrocesso, é sim algo de muito bom, estruturante e sinónimo de progresso. A decisão sobre o futuro da região de Sicó passa por cada um de nós, daí sugerir um livro que espero que dê cartas um pouco por todo o lado.
A economia não é nem nunca será o "centro do universo", é e sempre será "apenas" uma de várias variáveis sobre as quais podemos e devemos apoiar as nossas sociedades. O alicerce da economia é o mundo rural, portanto se queremos ter uma economia forte, há que fortalecer o mundo rural, só assim Sicó poderá ter um futuro risonho. O futuro da região de Sicó passa pelo mundo rural, contrariar teimosamente esse facto, com políticas de colarinho branco, desajustadas à realidade e ajustadas a alguns lóbis, é um erro crasso que tem custado muito caro a todos (quase...) os que aqui vivem!
Sempre que se justificar destacarei livros que, embora não relativos á região de Sicó, sejam uma referência para questões tão importantes, caso do mundo rural. A leitura de obras como esta é uma das melhores formas de (re)aprendermos factos tão importantes como aqueles ligados ao mundo rural, daí a minha sugestão de leitura.
22.11.11
A decorrer!
O comentário de hoje é sobre uma iniciativa extremamente meritória, à qual me associei desde o seu início efectivo. Hoje recebi uma mensagem, através de um e-mail, que me fez pensar em alguns factos e discutir os mesmos aqui, daí este meu comentário. Antes de mais agradeço a crítica e compreendo perfeitamente a dúvida, pois eu não contextualizei devidamente os factos, erro meu.
Raramente surgem iniciativas com um potencial tão grande como esta, que tenho vindo a publicitar no azinheiragate, facto que traz consigo todo um manancial pedagógico que pode, de facto, reverter em termos de cidadania para toda uma população pouco consciente dos valores associados à nossa floresta.
O comentário que faço hoje não é sobre esses mesmos valores, os quais tenho vindo a fazer referência nos últimos 3 anos e meio, é sobre os inevitáveis oportunismos que surgem quando estas iniciativas acontecem. Lembro, aliás, que o que deu origem a este blog foi precisamente uma azinheira, ou melhor, milhares delas, que foram cortadas de forma ilegal, daí estar plenamente à vontade com o que irei seguidamente referir.
Os oportunismos surgem, como atrás referi, nestas alturas, onde certas entidades apoiam as iniciativas tendo em vista algum reconhecimento. Quando trabalhei voluntariamente na iniciativa Limpar Portugal, tive a oportunidade de sentir isso mesmo, o oportunismo de algumas entidades, no entanto soube lidar com isso e assim até consegui fazer pedagogia com algumas destas entidades. Não fui teimoso e soube aprender com a experiência, tendo sido reconhecido por isso mesmo.
Falando especificamente da Semana da Reflorestação Nacional, esta é inevitavelmente uma iniciativa que é aproveitada por algumas entidades para fazerem passar uma imagem que não corresponde à verdade. Não há que ser teimoso e perceber que há aqui um potencial enorme, o qual possibilita trabalhar com entidades que na teoria dizem uma coisa e que na prática fazem outra. Isso está a ser feito com inteligência, no entanto há que ter certos cuidados, já que, de facto, há claramente segundas intenções por parte de algumas entidades que fazem do greenwash o seu modo de vida.
O greenwash é uma ferramenta poderosa, a qual serve para manipular a sociedade em que vivemos, daí ser preciso muito cuidado quando falamos de certas entidades. Podemos trabalhar com elas? Sim, obviamente, mas não podemos ser de alguma forma ingénuos (já me aconteceu há anos atrás...). O facto de uma qualquer entidade apoiar a Semana da Reflorestação Nacional não a torna "santa", mais ainda quando se fala de uma qualquer entidade que desde há vários anos promove uma política predadora, facto que se reflecte em vários crimes ambientais, e logo de forma contínua no espaço e no tempo. Há que conhecer devidamente o território e as entidades, de forma a que se saiba efectivamente com quem estamos a lidar, só depois é que poderemos saber a forma como lidar com as mesmas. Se isso não for feito, podemos apenas estar a dar cobertura, mesmo de forma inconsciente, a entidades que são manipuladas por interesses predatórios, levando assim à degradação daquilo que inicialmente estamos a tentar proteger. E, ao referir estes mesmos factos, não estou de alguma forma a prejudicar a imagem de uma iniciativa que apoio desde o seu início, estou sim a salientar factos externos que podem prejudicar os "factos internos". O mérito é inquestionável e extremamente meritório, só a sabedoria que quem meteu mãos à obra pode resultar numa iniciativa tão valorosa como é a Semana da Reflorestação Nacional.
Para já fico-me por aqui, mas brevemente darei precisamente um exemplo disto mesmo na região de Sicó, embora seja algo não ligado à Semana da Reflorestação Nacional.
Agora toca a plantar árvores. Não têm nenhuma? Simples, podem por exemplo ir apanhar umas bolotas, como eu aliás fiz no domingo, para depois plantar!
Agora toca a plantar árvores. Não têm nenhuma? Simples, podem por exemplo ir apanhar umas bolotas, como eu aliás fiz no domingo, para depois plantar!
16.11.11
Os olivais da região de Sicó
Esquecidos, abandonados ou desprezados, é assim que estão muitos dos olivais da região de Sicó. Os motivos são vários e davam matéria para muita discussão, no entanto não venho, por agora, falar destes mesmos motivos, venho sim tentar motivar uma discussão construtiva sobre algo que tem um imenso potencial para toda a região de Sicó.
Por esta altura podem alguns questionar este potencial, algo de natural, no entanto relembro a todos vós que o distrito de Leiria foi há poucas décadas atrás o maior produtor de azeite de Portugal. Surpreendidos?! A região de Sicó teve nisso um grande contributo, já que era ali que se situavam dezenas de milhar de oliveiras. Existiam dezenas e dezenas de lagares, dos quais saia muito, mas mesmo muito azeite. Estes mesmos lagares estão na sua maior parte em ruínas, existindo apenas alguns. Eu próprio vivi muitos anos à beira de um lagar, o qual até ao início da década de 90 libertava na ribeira aquelas águas castanhas...
Só para vos dar um exemplo da grandeza associada aos lagares, lembro-me de me terem dito que por exemplo em Alvaiázere, já terem existido cerca de 60 lagares (fonte segura). Lembro-me também de, há poucas semanas atrás, numa exposição na Biblioteca Nacional, dedicada à memória do Professor Orlando Ribeiro, ter visto um dos seus mapas, onde visualmente estava bem expresso o peso que a azeitona teve, em tempos, na região de Sicó.
Falando agora de outra perspectiva, lembro-me bem, aquando da minha estadia de vários meses no Brasil, da quantidade de marcas de azeite português que eu vi nos supermercados, havendo muitas marcas que aqui em Portugal nem sequer existem.
Isto leva-me a muitas interrogações, uma delas é porque é que não sabemos aproveitar e potenciar este valiosíssimo recurso? É certo que não podemos competir com as explorações extensivas do Alentejo, mas podemos competir em qualidade, aproveitando igualmente esta questão em termos turísticos. O nosso problema é menosprezar o que temos e o que é essencial, para valorizar o que não temos e é supérfluo, daí, e falando especificamente nesta questão, a crise estar a dar uma ajuda no reeducar as mentalidades, mostrando que são coisas como esta que são efectivamente importantes.
Uma outra potencialidade seria o "reanimar" da paisagem da região de Sicó, pois os olivais são ainda uma componente paisagística importantíssima desta paisagem cultural que é Sicó. Nas últimas semanas tenho visto muita gente na apanha da azeitona, sendo que algumas destas pessoas voltaram a fazer algo tão importante como é o recuperar de algo tão importante como é voltar a aproveitar um recurso tão valioso como é a azeitona!
Só para terminar, venho agora salientar um outro facto, relacionado com os produtores de azeite da região de Sicó. É certo que há qualidade, no entanto há ainda muita falta de preparação de alguns destes produtores. Digo isto por um motivo muitos simples, o de que outro dia comprei azeite de um destes produtores, e vi algo que se fosse a ASAE a ver...
No próximo mês irei descrever, no concreto, o que aconteceu, de modo a que o que me aconteceu não aconteça com algum turista que venha à região de Sicó e depois fique muito mal impressionado. Se há produtores de azeite que não têm qualidade, só há dois caminhos para estes, a evolução ou o seu afastamento dos círculos de distribuição deste belo produto que é o azeite. Se queremos afirmar o azeite da região de Sicó há que trabalhar nesse sentido, pois não chega produzir o azeite e colocar um rótulo com o nome de Sicó.
Como vêm, o azeite dá muito que falar, resta-nos fazer com que seja no bom sentido!
11.11.11
Notas sobre o projecto "Ciclo do pão" e sobre o livro "Ciclo da broa e do pão"
Começando pelo "Ciclo do pão", apenas agora destaco o projecto, e o motivo é simples, não me cabia falar do projecto antes de quem teve o mérito o fazer primeiro. Assim sendo, e tendo em conta que o projecto já está oficialmente lançado, posso então destacar o mesmo.
Infelizmente não tive a possibilidade de, no dia 5 de Novembro, dia da inauguração, me deslocar à Serra da Portela (e não Serra do Anjo da Guarda...), de modo a assistir à estreia oficial do projecto, já que estava num congresso, no Geopark Naturtejo. Apesar desta minha ausência, 2 semanas antes tinha estado na Serra da Portela, já que tinha de fazer um registo fotográfico, entre outros, do moinho de vento ali existente, o qual é a "base" do projecto do "Ciclo do pão". Tive sorte, já que naquele momento o moinho esteve com as velas içadas, possibilitando a bela da foto. Além disso, já não entrava num moinho de vento há 8 anos, sendo que a última vez foi no moinho da Melriça.
Indo agora directamente ao assunto, considero este projecto muito positivo e de louvar, só tenho pena o mesmo não ter surgido há 15 anos atrás. Felicito especialmente a Liga dos Amigos da Gramatinha - LIAGRA, a qual mostra que o associativismo felizmente tem ainda muita força da região de Sicó. Conheço algumas pessoas da LIAGRA, daí saber que o projecto tem futuro. Felicito também a Junta de Freguesia de Pousaflores e a Câmara Municipal de Ansião, já que são entidades igualmente envolvidas neste projecto.
Tenho um interesse especial por projectos desta tipologia, já que estou, conjuntamente com uma equipe multidisciplinar, a elaborar um artigo científico que engloba não só os moinhos de vento, bem como os parques eólicos da região de Sicó. Foi ainda em Outubro que participámos no 1º Congresso de História e Património da Alta Estremadura, em Ourém (evento notável!), sendo que nos primeiros meses de 2012 surgirá o respectivo artigo.
Voltando ao projecto do "Ciclo do pão", só espero que não aconteça o que é costume acontecer com projectos como este, o não pensar as coisas no seu todo. Falo, claro, do facto de raramente se incluir projectos como este em roteiros, funcionando os mesmos como uma "ilha", a qual, isolada, o que mais tarde ou mais cedo acaba por se traduzir no insucesso. Da parte do azinheiragate, fica uma breve nota de apoio sobre o projecto, sabendo que daqui a mais algumas semanas irei concerteza à Serra da Portela ver a mó a rodar, momento que vos garanto que é mágico, especialmente se os grãos de cereais estiverem a ser moídos. Há que salientar que este projecto tem um enorme potencial, portanto há que fazer as coisas com sabedoria. Há que dizer também que já estou com saudades de comer aquela broa de milho que se comia até há coisa de 15/20 anos, pois as de hoje de broa têm pouco...
Para terminar esta minha referência a este projecto, só há algo que não compreendo bem, porque é que aquando da construção do parque eólico, na Serra da Portela, não se mobilizaram verbas da respectiva renda para constituir o projecto que agora surgiu? Sei que é uma questão incómoda, mas fica a questão no ar...
Falando agora do livro "Ciclo da Broa e do pão", da autoria de Eduardo Medeiros, este é um livro que apenas há semanas atrás fiquei a conhecer, já que é uma das obras que serve de bibliografia ao artigo que atrás referenciei. Fiquei muito surpreendido por conhecer esta obra, pois é de uma qualidade notável, a qual merece ser amplamente divulgada tendo em conta o imenso valor patrimonial que percepcionei em mais de 200 páginas. Uma das coisas que infelizmente acontece com obras de grande qualidade, como é este o caso, é a pouca visibilidade que as mesmas têm, por isso mesmo o azinheiragate dá um escasso, mas honesto, contributo para a divulgação deste livro que recomendo a todo/as.
Há que investir em idas regulares às bibliotecas da região de Sicó (e não só), pois é lá que se encontram livros que têm um valor inestimável para a cultura da região de Sicó. Fica o desafio!
7.11.11
2.11.11
2 000 000 de euros é "terrorismo" urbanístico e social!
Mal sabia eu que, quando sugeri dois livros centrados na questão do urbanismo e afins, mais tarde iria saber de algo que até a mim me surpreendeu. Há poucos dias, fiquei a saber de algo que importa discutir de forma séria e honesta, a bem da região de Sicó.
Não é surpresa alguma que na região de Sicó se pratica um urbanismo que quase só favorece certos interesses económicos, havendo muitos exemplos práticos disso mesmo, no entanto desta vez soube de algo que merece ser do domínio público, dados os valores em causa.
Muitas vezes vemos o pseudo-urbanismo, outras o urbanismo duvidoso, e ainda acontece, por vezes, o urbanismo desvirtuador da identidade local. Agora surge o que eu denomino por "terrorismo" urbanístico, facto que, quanto a mim, se justifica tendo em conta os valores monetários em causa, além, claro, das complicações que trouxe aos alvaiazerenses. Imaginem o que é terem a vossa casinha e porque alguém, unilateralmente, pensa que é bom alargar a estrada, vocês têm de sair da mesma, a bem ou a menos bem (tribunal).
Já todos ouvimos falar de casos em que se gastam milhões de euros em obras duvidosas, muitas vezes casos que orbitam em redor de estradas ou auto-estradas. Indo directamente ao cerne da questão, quero destacar um caso onde num projecto megalómano, de alargamento de estrada, onde em pouco mais de 1km de estrada se gastaram até agora quase 2 000 000 de euros, isso mesmo! E não, não estamos e falar de uma obra a ocorrer numa área densamente povoada (ex. Lisboa ou Porto), estamos sim a falar de uma obra a ocorrer na Vila de Alvaiázere, na estrada de Seiceira, onde passam poucas dezenas de carros por dia. Será que este valor astronómico se justifica? Não me parece, de todo...
Além disto tudo, o valor deverá aumentar ainda mais, mostrando que muito vai mal pelos lados de Alvaiázere, no domínio do urbanismo. Ali o importante é expropriar terrenos, comprar casas para depois demolir (alguns casos estão ou estiveram em tribunal) e proceder a alargamentos que, enquanto geógrafo, e por mais esforço que faça, não compreendo.
Sugiro a todo/as aquele/as que tenham a possibilidade, de visitar Alvaiázere o façam, de modo a verem como as coisas não devem acontecer, e perceber onde se enterram milhões que deveriam ser utilizados verdadeiramente em prol da população e do seu território. Infelizmente temos um país à nossa imagem, vivendo a maioria de nós da ideia que já fomos um grande país e agindo numa patética passividade, no deixa andar.
Casos como este nunca deveriam acontecer, mas isso só acontece porque "nós" colocamos no poder autarcas como Paulo Tito Morgado, que ainda tem o despudor de adquirir, com dinheiros públicos, uma viatura de luxo (SUV) para uso pessoal (CMA), que (nos) custa a módica quantia de 54000 euros, dando uma justificação que roça o ridículo. Talvez, quando as obras estiverem terminadas, a viatura em causa já não desapareça convenientemente do radar das câmaras da SIC, pois concerteza nessa altura ficará bem na reportagem.
A última fotografia ilustra bem o nosso futuro no curto e médio prazo, uma estrada que não vai dar a lado nenhum, tudo porque toleramos casos como o que agora destaquei. Resta esperar pela reacção dos portugueses, estando eu particularmente curioso sobre se alguém irá efectivamente pedir explicações a este autarca sobre as suas prioridades e sobre os gastos da autarquia que presidirá até 2013. É esta impunidade que corrói Portugal, a sua identidade e tudo aquilo que temos de bom.
Temos o que merecemos, é o que me apetece dizer...
29.10.11
O nosso desprezo pela região de Sicó
Por mais que tentemos negar, muitos de nós desprezamos a nossa região, é um facto. Este mesmo desprezo passa, também, por não aproveitarmos os recursos que temos, nomeadamente a paisagem cultural de Sicó.
Há meses atrás, falei sobre a temática dos pseudo-miradouros que temos nesta região, complementando agora com outros factos que considero pertinentes.
Nas minhas voltas aqui pela região, volto regularmente a muitos lugares, de certo modo a monitorizar alguns pormenores que me interessam. Um dos pormenores passa por algo muito simples, ver como tratamos aquilo que temos, em termos de infraestruturas. Muitas vezes queixamo-nos que falta muita coisa, mas, por outro lado, destruímos ou degradamos o que já temos. Lembro-vos que a passividade também ajuda a degradar aquilo que temos, portanto nada de sacudir a água do capote.
Falo concretamente de alguns espaços de lazer, caso do existente na Melriça. Falo especificamente deste espaço, porque é um lugar que aprecio bastante. Há outros espaços iguais, caso do Outeiro e o da Serra do Mouro.
Ao lado do miradouro da Melriça, existe um espaço de lazer bem interessante, no entanto as pessoas não o utilizam como deveriam/poderiam, chegando ao cúmulo de vandalizar. Há vários motivos para isto, no entanto eu destaco dois, o natural desinteresse da maioria de nós, e a mania que temos de ficar em casa (à frente da televisão ou do computador) ou no café. No Verão a queixa que mais oiço é que está calor, e no Inverno dizem que está frio. É realmente curioso como é que temos uma região e um país com um clima bastante interessante, que permite desfrutar enormemente da Natureza, e depois não aproveitamos isso mesmo.
Se eu fosse a pessoa mais rica do mundo, uma das coisas que iria concerteza fazer, seria a de oferecer uma viagem a muitas pessoas, pois esta seria uma excelente forma de alargar os horizontes de muitas pessoas. É precisamente isto que falta na região de Sicó, o alargar os horizontes, pois só assim poderemos ver que afinal temos uma região fantástica e que a andamos a desprezar há muitos anos. Pensem nisto...
24.10.11
Azinheiragate desafia-vos a participar na iniciativa Quartel Electrão
É isso mesmo, um desafio a todos vós, o qual peço que levem muito a sério e que, na medida do possível, façam tudo para envolver o maior número de pessoas. As informações estão todas no site acima referenciado, no entanto passo a descrever, de uma forma genérica, a iniciativa Quartel Electrão,a qual representa então o desafio que vos proponho.
Imaginem que há centenas de pessoas que têm lá em casa, esquecidos a um canto, um frigorífico, uma arca frigorífica, ou outros electrodomésticos, os quais já não funcionam e representam um estorvo. Imaginem que as pessoas os querem deitar fora, mas sem poluir. Imaginem agora que podem entregar, até Dezembro, estes electrodomésticos velhos no quartel de bombeiros mais próximo. Imaginem algo melhor, que tudo o que já não vos serve e já não funciona, pode representar um donativo aos bombeiros voluntários, quiçá uma ambulância!
O desafio que vos proponho é simples, o de entregar todos esses electrodomésticos velhos, não esquecendo de passar a palavra por todos os vossos conhecidos, já que boa parte deles sabe quem tem lá em casa ou num barracão, o velhinho electrodoméstico, facto que pode ajudar significativamente os bombeiros voluntários. E caso não tenham a possibilidade de entregar, é simples, telefonam que alguém irá a vossa casa buscar os velhinhos electrodomésticos.
Este é um dos melhores exemplos de como a questão ambiental pode ajudar a questão social, já que afinal os bombeiros voluntários são um dos pilares da nossa sociedade.
Esta iniciativa não está presente em todo o Portugal continental, nem mesmo em todas as corporações de bombeiros voluntários, portanto nada melhor do que tentarem saber se a corporação de bombeiros mais próxima aderiu a esta iniciativa exemplar.
Os bombeiros voluntários de Ansião aderiram a esta iniciativa, por isso desafio todos aqueles que possam, a entregar os seus electrodomésticos no quartel dos bombeiros voluntários de Ansião. Caso não seja esse o vosso caso, entreguem onde vos seja possível. Lembrem-se que é importantíssimo que falem desta iniciativa a todos o/as vosso/as conhecido/as.
Apesar de muitos de vós não poderem dar um donativo, em dinheiro, às nossas corporações de bombeiros, poderão concerteza dar aquele poeirento electrodoméstico que jaze a um canto lá em casa, o qual reverterá como um donativo. Quantos mais melhor, lembrem-se disso!
Apesar de muitos de vós não poderem dar um donativo, em dinheiro, às nossas corporações de bombeiros, poderão concerteza dar aquele poeirento electrodoméstico que jaze a um canto lá em casa, o qual reverterá como um donativo. Quantos mais melhor, lembrem-se disso!
19.10.11
Percurso pedestre "Megalapiás": a verdade da mentira
Foi no último fim de semana que finalmente tive a oportunidade de me deslocar a Alvaiázere, de modo a fazer uma primeira avaliação de algo que afinal também me diz respeito, já que passou-se algo que mostra bem a falta de ética que se cultiva em Alvaiázere.
Passando directamente ao assunto, foi no mês passado que vi anunciado pomposamente a inauguração de um percurso pedestre, denomidado por "Percurso dos Megalapiás", curiosamente um percurso que não está homologado, porque será?
Chegado ao local onde se pode observar o painel que vêm na primeira foto, fiquei logo chocado com tamanha irresponsabilidade, pois este mesmo painel foi colocado na berma da estrada, expondo assim as pessoas a um perigo bem real.
Depois disto, comecei a analisar os conteúdos do painel, os quais me mostraram que foi feito um esforço notável na utilização de parte dos conteúdos da minha tese de mestrado (2008). Isto até poderia ser bom, já que estes mesmos conteúdos foram elaborados de modo a que quer a Câmara Municipal de Alvaiázere, quer a Câmara Municipal de Ansião, tivessem ao seu dispor, de forma gratuita, material como este, ou seja vários percursos pedestres (entre outras ideias, concretizadas ou não). No entanto o bom tornou-se mau, já que os conteúdos que desenvolvi foram manipulados de forma ética e moralmente reprovável, e logo sem ter sida feita qualquer referência aos mesmos, ou seja sem ser feita a obrigatória citação bibliográfica. Tudo isto aconteceu, na minha humilde opinião, porque Paulo Tito Morgado terá dado indicações para isso mesmo (ainda o ressabiamento?!), já que este não suporta ver nada que me esteja associado, mesmo que seja trabalho válido e reconhecido por quem de direito. É lamentável continuar a ver esta postura arrogante por parte de um autarca tão polémico. Na óptica deste autarca, o que é bom só pode partir dele mesmo e quem critica é apenas impedidor do desenvolvimento, como se este autarca soubesse o que é verdadeiramente desenvolvimento. É assim que as coisas funcionam por Alvaiázere...
Nesta ânsia de protagonismo, a coisa correu mal para os lados de Tito Morgado, já que o que foi feito é mau de mais para acreditar. Pegou-se em três dos percursos que eu elaborei em 2008, fez-se uma pseudo-fusão, a qual teve obviamente de se tentar descolar do meu trabalho, e evitou-se de qualquer forma utilizar as minhas palavras, mesmo que eu tivesse todo o prazer nisso. Ao invés, utilizou-se linguagem para descolar, linguagem errada do ponto de vista técnico, fez-se uma tradução anedótica de alguns termos técnicos e ainda se tomou a decisão errónea de fazer passar parte de um percurso por um lugar que deveria estar bem protegido. Isto já para não falar que parte significativa do percurso utiliza uma estrada alcatroada, mostrando uma notável falta de originalidade e irresponsabilidade, já que coloca os potenciais vissitantes ao real perigo de serem atropelados.
É realmente curioso como é que tentando fugir a todo o custo às minhas palavras, depois se esquece momentaneamente disto mesmo e se utiliza posteriormente algumas palavras minhas, não sendo sequer preciso estar muito atento para ver isso mesmo. É triste que, como de direito, não esteja referenciada a bibliografia na qual se baseou este, agora, mau exemplo de um percurso pedestre. Pegou-se num termo vistoso, como é o caso dos megalapiás, para tentar chamar a atenção sobre o mesmo. É curioso, já que o percurso pedestre no qual eu mais investi (Megalapiás da Mata de Baixo), e que até fiz um lançamento virtual em 2009, tendo feito um painel e uma brochura, foi aquele em que pegaram para esboçar o "Percurso dos Megalapiás".
Curiosamente os megalapiás são apenas um dos muitos pontos de interesse, não justificando minimamente o nome do percurso pedestre, já que afinal são vários os pontos de interesse e não um só. Não foram também referenciados alguns pontos de interesse, na minha opinião, porque estão intrínsecamente ligados à minha pessoa, não é assim caro Tito Morgado? Obviamente que quem não conhece não poderá compreender isto na sua plenitude, no entanto estou disponível para todos os esclarecimentos. Uma outra solução é consultar a versão online do meu trabalho de investigação, onde consta esta e outras mais informações.
Quem conhece irá ficar bastante intrigado com o facto da bibliografia base, que deu origem a este percurso pedestre, ter sido ostracizada, mas a seu tempo todos vão saber desta lamentável situação.
Fica assim devidamente referenciado um exemplo de como as coisas não se devem fazer, no domínio dos percursos pedestres. Já imagino o autarca local a pensar formas de abafar mais esta lamentável situação, uma das formas de o fazer é mantendo-se no silêncio, coisa que obviamente não irá resultar. Especialmente nos últimos 2 anos, este autarca tem seguido uma linha de silêncio, conjuntamente com campanhas de greenwash, já que é a únca forma de tentar fugir ao debate e ao diálogo, mas felizmente que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. Perde a região de Sicó, perde a Câmara Municipal de Alvaiázere (que é uma entidade pública, e não se pode confundir com o cidadão Paulo Tito Delgado Morgado) e perdem quer os cidadãos da região, quer os visitantes.
É a triste sina da região de Sicó, quando há boas hipóteses de fazer algo de muito positivo, faz-se algo como o "Percurso dos Megalapiás", um caso de estudo no domínio de más práticas associadas aos percursos pedestres. A denúncia dos factos está feita e o alerta dado, resta agora quem por lá passar constatar os factos no terreno...
16.10.11
O regresso às leituras
De volta aos livros, regresso com duas aquisições fresquinhas. A primeira sugestão de leitura, é para toda e qualquer pessoa que queira perceber como infelizmente funcionam as coisas no domínio do betão e afins. Já a segunda sugestão, é para quem já está mais por dentro do assunto, no entanto penso que será do interesse de todo/as, especialistas ou não.
Penso que o primeiro livro será uma excelente leitura especialmente para os lados de Alvaiázere e Pombal, (mas não só), já que a especulação imobiliária (e não só) são apostas recentes e tradicionais, nestes concelhos, respectivamente. Importa ao cidadão perceber o que se passa nas suas "barbas", pois é o seu futuro que está eu causa.
É por estas e por outras que certas "pessoas" andam a retirar carga horária de geografia (e história também...) dos currículos escolares. Manipular os cidadãos torna-se ainda mais fácil quando se retira peso a disciplinas tão importantes como são o caso de geografia e de história, pois desta forma ninguém se vai lembrar quando é que os corruptos fizeram asneira em determinado território. Para um corrupto isto é notável, já que assim ninguém se vai lembrar que fulano corrupto fez negócio pouco claro (história) num determinado local (geografia).
Denunciar esta gente corrupta que nos desgoverna é a chave para a crise, e o primeiro passo passa pela informação útil, alguma dela está bem presente nestes dois livros...
É por estas e por outras que certas "pessoas" andam a retirar carga horária de geografia (e história também...) dos currículos escolares. Manipular os cidadãos torna-se ainda mais fácil quando se retira peso a disciplinas tão importantes como são o caso de geografia e de história, pois desta forma ninguém se vai lembrar quando é que os corruptos fizeram asneira em determinado território. Para um corrupto isto é notável, já que assim ninguém se vai lembrar que fulano corrupto fez negócio pouco claro (história) num determinado local (geografia).
Denunciar esta gente corrupta que nos desgoverna é a chave para a crise, e o primeiro passo passa pela informação útil, alguma dela está bem presente nestes dois livros...
11.10.11
Sicó: que futuro?
Pode parecer um título oportunista, que aproveita esta era de crise, mas desenganem-se, já que é o título de um texto que tem um intuito de fazer-vos reflectir. Esta reflexão pode ser feita pela gente de Sicó, como é o meu caso, ou por todos aqueles que não vivem ou viveram na região de Sicó, já que a reflexão é profunda e transversal a toda uma sociedade.
Neste momento surge na mente de alguns o porquê desta minha reflexão, algo de natural de se questionarem. A razão é simples, é que para mim é um bom momento para isso, já que estive ausente do país uns "belos" 6 meses e meio e como muitos sabem, as viagens são uma boa escola de vida, ainda mais viagens com duração prolongada.
Se nunca tinha viajado? Sim, já tinha, mas apenas comecei há 6 anos e, até agora, nunca estive ausente mais do que 3 semanas seguidas. Aprendi em todas as viagens que fiz até agora, nos 15 países que efectivamente conheço uns mais do que outros. Foram culturas diferenciadas que me enriqueceram enquanto cidadão e enquanto geógrafo, é essa a beleza das viagens, o contacto com a diversidade! E não, não foram viagens de férias, mas sim relacionadas com a profissão de geógrafo. Apenas a Noruega, a primeira viagem, foi de férias, tudo o resto foi mesmo relacionado com a bela profissão de geógrafo, tendo eu trabalhado para isso mesmo, não foi por sorte.
Nesta primeira viagem, há duas coisas que destaco, a primeira era de que,antes de embarcar, pensei que iria "deixar de gostar" tanto do meu país, mas felizmente que me enganei. A segunda foi de que, já no regresso, e ainda dentro do avião, apercebi-me que estava a chegar a Portugal quando vi lá do alto um incêndio...
Depois desta primeira viagem os meus horizontes alargaram-se de sobremaneira, começando eu a valorizar o extraordinário país e cultura que temos, e afastando-me de uma imagem que me era passada por gentalha que tinha condicionado fortemente a minha capacidade de ver e sentir as coisas num país que eu pensava pequeno.
Já por várias vezes partilhei aqui muito do que assimilei lá fora, o qual se reflecte na minha cada vez maior influência em prol do vasto património da região de Sicó. No entanto, esta minha última experiência, de 6 meses e meio, foi algo que me testou a todos os níveis e a uma escala que só mesmo quem já viveu fora, e regressou, poderá saber. Quem nunca viveu fora, por mais que tente, nunca conseguirá realmente sentir algo semelhante. Todos dizem que uma imagem vale mil palavras, no entanto eu digo que esta expressão não se aplica a uma palavra bem tuga, a saudade, pois esta palavra vale mais do que mil imagens.
E não, não estou a ser picuínhas ou lamechas, estes primeiros parágrafos são "apenas" para dar início a uma crítica bem forte a todos aqueles que se encostaram á sombra de uma bananeira nos últimos anos, facto que nos levou à situação actual.
Em primeiro lugar, a crise não é financeira, é sim uma imensa crise de valores, onde se mandou às urtigas os valores essenciais, tudo para valorizar o supérfluo. É certo que há uns que têm mais culpa de outros, mas mesmo os que têm menos culpa, esses não votaram cegamente naqueles que nos têm expoliado das nossas maiores riquezas? Quem foi que lá meteu esta gentalha corrupta que nos tem desgovernado e governado muito bem os seus interesses pessoais? Desde presidentes da câmara até a deputados, primeiros ministros e presidentes da república, quem os meteu lá? Pois foi...
Temos a mania de sacudir a água do capote, mas agora não há muito por onde fugir. Mesmo aqueles que cobardemente se metiam no seu cantinho, fugindo aos seus deveres de cidadania, esses vão ter de aguentar. Estes últimos, conheço alguns, muitas vezes diziam-me que não era nada com elas, que se ficassem no seu cantinho, tudo ia correr bem, no entanto desenganaram-se, pois uma sociedade justa e sábia só o é quando todos participam em algo que diz respeito a todos.
Alguns podem dizer que estou a ser duro, mas não, estou apenas a ser realista, pois por mais que não o digam, sabem que assim o é.
Em vez de se defender valores, defende-se partidos políticos como se de clubes de futebol fossem. Em vez de se defender valores, defende-se algo que é apenas do interesse de grupos económicos predadores da nossa alma (país), que a vendem a quem melhor preço o comprar. Em vez de se defender, no bom sentido o país (fora de nacionalismos exacerbados), deixa-se o mesmo à deriva, comprando na sua grande maioria produtos estrangeiros em vez de portugueses. Mais caros? Errado, a forma de gerir as coisas é que é a errada, pois o que é nacional é barato, só é preciso é saber escolher e estar atento. A mania das aparências condiciona o comportamento da maioria de nós, e depois queixamo-nos de que as coisas estão más.
A título de exemplo, na década de 90 havia quem defendesse uma política de abate da frota pesqueira, de arranque de culturas várias, de plantio de culturas subsídiodependentes, e muito mais. Nos últimos tempos, essas mesmas "pessoas" aparecem, que nem messias, a dizer que a aposta deve ser no mar, na agricultura e tudo o mais. São vários os partidos políticos que embarcaram nesta onda, o que é triste e mostra que vai tudo dar ao mesmo, pois quem manda na política são mesmo os grupos económicos, cada vez mais externos...
A nossa atitude perante isto tem sido a da tolerância, o do compadrio, o do faz o que eu digo não faças o que eu faço, o da não denúncia da corrupção que nos corrói (nisso estou de consciência bem leve, pois eu denuncio a corrupção!) e noutras coisas mais. Dizemos que gostamos do país, mas temos quase vergonha de comprar o que é nosso, dizemos que os incêndios são uma praga, mas pouco mais fazemos do que olhar deliciados as notícias dos grandes fogos, ou então vamos até à área do incêndio ver o espectáculo e mandar uns bitaites aos bombeiros. E depois, quando o incendiário aparece ainda "temos" compaixão deles...
Dizemos que gostamos da nossa cultura, mas pouco ou nada fazemos para a manter, o que é bom é mesmo o que é de fora... Dizemos que manter muito do que é nosso fica caro, mas eu digo que o que é caro é a troika e o tolerar políticos corruptos e que vendem o país a interesses estrangeiros. Manter a nossa cultura não é um gasto, é sim uma honra e um investimento no futuro! Música estrangeira é que é boa, para muitos, fado, por exemplo é coisa chata...
Muitos portugueses não sabem dar valor ao que temos, as razões são várias e não vou aqui enunciá-las a todas, prefiro dizer apenas que a nossa passividade é uma coisa tramada.
Esta péssima época em que vivemos irá prolongar-se, não haja ilusões, tudo porque em vez de nos guiarmos pela ética e por valores justos, guiamo-nos pelo dinheiro. Mas afinal o que é que nos alimenta, o dinheiro ou aquilo que retiramos da terra? O que retiramos da terra está acima de tudo, bem como a água que bebemos (que tristemente alguns têm privatizado...), é precisamente como a saúde, esta é a mais importante, sem ela não fazemos nada e com ela fazemos tudo. Invertemos as coisas e agora queixamo-nos que a coisa está má. Não sou demagógico, o dinheiro é preciso, mas em vez de ser um fim deverá voltar a ser um meio!
Eu luto contra esta inversão de coisas e sou uma pessoa perfeitamente normal como vós. É certo que pode custar caro, eu sei bem disso, pois esta minha luta já me custou, em tempos, o desemprego, mas é uma luta que vale a pena, pois é por algo de fundamental, o nosso futuro. Compro na sua grande maioria produtos portugueses, sejam produtos alimentares, têxteis, etc, é o que muitos deveriam fazer, no entanto, enganados, compram na sua maioria estrangeiro. No final do dia sentam-se no sofá a ver casas dos segredos e afins, expoente máximo da degradação humana a que estamos sujeitos.
Preocupa-me que as más decisões que temos tomado se vão reflectir ainda mais negativamente nas próximas décadas, com perda acentuada de soberania e quiçá da nossa própria identidade enquanto país.
Dentro desta tristeza, há apenas uma coisa que me anima, é que mesmo anestesiados e amordaçados, poderemos, eventualmente, reverter tudo isto, bastanto acreditar no futuro melhor, o qual só se poderá efectivar se deixarmos de ser passivos e começarmos a ser activos em prol de um país que é grande, acreditem.
Por mais que os fiordes da Noruega, os alpes suiços, as grutas da Eslovénia, e muitos outros mais me tenham marcado, nada me marca mais do que o meu país, da minha cultura, dos meus amigos e de tudo aquilo que ainda faz com que Portugal seja um país mesmo especial. Dêm valor ao que ainda temos, pois depois de perdido, o arrependimento não valerá de nada.
Não temos recursos? Redondamente enganados meus caros, isso é o que vos têm feito crer...
Estou felicíssimo por estar de volta a Portugal, isso é certo. Passei por uma má experiência nos últimos tempos, mas isso é passado, o futuro é agora e há que trabalhar em prol dele.
O azinheiragate, esse continuará, para alegria de muitos e desespero de alguns. Irei refinar o azinheiragate, investindo ainda mais no nosso património, na nossa cultura, no lar que é a Natureza, enfim, em tudo aquilo que nos possibilita ter uma identidade muito própria e que inveja muitos povos. A aprendizagem, essa continuará igualmente, já que a partilha de conhecimento tem feito com que eu aprenda também com todos aqueles que têm interagido com o azinheiragate, algo que faz de mim uma pessoa melhor e que por isso mesmo agradeço, pois estamos a aprender desde que nascemos até ao momento que morremos.
Irei investir mais tempo em algumas incursões específicas na região de Sicó, pois só assim poderei fazer chegar a todos vós muita da riqueza desta região. Sozinho ou com os muitos amigos que tenho, e que partilham e ajudam no divulgar da região de Sicó, estarei por aqui em defesa da região de Sicó.
Irei continuar a ser incisivo na luta contra a corrupção que tem desvirtuado uma região fantástica, como é a região de Sicó, por isso, e para aqueles corruptos quer sei que vão acompanhando o azinheiragate, digo que o vosso livro de cheques não me compra por nenhum dinheiro deste mundo, e as vossas ameaças, directas ou indirectas, não me metem medo.
Para finalizar este meu comentário, que representa formalmente o meu regresso às "hostilidades", sei que as coisas estão diferentes em alguns locais específicos da região de Sicó, daí que nas próximas semanas alguns dos comentários possam ser relativos a estas transformações, as quais podem ser para melhor ou para pior. Estarei bastante atento nomeadamente á questão da perda de identidade regional que tem assolado a região de Sicó, mas cada coisa a seu tempo...
O caminho para a região de Sicó é simples, mas decisões firmes têm de ser tomadas, resta saber se querem continuar a ouvir os mesmos de sempre ou ouvir o património que se está a perder e que pode mesmo ser a saída que precisamos para um futuro melhor. A decisão é vossa, no entanto a minha decisão já está tomada há muito tempo. O azinheiragate serve para isso mesmo, partilhar o património que por ali existe e que infelizmente tem sido francamente menosprezado. Espero que a "crise" ao menos reeduque muitos que precisam de ter umas lições de vida, pena é que muitos outros inocentes paguem bem caro esta crise. Muito poderia ter sido evitado...
O caminho para a região de Sicó é simples, mas decisões firmes têm de ser tomadas, resta saber se querem continuar a ouvir os mesmos de sempre ou ouvir o património que se está a perder e que pode mesmo ser a saída que precisamos para um futuro melhor. A decisão é vossa, no entanto a minha decisão já está tomada há muito tempo. O azinheiragate serve para isso mesmo, partilhar o património que por ali existe e que infelizmente tem sido francamente menosprezado. Espero que a "crise" ao menos reeduque muitos que precisam de ter umas lições de vida, pena é que muitos outros inocentes paguem bem caro esta crise. Muito poderia ter sido evitado...
27.9.11
No seu melhor!
Pois é, o teatro também é património, portanto nada como ajudar à sua divulgação. E caso a desculpa seja o preço, então não há mesmo desculpa...
O Teatro Olimpo está de parabéns por todo o trabalho que tem desenvolvido desde há vários anos, o resultado do seu esforço e perseverança está à vista de todos já há muito tempo, e ainda bem que assim é.
Deixem a televisão desligada e vão ao encontro da cultura, é esta a sugestão do azinheiragate!
Deixem a televisão desligada e vão ao encontro da cultura, é esta a sugestão do azinheiragate!
22.9.11
O BTT e a sua relação com o património natural e cultural da região de Sicó
É um dos muitos temas sobre o qual tenho particular gosto em falar, a relação de uma actividade desportiva e/ou de lazer, com o património da região de Sicó, seja património natural, cultural ou outro mais.
Juntar o andar de bicicleta com a fruição deste valioso património é algo de fabuloso, isso é um facto. Diria mais, o andar de bicicleta, seja de estrada ou não, é a forma mais interessante de conhecer todo o património da região de Sicó, dado que muito facilmente se consegue ir a locais que de outra forma não se consegue ir. Obviamente que a pé conseguiria ir a todos os locais de interesse, mas de bicicleta consegue-se ir a muitos mais, e de forma mais rápida.
Tenho visto com algum interesse o papel de alguns grupos de BTT nesta questão, os quais têm realizado muitas provas, as quais têm trazido muitos visitantes à região de Sicó. Não vou aqui falar de alguns erros que tenho observado neste âmbito, isso fica para outras oportunidades, embora já tenha, por uma vez feito uma chamada de atenção para aspectos menos positivos. Interessa-me, por agora, dar uma palavra de apreço aos clubes de BTT da região de Sicó, caso dos ansibikers, deixando eu o desafio para que no próximo ano seja realizado uma prova de BTT denominada por exemplo como “Trilhos da geodiversidade de Sicó”. Quem estiver interessado em desenvolver esta ideia, pode facilmente entrar em contacto comigo, que eu darei o devido apoio técnico, com vista à organização de uma prova com evidente interesse turístico, e logo de forma inovadora.
Como sou uma pessoa que faz questão de utilizar a bicicleta no seu dia-a-dia, coisa rara na região de Sicó (bem vinda e-ginga!), tenho uma especial apetência por esta questão, ainda mais podendo aliar este meu gosto à questão profissional. Em 2008 elaborei dois percursos de BTT, pensando exactamente na questão do património natural e cultural, percursos estes que englobaram um sector que engloba Ansião e Alvaiázere. Lamento que nenhuma das autarquias tenha aproveitado o trabalho, mesmo que eu tenha oferecido cópias, em digital e em papel, aos respectivos municípios...
Fica então a nota sobre um tema que interessa cada vez a mais pessoas, sejam ou não da região de Sicó. Brevemente voltarei a esta questão, mas de uma forma diferenciada, para já deixo aqui a ponta do novelo, a qual espero que alguns de vós comecem a puxar, pois vale mesmo a pena!
Só mesmo para finalizar, e para quem pretende adquirir uma bicicleta, seja de estrada ou de BTT, o meu apelo vai no sentido da preferência sobre as marcas nacionais, pois mesmo apesar de poucas, temos marcas de qualidade, que exportam. O que é nacional é bom! E caso me venham com a conversa que são caras, eu direi apenas que é falso, pois, a título de exemplo, tenho visto várias pessoas a comprar bicicletas desdobráveis, de marcas estrangeiras, por 300 euros (ou bem mais...), e eu, ainda em 2010, comprei uma, de marca tuga, por uns meros 150 euros, estando plenamente satisfeito com a aquisição. A crise também o é devido ao nosso infundado descrédito sobre o produto nacional!
Só mesmo para finalizar, e para quem pretende adquirir uma bicicleta, seja de estrada ou de BTT, o meu apelo vai no sentido da preferência sobre as marcas nacionais, pois mesmo apesar de poucas, temos marcas de qualidade, que exportam. O que é nacional é bom! E caso me venham com a conversa que são caras, eu direi apenas que é falso, pois, a título de exemplo, tenho visto várias pessoas a comprar bicicletas desdobráveis, de marcas estrangeiras, por 300 euros (ou bem mais...), e eu, ainda em 2010, comprei uma, de marca tuga, por uns meros 150 euros, estando plenamente satisfeito com a aquisição. A crise também o é devido ao nosso infundado descrédito sobre o produto nacional!
18.9.11
Chega de eucaliptos na região de Sicó!
O comentário é muito simples, embora cheio de significado: "eucaliptos não, carvalho cerquinho e azinheiras sim, Sicó agradece!".
12.9.11
Património oculto
Podia ser um qualquer livro, no entanto foi este. O motivo foi muito simples, como estou longe de Sicó, apenas os conteúdos online estão ao meu alcance, daí ter escolhido este livro a que faço referência neste mesmo comentário.
Devido ao facto de recentemente ter feito um pequeno trabalho de investigação, no âmbito de história ambiental, decidi obviamente escolher um sector da região com a qual mais me identifico, ou seja Sicó. Mais precisamente foi sobre a freguesia de Pousaflores, no concelho de Ansião.
Nunca tinha lido este livro, no entanto fiquei bastante surpreendido, pela positiva, depois de agora o ter lido. Na minha perspectiva, de geógrafo, é um bom livro, de onde se pode retirar muita informação relevante, a partir da qual se pode elaborar a história ambiental daquela freguesia e compreender também a questão num contexto regional. Através da leitura deste livro, fiquei factualmente a conhecer melhor não só Pousaflores, bem como Sicó.
O que pretendo salientar com este comentário, é que este e muitos outros livros sobre a região de Sicó, genericamente falando, têm nas suas páginas muito património oculto, o qual pode ser (re)descoberto por muitos de nós. Infelizmente o gesto de ler um livro é cada vez menos um hábito para muitos, tem-se prescindido disso em prol de actividades que não estimulam as mentalidades dos que vivem na região de Sicó (e não só). Lamento que especialmente os jovens, em vez de se lançarem à (re)descoberta da região de Sicó, prefiram ficar em casa, não a ler o belo livro de vez em quando, mas a perder tempo em coisas supérfluas. Isto já para não falar daqueles que fazem dos bares a sua casa, mas isso já são outras discussões, fora do âmbito do azinheiragate.
Costumo analisar as estatísticas, em termos de visualização dos comentários por mim publicados, por isso sei que este não será dos mais visualizados. No entanto, o que me move não são os números, é sim o partilhar do conhecimento, e aí sim, sei que alguns vão ler este comentário e compreender na plenitude a sua importância!
Deixo-vos com um link bem interessante, onde o património tem um papel preponderante:
Deixo-vos com um link bem interessante, onde o património tem um papel preponderante:
9.9.11
Ordenamento do Território: o que não deve acontecer...
Há alguns meses atrás tentei abordar esta questão de uma forma particular, no entanto os ortofotomapas do google earth não tinham a definição necessária a uma boa descrição dos factos. Agora que a imagem permite uma boa visualização, parto então para a discussão do problema, que complementa então o que inicialmente retratei sobre este assunto.
Da primeira vez falei do interesse privado que se sobrepunha ao interesse público, desta vez falo de ordenamento do território, puro e duro. Depois de um mês em que apostei forte em questões relacionadas com o ordenamento do território, prossigo, este mês, com um exemplo do que não deveria acontecer, desta vez em Ansião.
O caso sucedeu-se entre 2009 e 2010, e os factos resumem-se a um alargamento ilegal de uma unidade de produção de frangos, situada a escassos 1000 metros do centro da Vila de Ansião. Esta ilegalidade chegou a ser detectada, portanto o mínimo que se exigia seria demolição das partes aumentadas, bem como a respectiva coima pecuniária. Mesmo eu, que conheço demasiado bem este caso, fui surpreendido pela obra, o que até é compreensível, já que a mesma foi escondida, chegando-se ao cúmulo de colocar uma manta/tapume escuro em redor da obra, de modo a que ficasse dissimulada no meio do carvalhal. (apenas notei esta situação quando por mero acaso estava a georeferenciar um local de depósito de resíduos - foi dali que vi o tapume - , pertinho da antiga Intercer, no âmbito do Limpar Portugal 2010, em Fevereiro de 2010, e nessa altura curiosamente estava ali bem perto um indivíduo que olhou para mim, com cara de poucos amigos...)
Muito resumidamente ocorreu uma situação de violação do PDM e da Rede Natura 2000, já que aquela área mais a Norte, entretanto aumentada, era um carvalhal do belo carvalho cerquinho. Como podem ver é uma situação duplamente gravosa.
Por mais que faça um esforço, não compreendo como é que se legalizou algo que nunca poderia ser legal, dando-se ainda por cima o benefício ao prevaricador, que demonstrou má fé ao tentar esconder a obra ilegal. Digo isto porque sinceramente esperava mais de um município que deveria ter sido exemplar também neste caso. Em vez de começar a negociar a saída desta unidade indústrial a médio prazo, já que está demasiado próxima do núcleo urbano, facto que já causa mau cheiro em muitas ocasiões, possibilitou-se que o problema se agrave, em vez de o mitigar.
Pessoalmente, sei que o cheiro é péssimo em muitas ocasiões, nomeadamente no Verão e em situações de calma meteorológica. Curiosamente, ainda há coisa de 2 ou 3 anos, houve quem tentasse promover um abaixo assinado, o qual diria que afinal não cheirava mal (?), felizmente que não teve sucesso e não é preciso ser muito inteligente para perceber a razão disso mesmo. Possivelmente quem tentou promover este abaixo assinado esqueceu-se, entre outros, de um facto que faz toda a diferença, é que quem trabalha por muitos anos nesta actividade (avícola) fica com o olfacto "descalibrado". Eu sei bem o que isso é, e depois de ter deixado de trabalhar neste sector (1999) é que notei a diferença.
Esta situação tem dado imensa polémica no bairro próximo aquela indústria. Algumas pessoas já se insurgiram contra esta situação, algumas vezes de forma correcta outras nem por isso, já que já houve vezes onde certas pessoas se vingaram em tribunal, em pessoas que não tinham nada a ver com este caso, em situações fora do âmbito desta situação em especial, algo a lamentar. O mal combate-se de forma correcta e honesta, não há que aproveitar situações externas para vinganças alheias.
Pormenores à parte, o intuito deste meu comentário, serve apenas e só para demonstrar a razão de muitas vezes as coisas correrem mal, quando se passa ao lado das regras. Legalizando o que foi feito de forma ilegal não é nem nunca será solução. Para se exigir algo aos cidadãos tem de se dar o exemplo, e neste situação, em particular, o exemplo não foi, de todo, dado. Apesar de em Ansião o cenário ser bem mais positivo do que em Pombal e/ou Alvaiázere (de longe...), também aqui há maus exemplos, este é um deles, já que o benefício não é para a comunidade, mas apenas para o interesse privado.
Um dos muitos problemas que temos em Portugal é precisamente o "esquecer" as regras, de vez em quando, daí esta minha chamada de atenção num caso que interessa a todos aqueles que vivem na Vila de Ansião. Muitas pessoas só irão começar a compreender o problema quando as obras na envolvência do rio Nabão estiverem concluídas, nessa altura, num qualquer dia, o seu olfacto irá ser perturbado por um cheiro nada agradável, não havendo nada mais a fazer senão "deliciar" o belo cheiro.
Sei que este meu comentário poderá ser mal interpretado por algumas pessoas, umas que prezo, outras nem por isso, mas a vida é assim mesmo. Eu critico as opções e atitudes e não as pessoas, de forma correcta e construtiva, daí estar plenamente tranquilo com tudo aquilo que descrevo e sem qualquer receio de reacções menos amistosas.
As críticas honestas e construtivas devem servir para melhorarmos as nossas actuações, daí este meu contributo. Sei que em alguns casos haverá concerteza melhorias, caso da Câmara Municipal de Ansião, a qual tem demonstrado nos últimos tempos um comportamento genericamente muito positivo em algumas questões ambientais. Noutros casos, sei que as melhorias são muito difíceis, quiçá impossíveis, no entanto só informando e discutindo questões como esta se pode tentar promover as desejadas melhorias, é esse o meu objectivo.