11.4.11

As falácias de um projecto ambiental...

Outro dia li num jornal que há pessoas que tentam através da mentira fazer passar alguns factos como verdades irrefutáveis, este é precisamente um dos âmbitos deste meu comentário. Mas não só, irei demonstrar factualmente a razão da falha de projectos de índole ambiental, o último gralhos não foi por acaso, foi apenas uma introdução.
Sempre desgostei a mentira e a incompetência, tentando de forma honesta e construtiva denunciar vários casos na região de Sicó, este é apenas mais um triste exemplo disso mesmo.
Já em 2009 alertei para um projecto feito literalmente em cima do joelho, faltando-lhe muito do que torna um projecto vencedor:
Depois de ver, novamente, nas últimas semanas a divulgação pomposa do nada recente projecto "Alvaiázere - Património Gerador de Riqueza", fiquei perplexo por dois motivos.
O primeiro é mais simples de explicar, é referido que um dos objectivos deste projecto é o de, cito, "requalificar 11 escolas primárias centenárias actualmente desactivadas". Já li esta frase várias vezes e insistentemente diz-se que as escolas são centenárias, quando afinal são escolas do Estado Novo (1933 - 1974), portanto não são edifícios centenários. Não serão sim escolas do Plano dos Centenários? (http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_dos_Centenários) Este é um facto que insistentemente se tem tentado fazer passar por verdade, foram já várias as vezes que a imprensa regional publicitou, sem saber, desta falácia. Lamento profundamente que isto teime em acontecer de forma recorrente, e sempre vindo da mesma fonte. Lamento igualmente que, de alguma forma, seja a credibilidade de uma instituição pública respeitável que fique prejudicada, pois erros destes acontecem muito frequentemente, mostrando que a competência deixa muito a desejar.
O segundo motivo é mais complicado, embora fácil de demonstrar. Isto por um motivo muito simples, é numa área que investigo deste 2005, tendo já publicado por 5 vezes sobre esta mesma área.
O projecto referido, contempla uma rede de percursos pedestres, os quais foram igualmente feitos sem base técnica, já que precisamente no local que vou destacar, é apresentado um percurso sem que se tenha ido ao terreno, facto que demonstra de forma irrefutável a falta de bases e a incompetência.
As fotos que vêm mais abaixo são do canhão fluviocársico do Vale da Mata, em Alvaiázere, um local bem bonito. Quem esboçou o percurso, que de forma irresponsável o propôs para o fundo de vale, não foi ao terreno, senão vejamos:
O sector intermédio do vale está intransitável seja a quem for há mais de duas décadas, é impossível lá passar, a vegetação é instransponível, já para não falar nos pedregulhos no fundo (foto3 - é da parte que ainda se consegue andar alguma coisa). A jusante, existe uma lixeira enorme, com uma área média de 2000 metros quadrados, a qual entulha o vale no sector justante do Vale da Mata, antes mesmo do Vale da Couda. Estes factos são a prova irrefutável de que o trabalho de secretária sem campo além de não valer nada faz perder muito dinheiro aos contribuintes, senão vejamos:
- Para tornar este canhão fluviocársico transitável será necessário um investimento avultado, o qual não está previsto no caderno de encargos. Em primeiro lugar, só a limpeza duraria cerca de 2 semanas, depois, a limpeza da lixeira demoraria igualmente duas a três semanas (e várias dezenas de camiões cheios de pedra e lixo de todo o tipo), isto caso houvesse estrada até à mesma, pois não há.
Além disto tudo, caso isto fosse feito, seria perigoso um percurso pedestre pelo fundo de vale, percurso que nunca seria aprovado pelas entidades oficiais, pois um percurso pedestre não pode por em risco a integridade do pedestrante, algo que efectivamente acontecerá naquele local... O ICNB será que sabe deste projecto em termos concretos? Será que o aprovou em sede própria, já que a área é em Rede Natura 2000?
Lamento que as coisas sejam feitas de forma amadora em Alvaiázere, sempre pelas mesmas pessoas. Lamento que para o projecto dos percursos pedestres, as ideias que apresentei em 2007 e 2009, nomeadamente para este local, fossem pura e simplesmente deitados para o lixo, nem recicladas foram, tal o ressabiamento. Considero lamentável que havendo percursos já elaborados formalmente, estes tenham sido postos de lado, provavelmente porque quem os fez tinha sido eu. Ao invés, faz-se numa folha de rascunho, quiçá em cima de uma moto4, alguns rabiscos que tendem a passar por percursos pedestres.


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