Falando agora no que toca à minha formação na área, notei à quase duas semanas que a água estava barrenta, algo que qualquer visitante pode observar até à 3 dias, aquando do esvaziamento do pequeno açude, só uma semana após o ocorrido me desloquei ao local para fazer registo fotográfico.
Basicamente o que aconteceu para a água ter ficado assim, foi o facto de derivado do facto de não ter sido elaborado um estudo hidrogeológico, a água está a ser retirada sem que se saiba a real quantidade que existe nas duas galerias desta nascente. Desta forma, devido ao bombeamento irracional de água, ocorreu erosão de um depósito lá em baixo (falando em linguagem mais simplificada). O nível de água baixou devido àcção irracional do bombeamento de água e por isso houve um problema que se irá repetir muitas vezes, causando danos nas cavidades...
Já tinha avisado para este e outros factos, que agora qualquer um pode ver na prática os seus efeitos à superfície (para ver lá em baixo só mesmo com o auxílio dos espeleólogos).
No futuro irão ocorrer mais factos gravosos, basta um ano de cheia para todos podermos ver ao vivo estes mesmos problemas, com a agravante de depois de ocorridos quem vai pagar a factura são os nossos impostos e não quem equacionou mal este projecto.
Deixo-vos agora com alguns maus exemplos, a jusante, que vão contribuir para que um destes anos haja chatice da grande para os ansianenses:
Ao fundo vemos a ponte que passa por cima do IC8, apenas a 500m dos Olhos de Água. Esta ponte é outro dos problemas graves que aqui assistimos, já que funciona como uma "rede" para a água que escoa dos Olhos de Água (a água escoa para ali desde o Camporês, Casal e Várzea de Santiago da Guarda). Desde que esta ponte foi feita ainda não houve nenhum ano de cheia, mas quando vier.... Esta deveria ter sido feita integralmente em tabuleiro e não em aterro.
Finalmente, nesta última foto, podem ver outro dos maus exemplos, algo que não deveria ter sido aprovado pela Câmara Municipal de Ansião, pois é um péssimo exemplo em termos de ordenamento territorial, situando-se a apenas 100m da ponte.
Trata-se de um muro que marca o limite de um terreno (ver seta a branco). Este muro é transversal ao leito de cheia, algo que nunca deveria ser permitido, já que em ano de cheia este muro vai causar muitas chatices, dificultando o normal trajecto da água. A solução aqui poderia ter sido permitir apenas a construção de um muro que deixasse a água, no seu leito de cheia, passar livremente, por exemplo um muro com pequenos postes em madeira com uma pequena vedação. Desta forma ficaria salvaguardada uma situação problemática, bem como impedida a passagem de estranhos pelo terreno do proprietário.
Este último ponto é complicado, já que infelizmente em Portugal muitas vezes é perigoso andar em terreno alheio, mesmo que sem más intenções! Por exemplo, na Noruega podemos andar livremente por terrenos privados, mas isso é tema para outro dia....
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