27.7.23

Artesãos do vime, embaixadores do património local!

Há umas semanas tive o privilégio de estar algum tempo com alguns dos artesãos e artesãs da Associação Cultural e Recreativa de Torre de Vale de Todos. Enquanto conversávamos até fiz algo que já não fazia há décadas, ou seja descascar vime. Durante o tempo que ali estive tive a possibilidade de ver todo o processo e sentir coisas que era normal sentir na década de 80, quando a arte do vime ainda tinha muita visibilidade e artesãos que deixaram um legado cultural de grande importância. É este legado que está a ser trabalhado, e muito bem, por esta Associação e que merece todo o apoio e visibilidade. E o apoio pode ser precisamente o apoio que faz isto andar, ou seja adquirir cestaria. E sim, a cestaria é útil no vosso dia-a-dia. Uma cesta para o pic-nick, uma cadeira de vime, etc, não faltam desculpas para comprar algo de útil e que valoriza esta arte, a região e os novos artesãos. Lembrem-se que isto também pode significar empregos locais, com base em recursos locais. É isto que precisamos para desenvolver este território e valorizar todas as suas riquezas naturais, culturais, etnográficas, etc, etc.

E lembrem-se que o associativismo é dos nossos maiores tesouros!




 

22.7.23

A Terras de Sicó sai pela porta pequena deste processo...

Fonte: Jornal Terras de Sicó, Ed. 200

 

Fonte: Jornal de Leiria, Ed. 2033

18.7.23

Encosta, encosta e depois...


Sempre que tenho essa possibilidade, gosto de percorrer as ruas de Pombal e observar aqueles pequenos pormenores que ou passam despercebidos à maioria, ou que apesar de num primeiro momento não passarem despercebidos, rapidamente são esquecidos. Há poucas semanas deparei-me com isto, na Rua Professor Alberto Martins Oliveira e achei que era algo que valia a pena aqui debater. Do que falo? Bem, há ali três espaços, dois deles onde houve em tempos árvores e outro onde, havendo uma árvore, esta está torta. Porque isto aconteceu? Bem, pelo facto das árvores não terem uma protecção em metal que as proteja dos encostos dos carros que estacionam. A falta de protecção em árvores jovens é uma sentença de morte nestes casos, já que há muita gente que não sabe estacionar e bate nas árvores, levando a que não durem muito tempo...
Como resolver? Bem, criando uma protecção de metal que salvaguarde as árvores das investidas dos carros. Ah e tal, isso estraga os carros. Problema vosso, aprendam a estacionar, simples!!!
Não sei em quantas ruas isto acontece, mas espero que este comentário sirva o propósito dos pombalenses pensarem esta questão, bem como as entidades públicas, no caso Junta e Câmara de Pombal. Pombal precisa de árvores na cidade!

14.7.23

Bem-vindas!

Há poucas semanas, aquando da última visita à terra, deparei-me com algo há muito esperado, ou seja o regresso das bicicletas partilhadas a Ansião. Já aqui falei das bicicletas partilhadas em Ansião, bem como dos problemas que levaram ao insucesso das mesmas numa primeira fase. Espero que nesta segunda tentativa as coisas corram bem melhor. Para já algumas melhorias, as bicicletas são mais adequadas (as outras enferrujaram rapidamente...) e há mais locais para estacionamento (ex. tribunal). É importante que assim seja, pois é isso que faz a diferença quando queremos fazer trajectos práticos e sem preocupações.

Claro que isto é um caminho que se faz caminhando, ou melhor, ciclando, havendo muita aprendizagem a ser feita para ir melhorando o projecto. Parte da aprendizagem foi feita numa primeira fase e assim continuará nesta segunda fase, ainda em testes, a qual incorpora naturalmente o que se aprendeu aquando da primeira fase. Eu, enquanto membro de uma associação ciclável, vejo isto com interesse redobrado. Ansião precisa de mais bicicletas a rolar na estrada e menos carros no centro da vila, além de zero carros nos passeios, tal como vergonhosamente se vê pelas ruas da vila.

As bicicletas são o meio de transporte mais eficaz nas curtas e médias distâncias em meio urbano e Ansião não é excepção. Há uns anos fiz este exercício, precisamente na Vila de Ansião, o qual mostrou que a desculpa do morar "longe" é apenas uma desculpa esfarrapada para muitos que pegam no carro para fazer 1 ou 2 km... E lembrem-se que ainda há uns 20 anos surgiu uma ideia peregrina de criar um parque de estacionamento subterrâneo no meio da vila, felizmente que não se concretizou. O problema é só um, a mentalidade, a qual para muitos é que as bicicletas são para os pobres e para quem não tem alternativa. Uma das memórias mais curiosa que tenho de andar de bicicleta em Ansião é essa mesma, pessoas a olhar para mim, enquanto miúdo, como um coitadinho, um ser menor. Estas pessoas eram as que eu denominava como polidoras do passeio. Os anos passaram, tornei-me o que sou e tenho 5 bicicletas. O carro só é utilizado quando realmente necessário. Eu não vivo para as aparências, mas sim para ser feliz. E andar de bicicleta faz-nos tão felizes! Experimentem!!



 

9.7.23

Um novo nome para o Jardim das Laranjeiras: Jardim dos Paus Secos

Foi em 2018 que tirei as primeiras fotografias, após saber do projecto que iria mudar o Jardim das Laranjeiras, em Pombal. Depois, em 2021, com a "requalificação" deste espaço verde efectuada, voltei a  fazer registo fotográfico nos mesmos sítios de 2018, de forma a ter uma boa perspectiva do antes e do depois.

Eis que em 2023 volto a focar a minha atenção neste espaço verde para constatar que o cenário é... outro. Agora podem mudar o nome do jardim para "Jardim das Laranjeiras Secas". #ironia

Isto acontece porque teimamos em não fazer as coisas como deve ser. Há responsabilidades neste desfecho, mas infelizmente os culpados dificilmente serão responsabilizados. Em Portugal não damos valor ao planeamento e ao conhecimento. Também não damos valor à profissão de jardineiro. E não valorizamos os nossos espaços verdes... 



 

4.7.23

Um espectáculo sonoro, natural, épico! Oiçam com o volume no máximo...


Ontem assisti a um dos mais espectaculares eventos que a Natureza de Sicó me proporcionou. Ia com um amigo do património num determinado local em Sicó, a fazer reconhecimento quando, de repente, começámos a ouvir um som ensurdecedor. Milhares e milhares de cigarras na sua cantaria. Já desde criança que o som das cigarras me encanta, contudo nunca tinha visto nem ouvido nada a esta escala. Uma coisa é meia dúzia de cigarras a cantar, outra bem diferente é um cenário onde ao longo de 1 km nos deparamos com milhares e milhares de cigarras a cantar e a voar. Nunca sequer tinha ouvido falar de algo semelhante. Não sei se este evento natural é reflexo dos incêndios de 2022, talvez algum biólogo nos possa elucidar sobre esta situação.