18.7.16

O dinheiro manda mais do que o ordenamento do território?



Sim, manda, é um triste facto. O dinheiro manda mais do que o ordenamento do território, esta é a triste realidade também na região de Sicó.
Há 1 ano denunciei um caso de violação do Plano Director Municipal de Ansião e de violação da Rede Natura 2000, algo de duplamente grave no domínio do ordenamento do território. Há poucas semanas deparei-me com algo que, diga-se, era mais do que expectável.
Mas passemos aos factos. Em 2015, e num terreno adjacente à zona industrial do Camporês, o qual era Reserva Ecológica Nacional e RN2000, foi alvo de uma obra ilegal, feita à revelia das mais elementares regras, legalmente instituídas. A determinado momento, e após denúncias (parece que foram pelo menos duas denúncias), a obra parou.
Nesse momento, o dono da empresa em causa (Ferrus), Luis Santos, foi questionado pela imprensa regional (RL), à qual respondeu que aquela obra não era da responsabilidade da sua empresa e que era apenas arrendatária. Afirmou convictamente que era da responsabilidade de uma outra empresa, a Santgm Investimentos. Esqueceu-se de dizer um pormenor curioso, o facto de que era sócio da Santgm Investimentos. Será que o Sr. Luis Santos não sabe que hoje em dia informação comprometedora, em termos éticos e morais, está ao alcance de um clique? O mesmo Sr. Luis Santos afirmou que não sabia que a ampliação se situava em área de RN2000 e que houve um erro técnico no projecto. Pergunto eu ao Sr. Luis Santos, sabe qual é o papel de um gestor? Sabe o que se chama a isto? Eu denomino isto como incompetência pura e dura. Diga o que disser, e sendo eu profundo conhecedor desta matéria, deixei de acreditar no pai natal há muitos anos, portanto essa do "não sabia" comigo não cola.
Mas o caso não ficou por aqui, pois o autarca local, Rui Rocha, em vez de pugnar pelo ordenamento do território, fez precisamente o contrário, ou seja defendeu o prevaricador (que falta ao dever), favorecendo o interesse económico e privado, algo que lamento profundamente. Diga-se de passagem, já é habitual por parte deste autarca e já denunciei outros casos similares.
Em Ansião, e não só, quem tem poder económico e poder político consegue atropelar muitas das regras que têm como intuito garantir o bem comum, é a nossa triste sina. Quem não tem poder económico nem poder político, fica apenas com o poder dos factos e contra factos...
Há um ano, e na imprensa regional (RL), eu disse que seria mais um caso de facto consumado, pois, e na minha opinião, esta obra teve esse mesmo intuito. Passado um ano, o facto consumado  está à vista e tudo com o apoio de quem mais deveria pugnar pelo ordenamento do território e pelas regras às quais está comprometivo enquanto autarca, ou seja o Sr. Rui Rocha, que, na minha opinião de geógrafo, não está, de todo, à altura neste domínio. E é pena que assim seja...

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