23.11.24

Cercear não é solução!


Foi em 2013 que fotografei este local, quando abordava os lavadouros de Sicó. Há algumas semanas uma pessoa minha conhecida questionou-me se já tinha lá passado desde que tinham iniciado umas obras. Fiquei curioso e disse que ia lá voltar logo que pudesse, tendo assim feito isso mesmo há pouco tempo. Falo, claro, do que se passa no lugar do Furadouro, Condeixa.
Neste primeiro comentário vou apenas focar a questão do poço, guardando para um dos próximos comentários a obra ao lado...
Mas vamos então ao comentário. Compreendo perfeitamente a necessidade de acautelar o perigo, relativo, que representa um poço destes, de fácil acesso e onde pode perfeitamente ocorrer um acidente. O pessoal é cada vez mais fofinho e infelizmente isso traz consigo problemas também no que concerne ao usufruto do património construído. Mas faz algum sentido cercear desta forma o poço, afectando gravemente a contemplação do mesmo? Não haveria uma forma mais racional e menos intrusiva de diminuir o risco de acidente ou incidente neste local? Estamos a chegar ao ridículo de impedir o usufruto de património tão relevante como os poços de pedra da região de Sicó!


Imagem Google Earth


 

15.11.24

O civismo e o respeito pelos peões está nas ruas da amargura...


Nos últimos tempos tenho tido a felicidade de regressar a Ansião de uma forma mais regular, facto que, para minha imensa alegria, me tem permitido passar algum tempo por aqui, estar com amigos e desfrutar da região que mais me alegra o coração. Contudo esta alegria é limitada, já que há um reverso que me indigna. Este reverso tem a ver com um crescendo de falta de civismo de tantos condutores e condutoras, os quais estacionam, diga-se que impunemente, nos passeios, barrando os mesmos à circulação dos peões, que assim têm de ir para a... estrada.
Não, não há desculpas, há apenas falta de civismo, falta de respeito pelos peões e uma banalização de comportamentos pouco dignos numa sociedade avançada. Aquando das obras nas ruas da Vila de Ansião, colocaram pilaretes, contudo eles foram desaparecendo ao longo dos anos (até chegaram a vandalizar uns quantos...) e com isso começando e alargando-se os abusos que se tornaram diários e banais. Para mim é irrelevante de quem são os carros que as fotografias mostram, o que é relevante é a infracção que todos eles estão a cometer. Até naquele lugar reservado a pessoas com deficiência, ao lado da biblioteca, tem sido ocupado indevidamente.
Até quando vamos tolerar esta pouca vergonha? Cada uma destas fotos foi tirada nas várias vezes que estive em Ansião nos últimos tempos. Ganhem mas é vergonha na cara e estacionem onde é legal. E basta andar umas dezenas de metros para ter lugares disponíveis e livres de pagamento. Mas andar cansa não é?!
Para mim isto resolvia-se facilmente, criando mais lugares para cargas e descargas e limitando fortemente todos os demais estacionamentos no centro. E além disso já há mais de 10 anos que fiz uma proposta a quem de direito, a de criar um parque de estacionamento no mercado municipal, num piso dedicado a esse efeito aquando da construção de um novo mercado. E fiscalização, falta muita fiscalização. Na última vez que estive por Ansião até um antigo agente da autoridade, já reformado, vi a estacionar num passeio, em zona de passadeira. 
É incómodo falar disto? Temos pena...
























 

10.11.24

Eles andam aí...


Por uma questão que quem lida com isto sabe bem, não vou divulgar exactamente onde foi, podendo apenas dizer que foi na região de Sicó, em pleno carso, que os vi. Apesar de saber de avistamentos de cervos na nossa região, e registos fotográficos dos mesmos, e como infelizmente passo cá pouco tempo, nunca tinha tido a sorte de me deparar com estes belos animais. Foi por mera casualidade, e sem que estivesse minimamente à espera, que me cruzei com estas beldades, uma fêmea e um juvenil, algures neste belo território. Tive a sorte de ter a máquina fotográfica à mão, contudo não consegui tirar boas fotos, já que não os queria perturbar. Mal os vi parei o carro e saquei logo da máquina fotográfica que estava mesmo à mão. Foi, portanto, uma emoção este encontro com os nossos companheiros desde belo planeta Terra! 

5.11.24

Um grave problema ambiental se avizinha, portanto lanço o repto!

Pode-se dizer que mesmo apesar de eu já lidar com a temática dos plásticos há muitos anos, há algo que só há poucos anos me abriu os olhos para uma das muitas problemáticas associadas aos plásticos, ou seja os microplásticos. Foi numa praia do País Basco que vi todo um areal poluído por microplásticos. A partir daí, e mesmo apesar de eu já estar consciente do problema, tudo mudou, pois comecei a investigar mais esta questão particular e a sensibilizar mais as pessoas.

Mas isso foi apenas a primeira parte, já que este ano investi mais tempo nas leituras científicas sobre este verdadeiro problema, iniciando uma outra fase, na qual já percebi, de facto, que é um d problema muito mais grave do que pensava. Os microplásticos já chegaram ao nosso organismo e isso terá efeitos muito problemáticos e a vários níveis. Os microplásticos já chegaram ao nosso sangue, às partes baixas dos homens, etc. Só daqui a uma ou duas décadas as pessoas vão perceber a gravidade do que aí vem, daí ser fundamental mitigar desde já o problema. 

E o que veem nestas três fotografias representa um grave problema que se está a expandir em espaços públicos e privados, quase sempre em falsos espaços verdes, pois um espaço verde não inclui plástico e afins. Pelo facto do problema não ser ainda actualmente reconhecido na sociedade, lanço aqui um repto a todos os municípios da região de Sicó e todos os restantes, o de banirem pisos sintéticos, vulgo "relva" sintética dos espaços verdes e afins. A degradação desta "relva" sintética produz microplásticos e isso é uma ameaça factual à nossa saúde, daí o repto à mobilização e acção.



Quanto aos particulares que colocam "relva" sintética nos "jardins" das suas casas, façam um favor a vós próprios, retirem a mesma a coloquem estrato herbáceo e arbustivo, com espécies autóctones e sem grande manutenção e necessidade de água. Há uma grande diferença entre um jardim/espaço verde e um espaço com "relva" sintética. Não chamem jardim ao que se vê na imagem abaixo, pois não o é, é sim outra coisa.


Fonte: Facebook 



 

27.10.24

Não há respeito pelo património...


Fiquei profundamente indignado quando confirmei que o que me tinham dito era mesmo verdade. Foi há coisa de semana e meia que uma pessoa minha conhecida me disse que tinham deitado ramos de árvore dentro do forno de cal que existe na Sarzedela, Ansião, daí eu me ter deslocado ao local de forma a ver o que se tinha passado. 
Quando andaram a cortar vegetação nas faixas laterais à estrada, tiveram a imbecil ideia de encher o forno de cal ali existente de ramos de algumas das árvores que tinham cortado. É um acto imbecil, totalmente desrespeitoso por este elemento patrimonial tão relevante. 
Não sei quem foi, mas sei que a polémica é constante na limpeza a regra e esquadro destas faixas, maioritariamente efectuadas por empresas privadas que tanto lhes faz cortar o que for e fazer as maiores barbaridades, tal como esta. 
Já informei quem de direito sobre esta situação, de forma a ver se os ramos são dali retirados, portanto não sei se quando este comentário for publicado a situação já estará resolvida. 


 

23.10.24

Bom de ver a ser recuperado!


Já sabia que o muro que ladeia esta dolina ia ser intervencionado, daí aquando da minha última visita ali, há poucas semanas, não ter sido surpresa o que vi. O muro em causa estava em vias de ruir, daí ser necessária uma intervenção de fundo. Vou esperar pelo fim para ver como vai ficar e se tudo vai ser bem feito, já que, diga-se, uma colina é um ecossistema muito frágil, sendo necessário aconselhamento de quem sabe, nomeadamente biólogos e geomorfólogos especialistas no carso.
Sei que irão haver outras intervenções, portanto venham elas, esperando eu que sejam intervenções bem ponderadas, planeadas e executadas!
Ah, onde é? Não dizer faz parte da curiosidade! Toca a procurar, pois é bom conhecer o nosso território.

18.10.24

Foram apenas meia dúzia de gatos pingados que se dignaram a participar, acham bem?!



Com tanta coisa que fazer fui deixando passar uma nota que é importante que faça. Falo, claro, do processo de participação pública ocorrido há alguns meses, sobre o projecto "Defesa contra cheias de Pombal". Pelo facto de participar regulamente em processos de discussão pública vários, sei que em Portugal o grau de participação é regra geral escasso, contudo não compreendo como é possível num território onde residem dezenas de milhar de pessoas, tenham sido muito escassas as participações no projecto em causa. Uma entidade pública, uma entidade política, duas associações e dois cidadãos em nome individual apenas?! Algo de tão importante só fez levantar mais dúzia do sofá para darem a sua opinião?! Qual a justificação para isto? Em Ansião, e relativamente a outro projecto, fomos mais de 900!!! Em Alvaiázere fomos cerca de 200!!
Quando voltarem a haver inundações em Pombal, não se queixem...

 

14.10.24

Inauguração da Sede da Al-Baiaz





Este fim-de-semana foi especial para o associativismo da região de Sicó, pois no sábado, 12 de Outubro,  tivemos a inauguração da sede da Al-Baiaz, Associação de Defesa do Património. Foi em Alvaiázere e a nova sede é uma antiga escola primária, situada em Vendas de Maria (freguesia de Maçãs de D. Maria), cedida pela Câmara Municipal de Alvaiázere. Depois de recuperada, com o apoio financeiro quer da autarquia, quer de vários mecenas, além do trabalho de alguns voluntários amigos da Al-Baiaz, ficou com este belo aspecto. A recuperação do espaço cumpriu o que é desejável, ou seja de manter a traça e os pormenores, facto a aplaudir de pé. Notável trabalho!
Foi um dia de rever amigos do património e de fazer mais amigos do património, tendo eu saído dali bem feliz com o belo dia. 
Agora um pedido especial, associem-se à Al-Baiaz, de forma a que sejamos mais a trabalhar em prol do património de Sicó. São apenas 10 euros por ano, portanto não há desculpas. Eu faço parte de várias associações (seja enquanto sócio ou enquanto sócio e membro dos orgãos sociais). Na região de Sicó faço parte de duas, a Al-Baiaz e o Grupo Protecção Sicó.
No que concerne à Al-Baiaz, este novo espaço permitirá realizar actividades até agora difíceis, dada a falta de um espaço próprio e acessível a todos, portanto juntem-se a nós e vamos celebrar e divulgar o nosso património!

10.10.24

Caminhada "A Sicó dos Tordos"



"Os tordos já desapareceram há mais de 30 anos das Serras de Sicó, vamos caminhar na memória interpretando os modos de vidas das gentes de Sicó. Vivenciar a forma como dos patrimónios natural do calcário e do bosque mediterrânico o sangue e o engenho fez eira e beira, a pé os ratinhos em tempo de fome iam em rancho ceifar para a borda de água. O trabalho quase escravo do homem fazia a fusão de vida e natureza. O geógrafo Hugo Duarte convida-o para esta caminhada interpretativa dos valores do Sicó da aldeia do Casal Soeiro até ao cimo da serra do Casal Soeiro, na companhia do geógrafo João Forte especialista em património natural de defensor dos valores ambientais de Sicó, autor do blog AZINHEIRAGATE.

Em plena Serra a interpretar a imensidão dos relevos adoçados do calcário vamos degustar o queijo do rabaçal e vinho de baga..
Seguros de Resp. civil e acid. pessoais rnaat 274-2014 TP.
Nível 3 - Moderado a dificíl – percurso de 10 km
Número máximo de participantes: 30 pessoas
Recomendações: - Roupa confortável, calçado de caminhada, chapéu e protector solar.
Água e snack. - Bastão (opcional)
Preço: 12€/PESSOA
Cada participante é responsável pelo seu estado de saúde, respeitando o grau de dificuldade do passeio.
DATA: 2 de Novembro de 2024
horário: 09:15 – 13:00
Local de encontro: Bar do Parque Verde do Nabão - Ansião
INFO/INSCRIÇÕES:

e-mail duarte.company@gmail.com e tm. 967723720" 

5.10.24

Não foi por mero acaso, foi um caminho trilhado com muita persistência e dedicação!

Resumindo, tudo isto não foi fruto do acaso, mas sim fruto de muito trabalho, muita persistência e resiliência, de gastos e de me ter rodeado dos melhores, trabalhando em rede, respeitando todos e aplaudindo todos. O mérito é de toda uma equipa! Apesar de sentir uma imensa alegria, sinto um enorme vazio e tristeza por já não ter um dos meus amigos entre nós e não poder comemorar com ele como sempre fazíamos aquando das nossas vitórias pelo património de Sicó. Esta vitória também é tua Sérgio Medeiros, estejas onde estiveres!
E em perspectiva, decidi que esta era a forma mais original de resumir a coisa de uma forma genérica, sabendo que tudo começou em 2006 e teve estes desenvolvimentos em 2008, 2023 e 2024:

2008



2023 
 

2024


Já compraram a National Geographic de Outubro? Eu já! Será para guardar em local muito especial e para me lembrar que a perseverança vale mesmo a pena. Sicó merece!