27.4.15

Paisagens do abandono: A Sicó do esquecimento

Calcorrear a bela região de Sicó é algo que vale mesmo a pena. Ao longo dos últimos anos, e milhares de fotografias depois, posso dizer que já tenho um espólio interessante de fotografias não menos interessantes. Não falo daquelas fotografias vistosas, que também as tenho, mas sim daquelas fotografias que nos fazem reflectir sobre o abandono de uma região, sobre o esquecimento do património e de muitos outros objectos, que não sendo património, servem perfeitamente para ilustrar um comentário sobre a temática patrimonial.
Vejo a fotografia como algo de belo, mas não me considero sequer um fotógrafo. Gosto apenas de tirar fotografias, mas sem perder muito tempo com aspectos muito técnicos. Detectar, observar e registar o momento. Para mim tem mais valor uma fotografia sobre um aspecto peculiar, tirada de um ângulo menos vulgar, do que uma fotografia XPTo sem alma, embora possa ser obviamente bonita.




Poderiam ser muitas mais fotografias de carros esquecidos no tempo e na memória, mas penso que estes 3 já dão que pensar. Cada um deles dista vários km um do outro, sendo que, e por ordem, o mini foi esquecido em Ansião, o BMW em Penela e o Carocha em Alvaiázere.
Mais do que continuar a escrever, prefiro sim ficar por aqui e convidar-vos a pensar sobre o significado destas fotografias...

23.4.15

E que tal revolucionarmos a reciclagem na região de Sicó?


Hoje apetece-me falar de reciclagem. Hoje apetece-me propor-vos algo de novo, algo que consiga mexer a sério com a vossa forma de pensar sobre um tema que, infelizmente, tem tido poucos bons intérpretes. Não será por acaso, pois o lóbi por detrás das empresas de suposta reciclagem é enorme. Há sim um lóbi de empresas que, até agora, tem funcionado como empresas que transportam resíduos para aterro, em vez de promoverem a sua reciclagem, É-lhes mais cómodo, pelo menos até à altura que o pessoal se farte de pagar taxas de resíduos...
Após tantos anos de sensibilização sobre a temática da reciclagem, sinto que é preciso dar um murro na mesa, pois, e ao contrário do que possam pensar, muito terá que mudar para dizermos que estamos no bom caminho. É vergonhoso perceber que apenas uma parte do que colocamos no ecoponto vai efectivamente para a reciclagem. Para reverter isto é precisa acção!
Como proceder? Muito simples, senão vejamos, já pensaram em vez de colocar por exemplo estes recipientes de alumínio no ecoponto, os guardarem, de forma a venderem num dos muitos locais onde vos compram este tipo de materiais? Há poucos meses vendi um saco cheio, devidamente acondicionado. Durante alguns meses fui guardando estes recipientes, já que estava num local onde todos os dias mandavam fora estes resíduos. Resultado, ganhei 12 euros só com um saco disto. Mais 5 euros com 3 sacos de latas que também arranjei. Estas últimas são mal pagas porque são de metal e o metal vale muito menos do que o alumínio. Mesmo assim vale a pena.
Mas não é tudo, pois há outros materiais passíveis de se vender. O papel é o mais fácil de vos falar, pois  já é antigo o hábito de algumas pessoas, como eu, de venderem o papel que vão guardando. Da última vez foram 24 euros e já devo ter o suficiente para ganhar mais 20 e tal euros.
Mas não é tudo, pois havendo vontade faz-se muito. Imaginem que tinham alguns vizinhos e decidiam juntar-se numa espécie de cooperativa da reciclagem. Tendo um espaço para o efeito, acondicionavam todos os materiais que era suposto irem para o ecoponto. Vidro (penso que será à volta de 60 euros por tonelada), metais nobres e menos nobres, plásticos. Depois, e tendo já quantidades, teriam apenas de vender as matérias-primas a empresas do ramo. Seria uma revolução e, ao mesmo tempo, uma chatice para quem prefere andar à mama das taxas de resíduos em vez de ganhar dinheiro com a reciclagem.
Não acham estranho que, por exemplo, as vossas autarquias sejam sócias de uma empresa que em vez de maioritariamente receber e tratar resíduos, maioritariamente os recebe e manda para aterro? Isto cobrando-vos taxas que não favorecem nada a reciclagem.
Se pensarem bem, esta ideia não é assim tão estranha, mas sim pegar no básico e transformar toda uma sociedade. Preferem mesmo continuar apenas a pagar uma taxa em vez de ganharem dinheiro com os resíduos que mandam fora? Pensem diferente...

18.4.15

Um artigo de opinião muito interessante, embora não original...



A beleza do tempo resume-se a dois pontos fundamentais. Ou nos dá razão, e mostra que aquela ideia (ou acção) era mesmo uma boa ideia, ou simplesmente não nos dá razão e mostra que temos que aprender e/ou ver a ideia de uma outra forma ou com uma nova abordagem. Sublinho que não é vergonha nenhuma errar, pois é fundamentalmente com os erros que aprendemos as melhores lições na vida. A nossa vida e as nossas acções são como um livro e isso é especialmente fantástico quando queremos voltar atrás no tempo para falar sobre o que também nos diz respeito.
Há poucos dias, enquanto estava a trabalhar numas coisas, um amigo alertou-me para um artigo bem interessante e presente no Jornal Terras de Sicó. Dado o "aviso" percebi que era algo que me interessava, daí ter ido logo à edição do Jornal Terras de Sicó. Ao que me parece, este Jornal não utiliza o aborto ortográfico, algo que aplaudo (só leio e compro os que não utilizam o "acordo" ortográfico).
Se ainda não leram o artigo em causa, peço-vos que leiam antes de prosseguir a leitura deste comentário.
Agora que já leram, podem pensar que é uma boa ideia termos aldeias do carso (e não aldeias do calcário...). E de facto é! No entanto começa aqui a parte em que volto atrás no tal livro, onde se pode voltar atrás e perceber coisas importantes.
Em 2006, altura em que trabalhava na Câmara Municipal de Alvaiázere, e aproveitando o trabalho de investigação que estava a efectuar no âmbito do mestrado, decidi propor ao edil a realização de um colóquio. Foi-me dada carta verde, na condição de me desenrascar na organização do mesmo. A intenção era a de apresentar algumas ideias inovadoras e sensibilizar para o facto de, naquela, altura, ser a altura ideal para lançar as bases de um projecto de desenvolvimento territorial que envolvesse a criação de um eventual geoparque de Sicó e projectos satélite, caso de aldeias do carso, à semelhança das aldeias do xisto. Ideal porque estávamos na fase de candidatura a projectos do QREN 2007-2013. Fico contente, ao ler o recente texto do Eng. Paulo Júlio, e ao vê-lo falar do Portugal 2020, constatar que na altura eu já estava uma década à frente de muitos autarcas. E não, não estou a falar deste último, já que, reconheço, foi talvez o melhor autarca do seu tempo, na região de Sicó, facto que tem actualmente reflexos no desenvolvimento de Penela.
Voltando ao colóquio, deu muito trabalho e foi um desafio, mas no final fiquei bastante contente com o resultado. Tinha conseguido fazer algo que ninguém tinha até então feito e tinha conseguido levar a Alvaiázere os principais actores de uma estratégia deste género, com o apoio das principais entidades relacionadas, regionais e nacionais (universidades incluídas...). Tudo isto com poucos meses de trabalho e muita atenção aos pormenores. Os únicos pontos negativos foram o facto de que apenas uma das várias Câmaras Municipais (das "Terras de Sicó") convidadas para o evento (Pombal - mais Alvaiázere enquanto organizadora) esteve representada, num universo de quase uma dúzia (vieram também Figueiró dos Vinhos, Alcobaça e Marinha Grande). Por que é que Penela não foi? Se o Eng. Paulo Júlio tivesse ido, ou pelo menos se tivesse enviado alguém em representação, se calhar o seu recente texto pudesse ter tido outro título... O segundo ponto negativo foi um bocado diferente, ou seja um episódio ocorrido durante este colóquio. Durante o encerramento daquele colóquio, e estando nós na mesa, em frente a uma plateia de algumas dezenas de pessoas (40 ou 50), um vereador, que na altura até estimava bastante, em vez de valorizar as ideias que ali fiz questão de propor, tratou de  afirmar que eu era muito jovem e um bocado inocente, daí a ideia ser um bocado "absurda". Este facto chocou-me duplamente, já que a realização daquele colóquio foi um marco no panorama regional e nacional, do qual muito me orgulho. Duplamente porque o vereador em causa já tinha estado ligado a uma associação de desenvolvimento local, portanto deveria ter sensibilidade para o tema e perceber que ali havia algo a explorar. Ironicamente são pessoas como aquele vereador, de Alvaiázere, que anos depois surgem a afirmar que a ideias como aquelas são "revolucionárias" para a região.
Lembro também que estiveram presentes naquele colóquio 4 elementos da Terras de Sicó, bem como elementos da Escola Superior Agrária de Coimbra, PNSAC - ICN, Grupo Protecção Sicó, INETI, ISEP, empresas várias e particulares, facto a não esquecer. 
Voltando ao texto do Eng. Paulo Júlio, constato que apesar de, no geral, concordar com a ideia que ele desenvolve, e que, muito bem, diz no final, não é original, este não está bem informado sobre a realidade dos "conjuntos de autarcas nacionais", pois apesar de serem jovens, são ainda, de certo  modo, e genericamente falando, reféns de uma rede de interesses económicos e políticos que desvirtuam gravemente o nosso território, as suas características e especificidades e o seu dinamismo. Penso que anos após a sua experiência autárquica, já terá percebido que a política portuguesa existe na base da aparência. A sua noção da intermunicipalidade é claramente dúbia, prova disso são as políticas das capelinhas ainda existentes. Lembro apenas aquele episódio que envolveu uma feira de queijos em Penela e que criou atritos (municipal Vs intermunicipal...). 
Claramente tais autarcas não percebem a importância do marketing e escala territorial e imaginam apenas que a valorização do território passa pelo seu património e pelas suas tradições e recursos. Prova disso é que sempre tivemos tudo isto e muito deste foi esquecido, desprezado e ignorado durante décadas, quando as vacas eram gordas. Mas agora que veio a crise, e as vacas emagreceram, o património já é rei. Pode dizer-se que é chique falar sobre património.
Liderança política nunca houve nem haverá no curto prazo, esse é um problema fundamental da região de Sicó. O interesse pessoal sobrepõe-se ao interesse comum, facto.
Sobre o "agente provocador", esse já nasceu há muitos anos, só tenho pena esta questão não ter sido abordada pelo Eng. Paulo Júlio, pois, de facto, já existe toda uma série de pessoas que poderiam fazer nascer finalmente as aldeias do carso. O problema é que são pessoas que não se dão bem com politiquices e, por isso mesmo, têm o rótulo do "persona non grata".
Sobre a tal conferência, essa já foi feita em... 2007, e com os principais actores de desenvolvimento local. Pena é alguns não terem ido... Já lá vão uns anos, é certo, mas a memória não pode ser assim tão curta.
Agora um verdadeiro desafio ao Eng. Paulo Júlio: que tal passarmos das palavras à acção? 
Nota: estou disponível para uma reunião...

14.4.15

O pecado original: do silêncio do porquê ao receio do tal

No início do ano abordei esta questão, pensando eu que o bom-senso iria prevalecer e que a vontade da maioria iria prevalecer. Enganei-me...
Já sabendo da má notícia, e numa das minhas deslocações a Alvaiázere, decidi que era altura ir a Almoster, ver a coisa com os meus próprios olhos. Quis o destino que, precisamente na altura em que tirava uma fotografia ao corte que representa o destino do carvalho, chegasse a pessoa que simbolicamente denomino agora como o "carrasco". Milagre!
Não o conhecia pessoalmente, mas em poucos minutos isso iria mudar. É impressionante como é que alguém munido de uma máquina fotográfica mete mais medo do que alguém com uma arma. Sinal dos tempos?
Quando pensava ouvir algo como "boa tarde", ouvi "há algum problema?". Respondi da forma que me ensinaram, cumprimentando com um "boa tarde". Notei que o "carrasco" estava muito nervoso com a minha presença, algo que apesar de estar habituado, acabo por não compreender bem, já que não sou o "bicho papão". Achei curioso este dizer que me conhecia, já que afinal uma coisa é ver a minha foto no facebook, outra, diferente, é conhecer-me pessoalmente. Notei igualmente que este cometeu um erro crasso de análise, pois referiu que eu teria sido influenciado por terceiros. Digo erro crasso porque não compreendo como é que tantos anos depois ainda haja quem possa pensar que eu sou influenciável. Pediram-me ajuda, que é bem diferente do ser influenciado para. Mas enfim, continuemos...



Com um discurso claramente tenso, embora contido, o "carrasco" iniciou a conversa propriamente dita. Durante alguns minutos falámos sobre o abate do carvalho. Confesso que foi um diálogo positivo, no entanto a minha posição ficou ainda mais firme em defesa daquela árvore, agora assassinada só porque sim. Importa salientar que aprecio o facto de haver abertura para falar comigo, em vez de fugir à conversa, tal como o ressabiado o faz desde 2007.
Curioso como é que um monte de folhas faz tanta confusão, especialmente tendo em conta que esta casa não é habitada, servindo apenas como "refúgio" esporádico. Curioso como é que sendo esse o problema, e em vez de colocar por exemplo uma "barreira" no lugar daquele "corrimão" do lado direito, se corta o coitado do carvalho. O "problema" não são as folhas, mas sim os redemoínhos que as levam a acumular num plano inferior. Se a obra tivesse sido bem feita não haveria quaisquer acumulação de folhas. Curioso como é que uma comissão não sei bem de quê, não sei bem representativa de quem, se queixe que não foi ouvida no projecto de requalificação, a financiar com fundos públicos, quando afinal até o foi. Não tem de ser ouvida em tudo, pois afinal o carcanhol não virá do céu. Curioso como é que se faz um silêncio do porquê numa uma comissão não sei bem de quê. Essa comissão não quis ter em conta a maioria daqueles que é suposto representar e que, aparentemente, são (eram) maioritariamente contra o corte do carvalho. Será isto coerência?! Fará algum sentido?
Se as folhas incomodam tanto, como é que se pensa em colocar futuramente uma oliveira por ali? A oliveira não tem folhas? E as azeitonas, quando cairem na pedra e se esborratarem pelo pisoteio, será que o piso não vai ficar todo manchado? Quem vai limpar?
E já agora, porque é que quando esta questão foi amplamente debatida do fórum do facebook de Almoster o "carrasco" não comentou uma única vez?
Houve duas pessoas, em especial, que se mostraram a favor do abate do carvalho, uma de forma activa, outra de forma passiva, curiosamente ambas a morar em Lisboa, algo que é sempre de assinalar. Não há a cidade e a floresta, há sim a cidade com espaços verdes e a floresta. O mesmo se aplica aos aglomerados urbanos, os quais devem ser abençoados por árvores. Também já morei em Lisboa, daí saber que em Lisboa as árvores não são propriamente uma prioridade ou sequer uma preocupação, genericamente falando. Sei também que quando falham os argumentos se utiliza muito a figura da capital para tentar de alguma forma mostrar a superioridade moral e um sentido paternalista.
É nesta altura que me lembro do que Neil de Grasse Tyson, um brilhante astrofísico, disse numa das suas palestras: "Os adultos esqueceram como compreender a Natureza, como pensar a respeito do mundo natural." Sugiro ao "carrasco" que pense um bocadinho sobre esta breve, mas genial, afirmação.
Para finalizar, agradeço honestamente ao "carrasco" os minutos de conversa, bem como a sua coragem para falar comigo, pois permitiram de parte a parte expor argumentos, mesmo que com factos desprovidos de objectividade e, diga-se, de verdade. Podiam ter sido mais uns minutos, mas a nossa vida não dá para tudo. 


9.4.15

Iniciativa "investigadores na região de Sicó": Bosques e Galerias Ripícolas (2)

Depois da primeira parte do texto, segue-se a segunda:


"Parte 2 – Funções e Serviços Ambientais da Vegetação Ribeirinha

Os bens e serviços ambientais dos bosques e galerias ribeirinhos são inúmeros para além das funções ecossistémicas que partilham com outros tipos de vegetação – como a produção de energia (fotossíntese), equilíbrio dos gases na atmosfera e a reciclagem de matéria. A sua conservação traz assim não só vantagens ecológicas, como económico-sociais.
As funções ambientais, que todos os ecossistemas nos prestam, podem dividir-se em 4 grupos [APRH - glossário], assinalamos de seguida onde a vegetação ribeirinha se destaca:

Funções regulativas: (capacidade em regular processos ecológicos essenciais, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e económica duma região)


Fig. 4. Tamargueiras que formam pequenas ilhotas com a retenção de sedimentos e freixos que fixam as margens na Rib.ª da Ota (Canhão da Ota, Alenquer)

- regulação do escoamento superficial e de inundação;

- retenção de sedimentos, p.e. a formação de mouchões deve-se, em parte, à vegetação;

- prevenção e mitigação do risco de cheia, já que oferece protecção às margens contra a erosão e, por sua vez, evita a perda de solo arável;

- formação do solo e manutenção da fertilidade, p.e. as raízes do amieiro permitem a fixação de azoto no solo;

- filtro biológico de nutrientes orgânicos e poluentes;

- regulação biofísica do meio (microclima), o efeito de sombra de uma galeria bem conservada influi na temperatura do ar e da água no seu interior;

- fornecimento de habitat à fauna, não só à piscícola, mas também aos répteis, anfíbios, mamíferos, aves, invertebrados, etc., que encontram maior abundância de alimento nos bosques ribeirinhos, assim como melhores condições de abrigo, alimentação e reprodução, já que o seu aspecto luxuriante contrasta com o aspecto esclerófilo da vegetação mediterrânica envolvente;

- manutenção da biodiversidade e do seu potencial biotecnológico;
                 
Funções de Suporte: (capacidade de prover espaço e substrato adequado para actividades humanas, como)
                  - Turismo e lazer – um ecossistema ribeirinho bem conservado promove o usufruto por parte da Sociedade, e.g. praias fluviais, os banhos refrescantes e frescas sombras quando o calor aperta, ou a pesca desportiva (sustentável ou sem morte). Do mesmo modo promove o turismo, e.g. caminhadas na procura por cenários luxuriantes e espécies nativas e endémicas não se coadunam com rios poluídos, uniformizados ou invadidos por impenetráveis canaviais...


Fig. 5. Galeria de amial antigo e bem conservado na Rib.ª de Alge (Alvaiázere) convidam a caminhadas, pesca de lazer ou simplesmente a contemplação deste bosque luxuriante.

                  - Protecção da Natureza – os bosques e galerias ribeirinhos são importantes habitats da Rede Natura 2000;

                  - Cultivo – os solos destes habitats são os mais produtivos – com uma gestão equilibrada é possível e vantagoso compatibilizar o cultivo nas várzeas com a conservação destes bosques;
                 
Funções de produção:  (capacidade de prover recursos naturalmente disponíveis, basta aplicar tempo e energia)

                  - oferta de alimentos, p.e. as amoras fornecidas pelas silvas, que são plantas muito comuns nos meios ribeirinhos;


Fig. 6. Amoras maduras (e a amadurecer) num silvado ribeirinho (Rubus ulmifolius Schott var. ulmifolius)

                  - recursos medicinais, p.e. o principal componente da aspirina é o ácido salicílico que se encontra naturalmente nos salgueiros e choupos;

                  - alimento para animais, p.e. freixos e ulmeiros eram muito utilizados para alimentar o gado no Verão, em épocas de escassez;

                  - recursos ornamentais, p.e. apesar de a maioria das espécies requerem humidade no solo, a tamargueira, p.e., suporta bem a secura e pode ser usada para ornamentar os separadores das auto-estradas;

                  - materiais de construção, p.e. obras hidráulicas com técnicas de engenharia natural, usa-se muito os entrelaçados de vimes e estacaria de salgueiros;

                  - mais no passado (que actualmente): fornecimento de madeira (para ferramentas, socas, vimes), de lenha (ainda que não seja de grande qualidade comparada com os carvalhais, sobreirais e azinhais envolventes), tutores na agricultura (varas de salgueiro que hoje são substituídas pela cana), etc.

Funções de Informação: (promovem oportunidades para)

                  - apreciação da beleza cénica – p.e. quantos quadros retratam cursos de água?;

                  - obtenção de informações científicas e culturais, p.e. podem ser bioindicadores importantes para o ordenamento e gestão do território – denunciam a dinâmica do curso de água e podem permitir uma melhor delimitação do leito de cheia;"

1.4.15

A não perder!


Mais um ano em que a Al-Baiaz nos presenteia com uma actividade inserida numa iniciativa louvável. Mais um ano em que todos nós podemos ter uma experiência inesquecível. Recomendo vivamente!