29.5.09

Alerta: Um atentado à liberdade de expressão completamente inaceitável

Cara/os habitantes da região de Sicó

O caso é demasiado grave para passar em branco, por isso venho aqui fazer o alerta. Não é muito o meu estilo fazer comunicados neste blog, mas a gravidade dos factos justifica-o.
Na última terça-feira, um dia antes da RTP ir a Alvaiázere fazer uma reportagem sobre o polémico projecto de alargamento da pedreira dos Penedos Altos, a petição em defesa do Sítio Sicó/Alvaiázere foi alvo de algum tipo de ataque derivado de algum tipo de pressão de lobbys (não sabemos quem), pois com apenas 10 dias de existência ia já em mais de 300 assinaturas, começava, por isso, a incomodar alguns interesses instalados. Ontem a SIC, com o Nós por Cá, veio também a Alvaiázere para fazer reportagem, sobre o mesmo caso. Curiosamente a petição ficou disponível desde essa altura, após grandes esforços do autor da petição Voltei agora à petição e vejo que a petição em vez de ter 300 assinaturas (tinha 309 na segunda) tem apenas 200 e poucas (como é que desapareceram elas?), facto gravíssimo pois representa um atentado à democracia, algo de infelizmente muito comum quando se fala em questões problemáticas pelos lados de Alvaiázere (e não só). Desta forma peço que divulguem o máximo possível, sff, por todos os vossos conhecidos a petição e vejam se a vossa assinatura (para os que já assinaram) não desapareceu. No entanto espero que as assinaturas desaparecidas voltem a seu lugar.
É um pedido sincero que vos faço em nome da região, combater lobbys anti-democráticos é um dever cívico, não podemos aceitar este grave atentado à liberdade de expressão e à própria democracia, é totalmente inaceitável este caso. Resta saber quem afinal está a tentar silenciar este caso e instrumentalizar a população.
Isto não é uma questão política sequer, é uma questão de justiça para com as populações, elas merecem o melhor da nossa parte, eu espero dar uma ajuda para que justiça se faça.

26.5.09

Quase exclusivo nacional: Alvaiázere - Património gerador de riqueza (?)

Desta vez decidi fazer uma surpresa, pela positiva, a um amigo muito especial, lembrei-me depois de outro dia ele ter referido nas Jornadas da Albaiaz (Associação de Defesa do Património) que iria apenas divulgar este projecto quando assim entendesse (mais perto das eleições concerteza....), mesmo sendo este um projecto já do domínio público. Disse que iria dar indicações à Agência Lusa para na altura certa (pertinho das autárquicas concerteza...) divulgar o projecto. Mas como a Agência Lusa também consulta este blog, disponibilizo a informação a todos os orgãos de comunicação social que visionam este blog.
Este autarca tem de pensar mais em saber discutir os factos de forma democrática do que tentar prejudicar de alguma forma os que dele discordam de forma legal. Da minha parte ele já sabe com o que pode contar, uma forte oposição a um discurso político demagógico, manipulador e supérfluo. Faço esta crítica fundamentalmente ao projecto e lamento a sua posição face ao mesmo.
Em redor da questão deste projecto movimentam-se muitos interesses e interessa-me saber quais são e o porquê, a população tem o direito de saber algo que efectivamente já é do domínio público. Discutir o património, natural ou cultural, bem como questões associadas é um dever cívico de que que ninguém me pode impedir.
Se calhar pensam agora vocês, como é que ele teve acesso à documentação que agora disponibiliza a todos para análise? É simples, aquando da discussão pública, a Câmara Municipal de Alvaiázere (entidade com a qual tenho excelentes relações, tendo-lhe eu inclusivamente oferecido um exemplar da minha tese de mestrado) disponibilizou-me os documentos, mas isto apenas porque levei o meu portátil e por isso tive a oportunidade de guardar toda a documentação para análise ponderada e imparcial. Digo isto porque alguém poderá ficar muito chateado e poderia tentar lançar algum tipo de suspeita negativa sobre a minha pessoa, sendo assim fica o esclarecimento. Além disso ainda pedi aconselhamento especializado, por via das dúvidas. É mesmo legal esta disponibilização de informação pública, faço questão de pautar o meu comportamento pela honestidade e legalidade processual.

O nome do projecto que agora vos falo é: "Alvaiázere, património gerador de riqueza"

Analisei já este projecto e já recebi algum feedback de outras pessoas da região que, efectivamente, sabem do que falam, os resultados desta avaliação, livre e imparcial, ficam agora disponíveis para todos. Lembro que queiram ou não algumas pessoas, eu sou das pessoas mais credenciadas para comentar este projecto, pois além de ter trabalhado em Alvaiázere, o meu currículo relaciona-se intrínsecamente com boa parte da temática. Além disso digo as coisas como são e não me limito a dizer o que me dão ordens para dizer.

Sendo assim aqui vai:

- Fiquei bastante surpreendido com este projecto, mas não pela positiva, pois o que conta não é a "embalagem", mas sim o "sumo". É um esboço de projecto, pois não concretiza, disserta apenas sobre alguns factos de forma não sustentada e não devidamente fundamentada.

- Considero relevante referir a todos vós que este projecto surge apenas e só derivado do segundo chumbo do parque eólico. Este projecto tem sido apresentado apenas a algumas pessoas chave (Presidente do IGESPAR, ICNB, etc) como forma de contrariar o chumbo do parque eólico, é apenas uma arma política, de tipo greenwash, que Tito Morgado tenta impingir a algumas pessoas. Então e a opinião da população?

Vejam o que consta na documentação sobre este projecto:

«Num eco a esta tradição, no sentido de rentabilização dos recursos naturais, construir-se-à o parque eólico de Alvaiázere. Este visa a produção de "energia eléctrica.....»

Acho curioso dizer-se taxativamente que se vai construir o parque eólico quando ele já foi chumbado duas vezes, além de quando é referida a empresa promotora do hipotético parque eólico ser referida a Finerge e não a Sealve (Sociedade Eléctrica de Alvaiázere, S.A.). Porque será isto? Gostava que fosse apresentadas as pessoas que estão por detrás desta empresa, assim ao menos todos poderíamos falar em conjunto. Este tipo de projectos carece de discussão pública, mas não a houve.

- O projecto em análise apresenta 12, não um ou dois mas 12 centros de interpretação. Alvaiázere tem muitas riquezas, mas 12 Centros de interpretação? A moda dos centros de interpretação é uma coisa muito bonita, mas será que há conteúdo para ideias megalómanas e desajustadas à realidade local? Claro que não, há lugar para um complexo verdadeiramente interpretativo, mas realista. Curioso é que antes de eu sair de Alvaiázere estava em fase de candidatura um projecto devidamente fundamentado e realista para Alvaiázere, consistia na recuperação de duas escolas, uma seria a escola de geodiversidade (Bofinho)e outra da biodiversidade, em Ariques (centro ciência viva do Carvalho cerquinho). Além desta haveria a oportunidade de recuperar outra (Venda do Preto) para receber investigadores (tinha já acertado vários protocolos com a Universidade de Coimbra e Lisboa, além de uma colaboração comum Geopark), tudo isto foi cancelado.... Estava também a elaborar uma rede de percursos pedestres e também isso foi cancelado, agora este projecto fala de percursos mas não os concretiza...

- Este projecto (Alvaiázere - Património gerador de riqueza) não é mais do que um documento de intenções, não fundamentado do ponto de vista técnico e muito menos científico, tem apenas uma boa apresentação e algumas ideias, mas, nada mais. Diz que as escolas para recuperar são centenárias, quando afinal são do tempo de salazarismo...

- Este projecto aposta meramente num marketing irreal, além de não ser um projecto sustentado tenta apenas fazer boa figura apostando numa campanha massiva e agressiva de marketing nos meios de comunicação social, vejam o que é referido:

«Tendo em conta os elevados padrões de qualidade que se pretendem impor ao projecto, é nossa intenção concorrer ao importante galardão "Green Project Awards" e a uma forte exposição mediática junto dos principais orgãos de comunicação social nacionais»

Basta analisar a documentação, conhecendo a realidade do concelho, para ver que este projecto é um bluff político que está a ser utilizado para reverter o duplo chumbo do polémico parque eólico. Onde está a justificação técnica e científica do projecto? Não vi nada que alicerce o projecto em termos técnico-científicos! Em vez de pelo menos tentar fundamentar a sustentabilidade do projecto diz que caso seja feito vai ser alvo de candidatura a prémios....
Tem uma ou duas ideias que são boas, mas não são novas. Seria bom sim se fossem enquadradas num projecto realista e tecnicamente fundamentado e além disso não fosse utilizado com segundas intenções.

- Fala depois da sustentabilidade económica do projecto:´

«Com as iniciativas anteriormente elencadas assegurar-se-à a notoriedade necessária para garantir elevados níveis de retorno para o investidor privado... e para os investidores públicos. Garante-se, assim, a rentabilização do investimento e a sustentabilidade económica do projecto»

Muito bonito sem dúvida, mas onde está o conteúdo crítico do projecto, a massa crítica que alicerça um projecto deste género?

- Vejamos, já há concelhos com centros de interpretação (pelo menos no nome....), estes têm no máximo um ou dois e muitas vezes não são sustentáveis. Como será possível com 12 haver sustentabilidade? É completamente irrealista e demagógica esta última afirmação. Todos os que conhecem Alvaiázere sabem que é ridícula uma ideia megalómana como esta o é, agravando o facto de não estar fundamentada.

- Por falar em sustentabilidade, fiquei apreensivo com uma afirmação que é realmente estranha:

«Ao parceiro Finerge-Endesa (não será antes SEALVE?) é garantida a utilização gratuita de todos os recursos disponíveis em todos os centros de interpretação e respectivas mini-unidades de alojamento, à medida que estes forem entrando em funcionamento, por um período de 45 dias repartidos equitativamente ao longo do ano. Este privilégio poderá ser atribuído pela Finerge-Endesa aos seus administradores, colaboradores, parceiros, empresas associadas, empresas clientes e empresas fornecedores ou a outras personalidades e/ou entidades por si indicadas.»

- Bem, realmente é curioso, para rentabilizar o investimento iria dar-se a possibilidade a pessoas já por si previligiadas de forma gratuita usufruirem de algo feito maioritariamente com capitais públicos...

Aqui ficam os documentos, os quais disponibilizo através de um programa de partilha de ficheiros, programa que não deverá ser utilizado para partilha de músicas ou outros conteúdos sujeitos a direitos de autor:
Muito sinceramente, este projecto é algo que depois de analisado (honestamente e profissinalmente!) deixa muitas dúvidas no ar, quais são os reais objectivos/intenções do projecto? quais são as reais razões da sua existência? Qual a fundamentação técnico-científica do projecto? Onde está a base científica do projecto no que concerne por exemplo à geologia, geomorfologia, paisagem, etc? Aliás, onde está o estudo de impacte ambiental para o tal centro interpretativo no topo da Serra de Alvaiázere, dentro da RN2000?
Quando a mim e este projecto recebe o prémio Greenwash 2009 na região de Sicó. Quanto a outras pessoas que trabalham nesta temática já há mais de uma década, pessoas que já deram provas de idoneidade, competência e de imparcialidade, a opinião é a mesma, sem tirar nem pôr. Pena é que mais ninguém, até agora, tenha tido a possibilidade de ver este projecto de forma a criticar o que é criticável, é por isso mesmo que vos disponibilizo estes conteúdos. É a minha única intenção.
Pena é que este projecto tenha sido até agora público só para alguns, resta saber que Alvaiázere representa património gerador de riqueza para todos ou só para alguns...
Peço-vos que dêm uma olhadela no projecto e me dêm o vosso feedback, sempre que possível poderei esclarecer-vos, pois para alguns que não conhecem a realidade da região este projecto até poderá parecer sustentável, quando afinal não o é.
O que necessário para Alvaiázere é um projecto realista de todos os pontos de vista. Além disso qualquer tipo de projacto não pode servir para fazer algum tipo de pressão para aprovar outros projectos. Por isto mesmo este projecto que agora falei recebe nota negativa.

20.5.09

Pombal lidera na iluminação pública amiga do ambiente e do... contribuinte!



Para os mais atentos não é uma notícia nova, já que tem saído um pouco por todos os jornais regionais mesmo alguns nacionais, e inclusivé televisão, mas para o grosso da população é algo de novo o que agora falo.

Confesso que desde que soube da notícia, já à várias semanas, fiquei surpreendido, não só pelo significado da mesma mas essencialmente pela surpresa que vem dos lados de Pombal, especialmente tendo em conta que Pombal desilude muito em questões ambientais essenciais. Mas como o objectivo deste blog não é só a crítica, interessa salientar pela positiva este projecto e as suas implicações ambientais e económicas, algo que muitos se esquecem. Por vezes a demagogia política diz que é muito difícil conjugar ambiente e economia, mas fica aqui um dos muitos casos em que isso é possível (é possível em tudo, mas por vezes...).

Foi inaugurada nos últimos dias em Pombal, a primeira rua com iluminação pública realmente eficiente, os Leds. É uma iluminação bem mais amiga do ambiente e dos contribuintes. É muito menos nociva para o ambiente e tem poupanças enormes do ponto de vista dos gastos, gastando assim a autarquia muito menos dinheiro e com isso o contribuinte agradece.

Esta iniciativa peca apenas por tardia, pois nós (os ambientalistas) temos vindo a avisar dos benefícios destas e outras formas de poupança e eficiência energética à muitos anos. Mesmo assim os meus parabéns à Câmara Municipal de Pombal e às empresas envolvidas, mostram neste domínio que é possível fazer projectos inovadores e com recurso ao nosso Knowhow.

No início do ano, quando ainda não sabia da existência deste projecto, reuni-me com um autarca aqui da região, onde abordei esta questão, pois a iluminação pública é um dos focos de maior desperdício de energia, não só pela fraca eficiência e elevado desperdício da iluminação actual, bem como tempo tempo que a própria iluminação está ligada, seja nos núcleos urbanos ou fora deles.

A foto que vos mostro foi tirada num troço de estrada aqui na região de Sicó, entre milhares deles, a horas pouco aconselháveis, imaginem a quantidade de luzes que estão ligadas toda a noite e a gastar mais energia do que deviam. Na altura da reunião sugeri ao autarca que pensasse numa ideia algo semelhante à que surgiu agora em Pombal, mas com algumas diferenças. Lâmpadas economizadoras e a maior parte ligada apenas quando necessário, não é necessário em locais como o da foto que estejam ligadas toda a noite onde ninguém passa. Por exemplo, no local da foto passam pouco mais do que 5 ou 6 carros desde a meia noite até às 5 da manhã (dependendo da altura do ano, obviamente). Imaginem o que se consegue poupar se forem utilizadas lampadas como os leds e apenas quando necessário, podendo utilizar-se sensores (já acontece por exemplo na Alemanha).

Com tudo isto ganha o ambiente e os contribuintes, algo de muito importante!

De salientar que este é um investimento que se paga por si próprio, além disso podia aproveitar-se o knowhow de muitas empresas e escolas tecnológicas que trabalham neste domínio, uma das muitas formas de aproveitar este tempo de crise para criar uns milhares de postos de trabalho.

15.5.09

O mais que polémico projecto de alargamento da pedreira dos Penedos Altos


É um tema muito recente e que já foi destacado por alto em alguns jornais regionais e nacionais, referindo-me eu a um projecto que está a revoltar várias populações residentes em redor de uma pedreira em Alvaiázere, um projecto de alargamento que pretende duplicar a área de exploração num local rodeado de vários lugares onde habitam pessoas que infelizmente estão a ser esquecidas em desfavor do interesse privado, isto sem que benefício algum haja....

Já tinha referido à tempos que iria falar sobre esta temática, incidindo sobre o caso das pedreiras de Pombal, mas como este caso é urgente, trato de o divulgar para que todos vós saibam os factos e não apenas os factos que certas pessoas fazem questão de falar, escondendo outros muito polémicos....

O que está em causa aqui não é a existência de pedreiras, elas são necessárias, se bem que não é necessário que se extraia tanto material. Poderia sim aplicar-se na construção outros materiais e de forma sustentável, facto que não acontece com o calcário extraído, o qual após retirado...

Esta área é muito particular, pois tem vários valores associados, naturais e culturais (onde se incluem os históricos), mas além destes tem algo que complica a coisa, é que a pedreira está rodeada por vários núcleos urbanos (de segundo e terceiro grau - PDM). Como se pode querer martirizar uma população que já vivia à vários anos nesta área, afinal a pedreira tem apenas 19 anos? A população nada ganha com a laboração desta pedreira, apenas é prejudicada a vários níveis com a laboração da pedreira, com isso a sua qualidade de vida decresce de ano para ano e um rico património vai desaparecendo numa área reconhecidamente valorosa. Será que interessa ter pedreiras em todos os cantos? Será que interessa desprezar os valores de áreas valorosas como esta em defavor de um benefício financeiro que apenas favorece a empresa que explora a pedreira? Já houve inclusivé uma casa de turismo rural que fechou, a pedreira deu um belo contributo para este fecho...

Aqui entra uma questão que tem sido escondida, a de que os terrenos onde está implantada a pedreira são propriedade da Câmara Municipal de Alvaiázere, foram arrendados em 1989 pela mesma à empresa que explora a pedreira. Porque é que o meu grande amigo se esqueceu de relatar este "pequeno" facto quando fez afirmações sobre o projecto de alargamento da pedreira nos orgãos de comunicação social?

Este autarca é o exemplo perfeito de um autarca que pauta a sua actuação num contexto de profunda iliteracia cultural e, por vezes, de mentira. É pena que assim seja, primeiro porque Alvaiázere merece melhor, segundo porque este autarca já várias vezes pôs em cheque a imagem de uma entidade que prezo imensamente, a Câmara Municipal de Alvaiázere. Vejamos algumas das infelizes afirmações sobre este caso, as quais comentarei uma a uma:

1 - «Para o edil de Alvaiázere, o projecto de expansão contempla a requalificação da actual área da pedreira, que admitiu ser «um passivo ambiental», além de que contempla uma nova área que se situa mais longe da população.»

in: Diário de Coimbra, 12 de Maio de 2009

Comentário: Então se é um passivo ambiental porque é que se insiste no alargamento, especialmente sabendo que há populações em redor de toda a pedreira a apenas 300 metros? Se é para alargar e estando rodeada de populações como é que contempla uma área mais longe da população? Terá esta afirmação algum sentido? Não!

2 - «Reagindo ao comunicado da Quercus, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Morgado (PSD), disse à Agência Lusa que a pedreira em causa, que emprega cerca de 70 pessoas, “está em Alvaiázere muito antes do actual PDM e da Rede Natura 2000” e que nunca foi suscitada a suposta ilegalidade pelas entidades com responsabilidade no seu licenciamento.»

Comentário: A pedreira emprega apenas 9 pessoas, o relatório da Avaliação de Impacte Ambiental refere apenas 9 pessoas. Será que Tito Morgado manipulou números de forma demagógica e irresponsável só para que a opinião pública lhe fosse favorável?

Será mesmo que a pedreira está em Alvaiázere muito antes do PDM e da Rede Natura? Bem, o PDM foi ratificado em 1997, tendo sido iniciado talvez em 1995, sendo assim 5 anos é assim tanto tempo? E a RN2000 que foi ratificada em 2000, tendo sido iniciados os estudos uns anos antes, será que 6 ou 7 anos é assim tanto tempo? Que memória tão redutora amigo Tito Morgado....

É mesmo verdade que nunca foi suscitada ilegalidade deste processo? Não me parece....

3 - «Paulo Morgado considerou ainda como “fundamentalista” a posição da Quercus, questionando: “Quem se preocupa com os inertes necessários para a construção civil? Quem se preocupa com os empregos que o concelho tanto necessita?”.»

Comentário: Bem, sobre isto não há muito a dizer, prefiro apenas deixar-vos por exemplo com uma afirmação de Tito Morgado sobre a Quercus aquando do abate das azinheiras na Serra de Ariques em 2007, tendo este meu grande amigo negado o evidente, as azinheiras tinham mesmo sido destruídas a seu mando:

«O autarca garante não ter cometido qualquer ilegalidade, pelo que acusa a Quercus de ter lançado um comunicado que não é mais que uma “falsidade e mentira”.»

in: Região de Leiria, 21/12/2007

Isto é que é originalidade....

Os anos passam, mas as histórias do pinóquio continuam.....

Queria também responder ao amigo Tito Morgado numa questão essencial, quem se preocupa com os inertes somos nós e não ele, nós fazemos algo de concreto por isso. Para ele parece que interessa esperar mais 16 anos (tempo de vida da pedreira) para lá começar a depositar inertes. Nós já tratamos destes problemas há vários anos. Quem se preocupa com os empregos que o concelho tanto precisa somos nós, pois nós apresentámos projectos para isso mesmo, mas para o amigo Tito Morgado só parecem interessar os postos de trabalho associados a empresas directa ou indirectamente ligadas a ele próprio.

4 - «“Só quem não conhece o projecto diz que vai prejudicar o ambiente e a qualidade de vida das populações”, declarou Paulo Morgado.»

in: Lusa, 6 de Maio de 2009

Comentário: Bem, quase termina em beleza, pois manifestamente ele não conhece o projecto. Esta é uma afirmação que mostra na perfeição a iliteracia cultural de Tito Morgado. Este autarca não tem moral para fazer afirmações deste género, nem competência técnica para fazer avaliações ambientais neste projecto, se este amigo queria fazer pareceres sobre a temática ambiental tivesse tirado um curso na área. O geógrafo sou eu e não interessa a opinião de aprendizes de geógrafo nestas matérias.


5 - «O presidente da câmara acusa os ambientalistas de não fazerem “gestão activa do território” e porem em causa a economia do concelho»

In: Região de Leiria, 15 de Maio de 2009

Comentário: Bem, aqui fica demonstrada a profunda hipocrisia, mentira e populismo de Tito Morgado, pois esta afirmação demonstra apenas e só uma falta de cultura crónica, pois caso este autarca fosse alguém informado saberia que a Quercus é das poucas entidades que se preocupa com a gestão do território e com as pessoas que nele vivem e sobrevivem.

Tito Morgado é apenas e só um autarca que atentou já contra alguns dos principais instrumentos de gestão territorial, caso do PDM e PROT, não tendo sequer legitimidade legal para estar à frente da Câmara Municipal de Alvaiázere, já que violou o PDM e ficou impune enquanto autarca. Além disso quem pagou os seus erros foram os contribuintes...

O perfeito exemplo da "gestão activa do território" de Tito Morgado é alugar uma máquina giratória para abrir uma estrada em plena Reserva Ecológica Nacional e Rede Natura 2000 sem autorização, isso sim é que é ser activo...

A gestão territorial é apenas para especialistas, e dentro destes especialistas imparciais e profissionais não corruptíveis. Só assim o país pode avançar!

O projecto afecta gravemente as populações, a sua qualidade de vida, o ambiente e o património cultural, já para não falar no impacto paisagístico de uma área com valores reconhecidos...

Falando agora no documento, sobre este projecto, que esteve disponível para consulta pública, fiquei sinceramente preocupado, pois infelizmente este género de estudos costuma ter erros muito graves, erros que apenas favorecem as empresas que pretendem explorar recursos não renováveis. Apresenta uma análise leviana de uma área complexa.

Este estudo é francamente mau, isto porque omite factos importantes, desde bibliografia que não foi consultada e que era fundamental para a análise ambiental. Bibliografia que foi descartada propositadamente, provavemente porque era bibliografia que mostra património ali existente e que foi negada taxativamente pela equipa que elaborou o "estudo", a sua existência na área. Imaginem que numa mesma obra foi consultado um artigo que não era relevante e outro artigo que tinha um levantamento de locais com valor patrimonial foi convenientemente ignorado...

Desde um castro, grutas e algares, habitats prioritários até consequências sobre as casas (rebentamentos) foram ignorados, será isto aceitável do ponto de vista ético num documento que se pretende sério?

A central de massas betuminosas existente na área da pedreira foi outro dos elementos que não foi convenientemente descrito, será porque polui um curso de água?

São estes apenas alguns dos factos que justificam o chumbo deste projecto, não sei ao todo quantos pareceres negativos foram entregues, pelo menos três foram (um deles meu!). A população e o ambiente agradecem o chumbo deste projecto que nada favorece a região, projecto que apenas contribui para a destruição de valores que poderiam resultar em benefício económico para todos e não apenas para alguns. Tito Morgado mais uma vez fica mal na foto, mostranto que frequentemente surge associado a interesses privados em desfavor daqueles que tem por obrigação proteger, o cidadão!
Depois disto tudo só tenho pena de não ter dinheiro para avançar para uma candidatura às próximas autárquicas em Alvaiázere, seria um prazer defrontar e derrotar Tito Morgado! Fica a nota para algum benemérito interessado em ajudar a um novo futuro para Alvaiázere, longe de lobbys e interesses obscuros....

Fica um dos muitos exemplos do que está em causa naquela área, algo que interessa preservar, bem como uma petição para ajudar à causa:




Petição em defesa da região e dos seus valores:

http://www.peticao.com.pt/sitio-sico-alvaiazere



12.5.09

Fotografar o património precisa-se!


Por esta altura confesso que já estava algo preocupado com o facto de ainda não saber se haveria ou não novamente o concurso de fotografia "um olhar sobre Sicó", realizado pela primeira vez em 2008, mas eis que à poucos dias veio a boa nova, vai mesmo haver o concurso em 2009.

Considero este concurso como muito importante para a região, não só para mostrar a todos que aqui também há coisas bem bonitas, seja património natural ou construído, bem como uma cultura fantástica, mas.... a desaparecer, mas também para ajudar à preservação de algum património, por isso urge fotografar enquanto é tempo!
A divulgação ainda é incipiente, mas quero, através do azinheiragate, dar um pequeno contributo para esta mesma divulgação, isto porque este blog é visto desde o cidadão que passa despercebido a todos nós na rua, até a orgãos de comunicação social regionais e mesmo alguns nacionais.
Enquanto cidadão, geógrafo e apaixonado pelas riquezas da região, gosto bastante de fotografia. Não sou profissional nem me considero um amador, gosto "apenas" de fotografar o que de belo este planeta tem e as culturas nele existentes. Esta paixão já me reservou uma pequena surpresa, no ano passado concorri a um concurso de fotografia a nível internacional e fiquei no top 60 (em 1300), algo de inimaginável para alguém que não se dedica à fotografia, mas apenas fotografa o que encontra e que guarda na memória. Por isto mesmo fica o desafio, peguem na máquina fotográfica e saiam num fim-de-semana à descoberta do património, nunca se sabe o que podem fotografar, por vezes há surpresas realmente fantásticas.
Só como pequena nota, a fotografia que vos mostro no início, ganhou uma menção honrosa no concurso de fotografia "um olhar sobre sicó 2008".
Voltando à questão essencial, o gosto pela fotografia não é algo que surja de um momento para o outro, depende de pessoa para pessoa. No meu caso abri os olhos para a fotografia em 2006, quando finalmente tive dinheiro para comprar uma máquina minimanente aceitável, não é nenhuma máquina profissional, mas dá para tirar umas belas fotos e com um bocado de sorte surgem de vez em quando umas "obras de arte". No meu arquivo já tenho uns milhares de fotos, não só daqui mas também das minhas viagens (Noruega, Suiça, Eslovénia, Cabo Verde, Espanha, Grécia, Croácia), e espero ter muitas mais no futuro. Cada vez que pego na máquina há coisas novas a descobrir, não pensem que já viram tudo o que há para ver na região, muito pelo contrário...
Só para finalizar, quando a minha máquina fotográfica der o último suspiro irei guardá-la num armário bem guardada, afinal foi com esta máquina que fiz as minhas primeiras viagens e fiz os vídeos para o youtube que desmascararam o amigo Tito Morgado, o qual fica sempre preocupado sempre que me vê pelos lados de Alvaiázere com a máquina em riste. Por mais que ele não goste, as imagens que eu fiz sobre o abate das azinheiras valem mais do que mil palavras dele a negar o evidente!!!
Vejam só as palavras que este autarca faz sobre aqueles (vós) que utilizam a máquina fotográfica para mostrar o património:
«Vêm cá e pensam que isto é a aldeia dos macacos, com a sua máquina fotográfica às costas, fotografar os poucos, os resistentes que cá trabalham e fazem a sua vida. Julgam que isto é a aldeia dos macacos e é muito bonito, olha aquele senhor o que faz, aquele como trabalha e o outro como anda…» Jornal o Eco, ed. 2774, 24 de Abril de 2008
É apenas um dos muitos infelizes comentários de Tito Morgado, algo que o mesmo já tristemente nos habituou. Será que ele ainda não se apercebeu que a época dos macacos já foi há milhares de anos? Nessa altura ainda não havia máquinas fotográficas, só mesmo se ele estiver a pensar num jardim Zoológico e naqueles que fotografam os tratadores dos animais. Infelizmente são poucos os que têm posses para ir a Lisboa ao jardim zoológico, ou mesmo ao Badoca parque....
Agora a sério, peguem na vossa máquina e partam num destes dias à aventura do património, nunca esquecendo que não devem estragar nada, apenas devem ficar com o registo fotográfico!!! Vão ver que não se arrependem e que o tempo é bem passado!

5.5.09

V JORNADAS DO PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL

Por ser um evento que considero muito importante para a região de Sicó, fica a divulgação necessária:




V JORNADAS DO PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL CONCELHOS do NORTE do DISTRITO de LEIRIA

A Al-Baiäz - Associação de Defesa do Património vai realizar, as suas 5as Jornadas do Património Cultural e Natural, dedicadas aos concelhos do Norte do distrito de Leiria (Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande) as quais continuarão sob o lema: “No Trilho do Património”.
Dia 16 de Maio de 2009, apresentação das comunicações e debate, no Museu Municipal de Alvaiázere.
Dia 17 de Maio de 2009, visita guiada ao património cultural e natural do concelho de Alvaiázere.
Temas em debate:
- “Arqueologia Industrial ”
Vivemos, actualmente, num mundo de tendências massificadoras. Vemos, com preocupação, que muitos dos valores das gerações que nos antecederam e que nos identificam como país, estão a desaparecer. Estamos convictos que, para a preservação da identidade nacional, é fundamental a manutenção e a vivência dos valores culturais tradicionais.
- “Energias Renováveis”
Tendo em conta a escassez de combustíveis fósseis e a crescente poluição provocada pelo exagerado consumo destes combustíveis, sentiu-se a necessidade de criar alternativas que evitassem a total dependência e um melhor ambiente. Assim, têm sido propostas algumas soluções energéticas que visam uma maior qualidade de vida da sociedade.
Das várias formas de produção de energia renovável destacamos: a hídrica, a eólica, a biomassa, a solar e as ondas. Tendo em atenção as características físicas do país, a orografia, o clima, a floresta, o direito à paisagem, o uso abusivo dos solos com alguns projectos, nomeadamente em terrenos baldios, em áreas classificadas, em zonas de habitats prioritários e a sustentabilidade dos projectos, importa fazer um ponto da situação para saber quais os processos de produção de energias renováveis mais vantajosos para a sociedade e para o ambiente.
Estamos convictos que este evento irá contribuir para a preservação e a valorização dos factores de identidade da região e, também, para uma maior compreensão das melhores soluções energéticas que mais beneficiem as populações e menores impactes tenham sobre a natureza.
Programa

Dia 16 – Museu Municipal de Alvaiázere

09h.15m - Recepção
09h.45m - Sessão de Abertura
Arqueologia Industrial
Moderador – Dr. Carlos Furtado
APAI (Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial)
10h.15m - Património molinológico e perspectivas da sua preservação
Eng. Carlos Machado
(Rede Portuguesa de Moinhos)
10h.45m - Pausa para café
11h.00m - Património da industria laneira em Castanheira de Pera
Comendador Kalidás Barreto
(CAPERARTE)
11h.30m - Os fornos de cal em Alvaiázere – um património arquitectónico industrial
a descobrir, a estudar, a divulgar e a musealizar
Drª Guanilho Duarte
(Universidade Nova de Lisboa)
12h.00m - Exemplos de Arqueologia Industrial do concelho de Alvaiázere: Primeiros
dados
Drª Paula Cassiano (Museóloga)
Drª Catarina Mendes (Arqueóloga)
12h.30m - Debate
13h.00m - Pausa para almoço (livre)


Energias Renováveis
Moderador – Prof. Doutor Mário Lousã
(Al-Baiäz)
14h.30m - Energias renováveis
Eng. Alfredo Melo
(EFACEC)
15h.00m - Aproveitamentos eólicos
Prof. Doutor Dores Costa
(Escola Náutica)
15h.30m - A Energia Solar – o uso do Sol como fonte de energia em sua casa
Eng. Amílcar Lopes
(SUNAITEC)
16h.00m - A Biomassa como fonte de energia renovável
João Morais
(FAPAS – Fundação para a Protecção dos Animais Selvagens)
16h.30m - A importância das energias renováveis
Eng.ª Ana Rita Antunes
(QUERCUS)
17h.00m - Debate
17h.30m - Prova de produtos endógenos

Dia 17 – Visita guiada ao património de Alvaiázere
Guia – Drª Catarina Mendes
09h.00m - Saída do Museu Municipal de Alvaiázere
13h.00m - Fim da visita

Organização:
Apoios:
Contactos:
Telm. 939314417 jornadas.albaiaz@gmail.com


Inscrições Gratuitas
Contactos: Telm. 939314417 jornadas.albaiaz@gmail.com

2.5.09

Campanha da EDP subverte realidade sobre Barragens

Apesar de não ser um tema directamente relacionado com a região (embora esteja uma barragem pensada aqui bem perto...) é um tema que a todos interessa. Por isso fica aqui o alerta e esclarecimento acerca de uma campanha manipuladora para os mais desatentos:


«Ambientalistas e Especialistas em Ambiente pedem à EDP a sua suspensão

A campanha de comunicação da EDP, amplamente divulgada nos mais diversos órgãos de comunicação social, está a escandalizar as Organizações Não Governamentais de Ambiente e inúmeras individualidades ligadas à conservação da natureza. Esta campanha associa erradamente as barragens à protecção da biodiversidade, quando na verdade a sua construção significa uma forte ameaça tanto às populações humanas como às espécies silvestres, não só as referidas na própria campanha - aves rupícolas, peixes, lobos, morcegos e flora – mas todas as constantes da biodiversidade específica de cada habitat.
A EDP iniciou no passado dia 24 de Abril uma campanha de comunicação subordinada ao tema “Quando projectamos uma barragem projectamos um futuro melhor”, que está a ser amplamente divulgada em vários meios nomeadamente televisão, imprensa, rádio e Internet, passando a ideia errada de que as barragens constituem uma forma de protecção da biodiversidade. As Organizações Não Governamentais de Ambiente portuguesas estão escandalizadas com esta campanha que claramente tenta branquear os inúmeros impactes ambientais fortemente negativos e irreversíveis associados à construção das barragens. Na verdade, a construção de barragens, como a que está em curso no rio Sabor ou a projectada para a foz do rio Tua, resulta numa alteração dramática das condições naturais dos cursos de água e na eliminação directa de extensas áreas de vegetação autóctone e de habitats terrestres e fluviais que são o suporte de vida para uma grande diversidade de espécies da fauna, nomeadamente para as próprias aves rupícolas, os peixes, o lobo e os morcegos referidos na campanha da EDP.
Não obstante as medidas impostas à EDP para tentar minimizar ou compensar parte dos danos ambientais provocados pela construção de barragens, o balanço final é negativo para a biodiversidade e gestão sustentável dos recursos hídricos, pelo que esta campanha de desinformação não reflecte minimamente a realidade. Para quem conhece o efeito arrasador das grandes barragens do ponto de vista ambiental, social e económico, a projecção das imagens de espécies e paisagens emblemáticas sobre o paredão de uma barragem, na sua maioria captadas em rios não represados, só poderá simbolizar os fantasmas das vidas destruídas em consequência da sua construção.
É ainda fundamental chamar a atenção que as grandes barragens são uma forma cara e ineficaz de resolver as necessidades energéticas do País. Com o mesmo investimento previsto para o Programa Nacional de Barragens, seria possível pôr em prática medidas de uso eficiente da energia que, sem perda de funcionalidade ou conforto, permitiriam poupar cerca de CINCO VEZES MAIS ELECTRICIDADE do que a produção das barragens propostas.
Assim, as Associações signatárias esperam que a EDP, em respeito pela verdade e transparência, retire esta campanha enganadora. Os milhões de euros gastos em campanhas deste tipo seriam certamente melhor empregues na promoção da eficiência energética, de que o País necessita muito mais que de barragens.»
Lisboa, 30 de Abril de 2009
Plataforma Sabor Livre, FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens), GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), LPN (Liga para a Protecção da Natureza), QUERCUS (Associação Nacional de Conservação da Natureza) e SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).