6.5.19

Dicotomias pombalenses: reabilitação urbana, realidade ou ficção?


É um título algo provocador, que pretende fundamentalmente suscitar o debate e o espírito crítico sobre o património construído, sobre a arquitectura e sobre identidade local.
Para ilustrar devidamente este comentário, utilizo duas imagens que registei nas minhas duas últimas idas a Pombal, que ilustram de certa forma uma dicotomia. Em primeiro lugar o edificado esquecido, não valorizado e em mau estado. Em segundo lugar o edificado reabilitado, valorizado e em bom estado. O primeiro é algo que me repugna ver, dado o péssimo estado do belo edifício do qual esta "secção" faz parte, enquanto que o segundo é algo que me alegra, já que se trata de um edifício reabilitado e que mantém algo de fundamental, a identidade do lugar ou da rua em causa.
Tenho pena que a reabilitação urbana ainda não tenha chegado a Pombal a uma escala que faça a diferença, tal como se observa em Lisboa ou Porto, onde a força do turismo, para melhor ou para pior, tem levado a um investimento massivo na reabilitação urbana. Há toda uma série de ruas em Pombal, com edifícios bem catitas, que tem vindo a perder a sua identidade, graças ao desinvestimento de particulares e não só na recuperação ou reabilitação do edificado. Há várias causas, sendo que algumas delas irei centrar a minha atenção muito brevemente, em comentários mais incisivos. Para já fica o convite para que nos próximos dias olhem com olhos de ver para o edificado daquelas ruas mais povoadas de edifícios catitas em Pombal, onde ainda constam nas fachadas e interiores, histórias e estórias de muitas décadas. Tentem adoptar uma postura focada na análise da arquitectura vernacular que ainda se consegue ver por várias ruas...


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