9.11.18

Quero mais, muito mais!


Por estes dias a memória dos dias de calor e de andar de bicicleta ficou para trás, pelo menos para a maioria. A maioria pensa que o Outono e o Inverno não são bons para andar de bicicleta, quando afinal também o são. Nos países nórdicos, há uma cultura da bicicleta que em Portugal teima em se impor. Nesses países é natural andar de bicicleta, seja com sol ou com chuva, sendo apenas uma questão de mentalidade. O último país que visitei, a Polónia, surpreendeu-me bastante nesse domínio.
Em Portugal faltam ainda as condições óptimas para que as coisas possam melhorar, sendo um caminho que ainda se está a fazer e que ainda demorará mais uns anos a ter melhores resultados. Mesmo algumas das actuais ciclovias foram mal pensadas e mal executadas.
Volto então a abordar esta temática, voltando a Pombal, desta vez a uma ciclovia que ainda não tinha focado nos meus comentários. Em 2015 falei sobre uma outra ciclovia, situada na margem esquerda do Rio Arunca.
De forma a fazer a coisa como deve ser, pesquisei no sítio da internet da Câmara Municipal de Pombal e deparei-me com o Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável, analisando-o de seguida. Possivelmente muitos pombalenses nunca ouviram falar dele e muito menos serão os que o terão lido, sugerindo eu que o façam agora. É muito discurso de ocasião, mas faz parte. Para mim não é de grande interesse deixar-me encantar com este tipo de textos, já que enquanto técnico estou um bocado saturado deste tipo de textos. O que é, para mim, de interesse, é analisar se o que se escreve é consequente e, claro, ver se faz sentido. E vejo a coisa também na perspectiva do utilizador de bicicleta, já que sou daqueles que há muitos anos faz da bicicleta um modo prioritário de transporte em pequenas e médias distâncias (até +- 10 km). Há quem faça parte das equipas que fazem estes estudos sem ser sequer utilizador de bicicleta, algo que traz consigo problemas graves, que, por vezes, promovem o insucesso de medidas propostas....
Voltando atrás, desta vez venho abordar a ciclovia situada à entrada de Pombal, vindos do lado de Ansião. Tem dois sectores, um deles muito recente, que vai da rotunda até ao posto de combustíveis. Vejo com muito interesse esta ciclovia, já que ela permite a deslocação de bicicletas onde ela era difícil e perigosa. Quando complementada, cumprirá um objectivo fundamental, facilitar a tarefa de quem escolhe a bicicleta para se deslocar, de quem promove uma atmosfera mais amiga dos pulmões e de quem, deixando o carro em casa, contribui para a melhoria da qualidade de vida de todos. Seria interessante o comércio local começar a fazer uns descontos a quem anda de bicicleta (fica a dica sr´s empresários). E também a empresas que queiram dar um prémio monetário a quem vai de bicicleta para o trabalho, chegando mais bem disposto (algo que já se começou a fazer em alguns países...).
Talvez o principal desafio agora será interligar vias cicláveis, já que as bicicletas podem e devem andar nas ciclovias ou fora delas. Em Pombal isto é notório, já que o centro da cidade está refém dos automóveis. Não é preciso criar ciclovias de raíz no sector central da cidade, bastando pintar trajectos prioritários para bicicletas. Ou seja, uns litros de tinta resolve de forma eficaz. 
Pombal é, para todos os efeitos, uma cidade plana, portanto é um bom território para se pensar os modos suaves como deve ser. Não me vou alongar mais, o que pretendo com isto é que os pombalenses (e não só), reflictam sobre esta temática, já que são eles em primeiro lugar que vão beneficiar com uma cidade mais amiga das bicicletas, do ar puro e da qualidade de vida. Menos carros, mais transportes públicos e muito mais modos suaves!



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