23.11.18

Criatividade: ter ou não ter, eis a questão


Estava a ver o meu arquivo de fotos, de forma a encontrar um bom registo para fazer companhia a este meu breve comentário, e encontrei um registo curioso, que fiz há uns tempos em Santiago da Guarda. 
Hoje venho falar de criatividade, essa palavra que abarca tanto e de tanta forma diferenciada. Desde que criei o azinheiragate, já conheci dezenas de pessoas com uma enorme criatividade e logo nas mais variadas artes. Focando-me apenas na região de Sicó, e nos últimos 14 anos, fui conhecendo muitas pessoas com capacidades acima da média. Pessoas novas, menos novas, com a 4ª classe, 9º ano, 12º, licenciatura e por aí adiante. É algo de fascinante, pensar em tudo isto e ver que a criatividade é transversal (parece óbvio, mas...). Mas não chega ser criativo, há que dar asas à criatividade e aí é que as coisas mudam. Conheço muitas pessoas com ideias muito boas, contudo, e por motivos vários, não conseguem ou não dão largas à sua criatividade. Umas porque não têm capacidade financeira, outras porque vão adiando (a arte de procrastinar...) e outras porque há quem lhes dificulte o caminho. Já vi de tudo neste domínio.
Há que ganhar coragem para conseguir ter um "palco" para ser criativo, dinamizando a economia, potenciando o património, valorizando as imensas mais-valias que Sicó tem, entre muitas outras coisas. Podíamos estar muito adiante do que estamos, mas por vários motivos estamos atrasados uns anitos... Falta de competência por parte dos actores de desenvolvimento, capelinhas, invejas e outras coisas mais, são esses alguns dos problemas.
Falando em algumas acções de capacitação que têm ocorrido em toda a região, e tendo eu já participado em duas, vejo que a estratégia não tem sido a melhor. Numa das acções, e após ter frequentado o primeiro dia, acabei por não voltar, pois de chapa 5 e formação "chave na mão" estou eu farto. Gastou-se dinheiro para pouco. Numa outra acção mais recente, apesar da qualidade dos formadores ser boa, faltou ali um elo de ligação, o qual possibilite que a semente tenha um acompanhamento diferente, em vez do esperar que a semente se desenvolva por si mesma. Há que regar a semente todos os dias e ser "chato", de forma a garantir que da semente nasça algo com futuro.
Quando nos perguntam o que faríamos se ganhássemos o euromilhões, todos dizem que comprariam isto ou aquilo e pouco mais. Eu, pelo contrário, faria algo diferente. Daria por exemplo apoio, através do micro-crédito, aquelas pessoas que falei atrás, que têm criatividade e potencial mas que não têm o apoio certo. Porquê? Porque muita da criatividade que existe por aqui vai-se perdendo, algo que, em termos pessoais e em termos económicos é uma perda dramática. É isto.

1 comentário:

Durvalina Forte disse...

Muita persistência e uma vontade sem limites para falar abertamente sobre algumas falha ou negação dr apoios a quem gosta de trabalhar.