18.8.17

As saudades que eu já tinha da minha alegre casinha...



É uma reflexão comum por parte de muitos de nós, contudo apenas de forma superficial. É daquelas coisas que pensamos, mas rapidamente deixamos de lado, quiçá por pensarmos que são supérfluas. E isto mesmo que seja algo de realmente importante... Urge uma reflexão profunda sobre o que afinal queremos e precisamos, de facto, para as nossas vilas da região de Sicó e também para a cidade de Pombal.
Da última vez que estive em Pombal, em Julho, fui até ao castelo desfrutar um bocado do património. Depois chegou a hora de ir até à estação de comboio. Fui a pé, naturalmente, fazendo quase como que um transecto pela cidade, por ruas esquecidas e pouco percorridas, fazendo o respectivo registo fotográfico.
O que vi é sintomático, um centro degradado, esquecido e por potenciar. A política do betão que Narciso Mota desenvolveu durante demasiados anos teve o resultado esperado, ou seja a degradação do centro urbano e o crescimento desenfreado da periferia, numa (i)lógica nada saudável.
O que se vê por aqui não é bonito e as perspectivas não são as melhores, já que o paradigma teima em subsistir. A culpa? Não, não é dos autarcas, é sim, e em primeiro lugar de quem os elege, ou seja nós. Continuamos a insistir em delegar o nosso futuro nas mãos de uma classe claramente não preparada e não competente. Achamos normal ter de tirar um curso para exercer uma profissão (ex. médico), mas anormal ter uma formação mínima no domínio da governação. E depois ficamos indignados com a falta de competência no âmbito autárquico...
É uma pena que tantos centros urbanos estejam no estado deste. Muito potencial, arquitectura vernacular e muito mais por recuperar. Há que promover políticas que possibilitem o revitalizar dos centros urbanos. É fundamental voltar a fazer "correr sangue" nestas artérias, favorecendo o regresso das pessoas que dão vida às vilas e cidades. E isto sem favorecer o uso do automóvel. A parte mais antiga de Pombal é plana, portanto tremendamente favorável para os modos suaves e para os peões. Todos ficamos a ganhar!
E lembrem-se que este ano é ano de autárquicas, portanto é fundamental questionarem todo/as o/as candidato/as aos órgãos autárquicos, de modo a se inteirarem sobre as suas posições. Chama-se a isso cidadania activa! Há que ser interventivo, sem receio dos rótulos da praxe (ser considerado do contra...), pois um cidadão com medo é um cidadão domado pelos interesses...



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