22.4.16

Desafio-vos para o "compromisso pela bicicleta"!


Tive conhecimento desta iniciativa há algumas semanas, sendo que possivelmente são poucos os que já têm conhecimento desta iniciativa ímpar. O "compromisso pela bicicleta" é uma iniciativa de enorme importância, e que abrange todo o território português, tendo surgido através da Plataforma Tecnológica da Bicicleta e Mobilidade Suave da Universidade de Aveiro. Os objectivos são o fomentar da utilização da bicicleta, a redução do tráfego automóvel, promoção da aquisição de binas nacionais (já é um forte cluster económico), melhor saúde, melhores cidades, entre outros. Podem consultar a informação no site respectivo.
A temática das bicicletas é regularmente abordada no azinheiragate, não só por ser um tema que me é muito próximo, enquanto utilizador diário deste belo meio de transporte (tenho 3 binas, 2 delas de marcas portuguesas e feitas em Portugal), bem como por ser uma questão de enorme importância em termos ambientais e de pura racionalidade e bom senso.
A iniciativa que agora destaco é um perfeito exemplo de desenvolvimento socio-económico, pois tem em conta uma premissa fundamental, o ambiente e a maximização racional dos recursos naturais que nele podemos encontrar. Destaco esta iniciativa de forma a lançar o desafio a entidades públicas, privadas e toda a sociedade civil. É certo que as coisas têm mudado no domínio da mobilidade sustentável na região de Sicó, contudo de uma forma esparsa, desconexa e inconsequente. Há casos interessantes a destacar, caso da e-Ginga, contudo mesmo esses têm tido falhas que não se podem menosprezar, caso da falta de abrigo para as bicicletas que já mostram a bela da ferrugem. Além disso, e que eu saiba, não foram disponibilizados dados estatísticos para análise de terceiros. Aqui seria importante destacar a importância dos dados abertos (open data), ou seja a disponibilização de dados por parte das entidades públicas, numa lógica de "smartcitie". 
Mas voltando à questão propriamente dita, quantos de vós têm uma bicicleta na garagem e não a utilizam regularmente? Já agora, quantos têm uma bicicleta made in Portugal? Quantos de vós têm incutido aquele lamentável preconceito de que a bicicleta é para o pobre, para o coitadinho que não singrou na vida? Concerteza serão vários. Mesmo tendo em conta que hoje em dia se podem comprar binas de vários milhares de euros, o preconceito subsiste. Mesmo tendo em conta que nos últimos anos se assistiu aquele boom que se ocorreu em meados da década de 80, as mentalidades ainda têm muito que evoluir. Após 3 décadas, e quando pego na mais humilde das minhas binas, uma SIRLA com quase 30 anos, continuo a sentir aquele olhar "acusador" tipo, "lá vai o coitado que tem de andar de bicicleta"...


Mas vamos ao cerne da questão, a sociedade deve-se mobilizar em torno de grandes causas, o compromisso pela bicicleta é uma delas. As vantagens são imensas, riqueza para o país, pelo facto de aumentar a produção nacional de bicicletas (em vez de as mandar fazer em Taiwan...), diminuição do problemas associados à mobilidade urbana e semi-urbana e aumento da qualidade de vida, diminuição da poluição, diminuição de importações e aumento de exportações, etc, etc, etc.
Pôr o país no trilho certo passa por criar, apoiar e desenvolver iniciativas deste género. Agora fica o desafio para que todos participem, à sua maneira, neste compromisso!
O desafio vai em primeiro lugar, pelos motivos óbvios, às Câmaras Municipais de Ansião, Alvaiázere, Condeixa-a-Nova, Pombal, Penela e Soure.

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