18.7.12

Os poços de Sicó



Há os feios, os perigosos, os bonitos, os seguros, os pequenos, os grandes, os práticos, os elaborados, os mórbidos, etc, etc, etc. Falo, claro, dos poços de Sicó. 
Acima de tudo há aqueles que contam uma história de várias décadas, mesmo que a maioria não a saiba percepcionar no seu todo. Não os conheço todos nem nunca conhecerei, no entanto uma coisa sei, a que conheço muitos. Há um, em especial, que embora não conheça, sei que será dos mais belos da região de Sicó, garantia de um amigo meu. Espero que brevemente possa ter a oportunidade de o visitar.




Nestes poços vêm-se pequenos grandes pormenores (lembram-se disto?!), os quais contam histórias de tempos onde não era normal considerar-se o poço como algo perigoso e feio, onde o poço tinha efectivamente uma função prática fundamental. Hoje em dia isso já não acontece em grande parte, pois parte significativa dos poços está votada ao abandono, resultado do dito desenvolvimento.
É pena que assim sejam, pois temos muito a aprender com os poços de Sicó e com tudo aquilo que está associado a este universo patrimonial, nomeadamente práticas agrícolas, a água e modo de vida.
Há vários meses atrás falei até do roubo de alguns dos elementos patrimoniais relacionados com os poços de Sicó:
Felizmente que algumas ainda se mantêm no seu posto, livres de roubos perpetrados por gente que mais tarde acaba por os colocar á venda na internet, de forma impune...


Esta última fotografia é de um dos maiores e mais bonitos poços de pedra que conheço, o qual tem esta bela escadaria, que hoje em dia só é utilizada quando curiosos como eu a tenta descer.
A questão dos poços de Sicó é apenas mais uma das milhares de variáveis que deveria entrar naquela que pode bem ser uma bonita equação, o desenvolvimento territorial.
Só para terminar, quando, no início, me referi aos poços mórbidos, quis, de uma forma sublime, referir-me à triste realidade que ainda é algumas pessoas utilizarem poços para se suicidarem, algo que nos deveria fazer pensar bem no valor das coisas e da vida. Há que valorizar mais a vida, a nossa gente e os nossos poços...

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